TRANSPORTE COLETIVO

Prefeitura aumenta subsídio e ‘banca’ empresa do transporte coletivo por 60 dias

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Cidades | 01-09-2021 08:50 | 928
Empresa aceitou receber R$ 65 mil de subsídios para manter serviços por mais dois meses em Paraíso
Empresa aceitou receber R$ 65 mil de subsídios para manter serviços por mais dois meses em Paraíso Foto: Roberto Nogueira

O prefeito Marcelo Morais, não viu outra alternativa de imediato a não ser aumentar o valor do subsídio pago para a Talma Transportes para garantir a manutenção do transporte coletivo em São Sebastião do Paraíso, a partir de setembro. Projeto por ele enviado para a Câmara Municipal teve aprovação unânime em caráter de emergência na sessão de segunda-feira,30. Com isso, o Município pagará o aporte de R$ 65 mil ao mês para a empresa, já que o volume de passageiros que utilizam o serviço está abaixo da expectativa e insuficiente para custear as despesas. A partir de novembro a Prefeitura pretende assumir o transporte coletivo público da cidade.

Uma semana depois de afirmar em entrevista ao Jornal do Sudoeste que não concederia o reajuste do subsídio pago para manter o transporte coletivo na cidade, o prefeito Marcelo Morais voltou atrás. Após as negociações com a direção da Talma Transportes, detentora da autorização para operar o sistema em Paraíso as partes chegaram a um acordo. A empresa pedia R$ 70 mil e concordou com o valor ofertado de R$ 65 mil mensais, por dois meses para manter o serviço. Desta forma não haverá a interrupção do atendimento à população a partir do próximo dia 3 de setembro.

Depois de enviar o projeto de lei para o Legislativo, o secretário municipal de Segurança Pública, Trânsito, Transportes e Defesa Civil, João Paulo Alves Bueno, foi à Câmara, quando explicou aos vereadores detalhes da negociação. “É uma medida emergencial que vai durar apenas dois meses”, justifica. Segundo ele a empresa argumenta ter havido aumento dos insumos como óleo diesel, peças e outras despesas apresentadas  que inviabilizavam a manutenção do subsídio no valor contratado.

Quando venceu a licitação emergencial o valor inicial do subsídio era de R$ 35 mil. Cerca de três meses depois foi realizado um ajustamento dos valores. O município concordou em pagar mais R$ 11 mil elevando o total para R$ 46 mil, acordo que se manteve até o dia 31 de agosto. O pagamento do subsídio é feito como forma de compensar a arrecadação não realizada pela empresa frente a estimativa de uso de passageiros.

Segundo o prefeito a expectativa era de que entre 30 a 35 mil pessoas pagantes fizessem uso dos ônibus ao mês, mas o volume ficou aquém, na faixa de 25 mil usuários. “Com o déficit, a empresa não se mantém e temos de complementar os valores através do subsídio”, explica.

Ainda através do secretário João Paulo, foi confirmado o plano ‘B’ da administração para quando encerrar o período de prorrogação do contrato por mais dois meses com a Talma Transportes. “Faremos a locação de ônibus e a Prefeitura vai tocar o serviço. Além de não termos de gastar com o valor dos subsídios, esperamos uma economia, já que diferente da empresa a Prefeitura não visa lucro, o que difere de qualquer empresa que fosse assumir o serviço”, compara. Ele calcula que o gasto mensal do município ao assumir o serviço deverá ficar na casa de R$110 mil.

APROVADO
O projeto encaminhado pelo Executivo recebeu parecer favorável dos membros da Comissão de Finanças, Justiça e Legislação da Câmara. O presidente da casa, Lisandro José Monteiro suspendeu a sessão para que a proposta fosse apreciada em caráter de urgência. Em seguida, após retomar os trabalhos, o plenário aprovou o parecer e na sequência em primeira e segunda votação referendou a iniciativa, possibilitando que o prefeito sancionasse a lei aprovada nesta terça-feira,31 de agosto.

O secretário disse que a medida evitaria maiores transtornos à população. “Desta forma evitaremos que se repita aquela situação do início do ano quando a população ficou sem os ônibus”, comentou.

O vereador Sérgio Aparecido Gomes destacou que a ação impede que os usuários fiquem a mercê de um serviço inope-rante. “Importante que tenha havido esta antecipação, o que evita que as pessoas que dependem deste transporte fiquem a pé, ou tenham que gastar mais recursos com outros meios para trabalhar, ou mesmo ir em algum lugar para as suas necessidades e voltar para casa”, comentou.