POLEPOSITION

Reduto do Mercedes

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 25-09-2021 07:04 | 740
Max Verstappen trocou de motor e terá que largar do fundo do grid
Max Verstappen trocou de motor e terá que largar do fundo do grid Foto: F1

A F1 chega à 15ª etapa do Mundial numa pista que é uma espécie de reduto da Mercedes. O Circuito de Sochi, de 5.848 metros, entrou para o calendário da categoria em 2014, ano em que foi introduzido os motores turbo-híbridos na F1, mesmo ano em que a Mercedes passou a dominar a categoria, e desde então só deu ela na Rússia.

Foram sete vitórias em 7 GPs: 4 de Hamilton, duas de Bottas, e uma de Nico Rosberg, além de cinco pole positions: duas de Hamilton e de Rosberg, e uma de Bottas. E é nesta pista que Max Verstappen vai tentar defender a liderança do campeonato. No momento a vantagem do holandês é de apenas 5 pontos sobre Hamilton (226,5 a 221,5). 

Mas além de correr numa pista em que leva como melhor resultado um 2º lugar obtido no ano passado, Verstappen vai largar do fundo do grid por conta da troca do quarto motor. O holandês já tinha uma punição de três posições no grid para pagar por conta do incidente com Hamilton, em Monza, e a Red Bull entendeu que é o melhor momento de efetuar a troca numa pista em que ela não põe muita fé devido ao retrospecto.

Vale lembrar que os atuais motores da F1, complexos por sua natureza, é dividido em seis partes: combustão, turbo, dois sistemas de recuperação de energia (cinética e calorífica), central eletrônica, e baterias. Por isso, na linguagem técnica, eles são chamados de ‘unidades de potência’, e cada vez que o piloto precisa trocar qualquer uma das unidades de combustão, ou de recuperação de energia, ele perde dez posições no grid. Se trocar todo o conjunto, é obrigado a largar da última posição. 

Há em jogo a questão climática que Sochi enfrenta. Choveu a semana inteira por lá e a previsão é de que a instabilidade continue por todo o final de semana. Até o fechamento desta coluna havia a possibilidade de a classificação de hoje ser adiada para o domingo, poucas horas antes da largada, aumentando as expectativas para a corrida numa pista de asfalto liso e com poucos pontos de ultra-passagem  O circuito de Sochi tem o histórico de não proporcionar provas interessantes, e a previsão de chuva acaba sendo um alento.

O circuito foi erguido no estacionamento de um complexo construído para os Jogos de Inverno de 2014 - e aqui não resisti à coceirinha entre os dedos para escrever que, enquanto lá aproveitaram a área para construir uma pista, aqui ‘destruíram maldosa e desnecessariamente a pista de Jacarepaguá’ para construir o complexo para as Olimpíadas do Rio, e que hoje não serve para mais nada, além de um enorme elefante branco torrado com o dinheiro público. Pronto, falei!

Por conta de punições a pagar, e numa pista teoricamente da Mercedes, é possível que Hamilton e Verstappen não se encontrem nesta prova para dividir alguma curva, em Sochi. Mas o episódio de Monza ainda repercute nos bastidores da F1. Hamilton foi político na coletiva de quinta-feira ao falar de Verstappen como alguém que está sob pressão pelo primeiro título: “Eu sei o que é lutar pelo seu primeiro título, passar por muitas experiências e emoções diferentes”, e completou dizendo que acredita que não haverá mais incidentes entre eles até o final do ano, ao passo que Verstappen respondeu que “esses comentários só mostram que ele (Hamilton) não me conhece de verdade. Eu apenas me concentro em mim”, disse.

Por conta do fuso horário, o GP da Rússia acontece uma hora mais cedo do que os horários da maioria das corridas: 9h pelo horário de Brasília, com transmissão ao vivo pela TV Band, e Rádio Band News FM.

Dia de decisão
A F-Indy tem dia de decisão em Long Beach, última etapa do ano, com o espanhol Alex Palou com a mão na taça, dependendo de um 11º lugar para ser campeão. O mexicano Pato O´Ward, e o norte-americano Josef Newgarden têm chances matemáticas, mas na Indy tudo pode acontecer. Até uma virada histórica. A largada acontece às 16h, ao vivo na TV Cultura.