POLEPOSITION

Uma temporada que vai ficar na história

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 02-10-2021 02:54 | 917
Até o GP da Rússia, famoso pela monotonia, arrancou suspiros
Até o GP da Rússia, famoso pela monotonia, arrancou suspiros Foto: FIA

A F1 está tão sensacional nesta temporada que até o GP da Rússia, quase sempre monótono, é mais um que entra para a lista de candidatos a melhor do ano.

Assistimos no último domingo uma prova que ganhou contornos dramáticos no final por conta de uma garoa que virou chuva forte nas últimas voltas e bagunçou uma corrida que já era muito boa.

Foi um final de semana em que a dinâmica foi entender o momento certo para usar o pneu mais adequado às condições de aderência do asfalto do Circuito de Sochi.

No sábado, George Russell foi o primeiro a entender o momento de arriscar os pneus de pista seca no asfalto ainda úmido e obteve uma brilhante 3ª posição de largada com a Williams. Mais brilhante ainda foi Lando Norris que colocou a McLaren na pole position, marca que a equipe não alcançava desde o GP do Brasil de 2012. Nesse instante, Lewis Hamilton errou ao acertar o muro da entrada dos boxes e despencou da primeira para a 4ª posição no grid.

Na corrida foi o inverso. Quando a chuva veio, Max Verstappen que largou da última posição por conta da troca do quarto motor (cada piloto tem direito a três motores por ano e a partir da quarta unidade perde posições no grid) era o 7ª colocado e foi o primeiro a trocar os pneus de pista seca pelos intermediários. Não tinha nada a perder àquela altura.

A Mercedes deu o ultimato a Hamilton que insistia em seguir na pista e isso foi determinante para a sua centésima vitória na F1. O jovem Lando Norris que caminhava para a sua primeira vitória, pagou o preço pela audácia, rodou e acabou em 7º.

Em condições como aquelas não é o caso de criticar um ou o outro. Qualquer piloto está sujeito a sair  herói ou fracassado. Hamilton e Norris tiveram seus méritos e falhas tanto na classificação do sábado, como na corrida.

Mas o que chamou atenção no GP da Rússia além dos fatos que determinaram o pole, e o vencedor, foi a marcação homem a homem da Mercedes, como nos esportes coletivos.

Estamos diante de uma disputa acirrada entre Red Bull e Mercedes; Verstappen X Hamilton, e depois que a ‘água baixou’ na Rússia, ficou mais fácil entender nas entrevistas que a tática da Mercedes em chamar Hamilton para substituir os pneus de pista seca pelos de chuva nem era tanto para vencer a corrida, e sim para evitar que Verstappen ganhasse a sua posição. “Nossa disputa não era com Norris, e sim com Max”, disse o chefe da Mercedes, Toto Wolff.

Antes da largada a Mercedes fez o que não se deve fazer ao sacrificar a corrida de Valtteri Bottas, então 7º colocado no grid, com objetivo de atrapalhar Verstappen. O motor do carro do finlandês foi trocado de propósito para que ele largasse da 17ª posição, logo à frente do holandês. Mas foi um tiro no pé, e Verstappen terminou em 2º, sendo o grande beneficiado do caos que virou as últimas voltas.

Ainda restam sete etapas pela frente e tem muita coisa para acontecer. Hamilton reassumiu a liderança do campeonato, mas só dois pontos na frente (246,5 a 244,5) de Verstappen que neste momento tem um carro melhor que a Mercedes, tanto que Hamilton liderou apenas 8 voltas nas últimas onze corridas.

Tudo isso sem contar que cinco pilotos diferentes venceram corridas e há possibilidades de outros também vencerem. Norris, por exemplo!

E são detalhes que vão decidir o título. São detalhes que estão fazendo desta, uma das melhores e mais disputadas temporadas da história da F1.

GP no Qatar

O Qatar foi conformado como 20ª etapa da F1, no dia 21 de novembro, uma semana depois do GP de São Paulo, em Interlagos. Agora já são quatro, os países árabes a receber a categoria nesta temporada: Bahrein, Qatar, Arábia Saudita, e Abu-Dhabi que fecha o campeonato dia 12 de dezembro.