O passado é um assunto nostálgico e hoje consigo passar o filme na minha mente como era Paraíso de ontem e me vejo jogando futebol no areão da avenida Dr. Delfim Moreira, com meus colegas que já se foram recentemente: Dr. Regis e João Osvaldo.
E só parávamos por alguns instantes de jogar, quando estava aproximando uma boiada com um cavaleiro à frente com seu berrante.
Hoje daremos destaque ao Jornal Libello do Povo, fundado em 1930 por João Borges de Moura. Comentaremos a história do vereador da época chamado Chico Godinho (Cel. Francisco F. Godinho): - a época? Sei lá, talvez 1902.
O Senhor Godinho com seu longo cavanhaque branco. O Vereador quando vinha às sessões da Câmara, amarrava o seu cavalinho à porta da Prefeitura. Naquele tempo a cidade era povoada de vacas, carneiros que enchiam as ruas dia e noite. E as casas da cidade tinham grandes quintais com chiqueiro e cocheiras. Mas os animais ficavam soltos nas ruas, que só havia luz em noites de lua.
A turma do Coronel Amaral, Dr. Chico Herculano gostava de jogar truque, víspora e roleta nas noites, em casa de famílias amigas. E nas noites escuras "viam o russo" quando saiam após o jogo, pois já estavam meio alegres e na densa escuridão, sempre caiam por cima das vacas deitadas.
Daí resolveram pedir ao vereador Godinho, para tomar as devidas providências. E dias depois o Vereador em sessão da Câmara teria proposto: "Proponho que o Senhor Agente Executivo estabeleça critério de mandar colocar uma lanterna em cada chifre das vacas, para garantir aos amigos descuidados.
"E dizem que as vacas iluminavam por muito tempo, as noites escuras das ruas de Paraíso"...
por Sebastião Pimenta Filho
CRONISTA E HISTORIADOR