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Paraíso FM fundada em 1987, há três décadas é dirigida pelos irmãos Zague

Por: Nelson Duarte | Categoria: Cidades | 09-10-2021 09:30 | 1476
Silvano Zague
Silvano Zague Foto: Nelson Duarte

A Paraíso FM com mais de três décadas em São Sebastião do Paraíso foi fundada por dezoito sócios. Primeira emissora a operar em frequência modulada (FM) no município, ganhou merecido espaço a princípio regional, e com o passar dos anos se firmou como destaque na radiodifusão mineira e nacional, de vez que com o advento das mídias sociais, sua programação é sintonizada mundo afora.

Meados de 1994 a emissora foi adquirida pelos irmãos Geovane Zague e Silvano Zague, profissionais da área, comunicadores por vocação, que se firmaram como empresários bem sucedidos, fruto de trabalho e dedicação, conforme conta ao ACISSP em FOCO,  Silvano, diretor da Paraíso FM.

Os irmãos Zague ingressaram na área de comunicação através da Rádio Difusora Paraisense, a ZYA-4, quando dirigida por Monsenhor Mancini. Seus programas lideraram audiência, ganharam experiência e almejaram ter sua própria empresa.

“Monsenhor Hilário Pardini que era nosso patrão na Difusora ficou sabendo que a Rádio Cultura de Cajuru AM estava à venda. Tinha um carinho de pai conosco e sabia de nossa intenção de alçarmos nosso voo em negócio próprio. À noite, eu e Geovane estávamos em Cajuru, conversando com a Dra. Marina Barrufini, grande benfeitora daquela cidade e outros sócios da rádio. Fizemos nossa proposta e foi aceita. Fomos organizar documentação da rádio que estava irregular e revisar o equipamento. O transmissor foi recuperado em São Paulo por nosso amigo Sidnei Morato que prestou assistência muitos anos à Difusora Paraisense. Deixou o transmissor em perfeitas condições e não nos cobrou pelo seu serviço”, lembra Silvano.

Geovane e Silvano passaram a ter jornada dupla. Continuaram na Difusora Paraisense e na Cultura de Cajuru. Depois de seis anos com idas e voltas, a emissora foi vendida para o então deputado paulista, Zé Rosa. Receberam um Monza 91 em um bom dinheiro.

A Paraíso FM eu Geovane conseguimos comprar de dezoito cidadãos beneméritos de São Sebastião do Paraíso. Montaram, mas houve divergência entre eles e a rádio foi parar nas mãos do ex-prefeito Lair Furtado, da cunhada dele Evely Mambrini Ruiz, seu esposo Lourenço Gonçalves Ruiz e de Carlos Marcos da Costa, que tinha a maioria das quotas, era majoritário, mas as repassou para Tadeu Gomes, explica Silvano.

Um dia um conhecido corretor me procurou e disse que queria nos vender a Paraíso FM. Afirmei ter interesse. Daí a pouco, eu estava almoçando, e chegaram à minha casa, o corretor e o Tadeu Gomes. “Vim lhe vender a rádio”, disse-me. Chamei o Geovane e fomos ao escritório do Tadeu. Reunimos os recursos que tínhamos disponíveis, e houve um reforço muito importante, pois meu pai Amadeu Zague nos deu sua casa para complementar o pagamento.

“Se não fosse o empenho da inesquecível Evely Mambrini, não teríamos comprado. Ela e o Lourenço muito nos incentivaram e até nos emprestaram 250 sacas de café do Lourenço. Em dois anos conseguimos liquidar esse débito. Felizmente, também compramos outra casa para meus pais. Fica registrado nossa homenagem à família Mambrini, nas pessoas da inesquecível Evely que eu chamava de madrinha por esse apoio, à Dalma, também ao Lourenço Ruiz que foi fantástico, e ao Lair Furtado”, salienta Silvano Zague. E complementa:  “Devo obrigação ao senhor João Mambrini e também ao Tadeu porque ele confiou em mim e em meu irmão, não nos exigiu sequer um documento”.

“O início foi difícil porque estávamos descapitalizados, não tínhamos condições financeiras. E assim foi necessária uma remodelação gradativa, uma história de superações. Iniciamos na época dos toca-discos, discos de vinil LP e compactos. Depois veio a era do CD, o minidisk, durou pouco dava muito defeito, digi rádio que eram programas de rádio por computador. Optamos em colocar programação de uma empresa de São José dos Campos que nos dá assistência. É um programa que é adquirido e nele se encontra vinhetas, que inclui gravações de cantores e cantoras, artistas”, explica.

Conforme enfatiza Silvano, à custa de esforço e trabalho a Paraíso FM ficou conhecida no Brasil inteiro. “Íamos a São Paulo aos escritórios, de chapéu na mão. Procuramos o cantor Daniel, Rio Negro e Solimões, Claudia Leite que se tornou nossa amiga. Passamos a fazer parcerias, promovendo shows fomos ganhando dinheiro, e fizemos uma rádio moderna que toca uma linha popular, o que o ouvinte quer ouvir”.

“Fazemos pesquisas diárias, e a rádio tornou-se eclética. Tocamos 80% de nossa programação no gênero sertanejo. A gente roda o top, música romântica, popular e internacional. Nossos equipamentos são modernos, temos acompanhado a evolução. Saiu algo novo, estou correndo atrás criando condição financeira para adquirir”.

Silvano salienta que nessa trajetória há sentimento, emoção, muita alegria, mas não foi de um minuto para o outro.  Foram muitas promoções, parcerias, perdi a conta, eventos com famosos como Vitor e Léo que não mais existe, Rio Negro, Claudia Leite, César Menotti e Fabiano que fizeram um show para 23 mil pessoas no Parque de Exposições, e depois retornaram a Paraíso para homenagear a Paraíso FM.

“Houve época em que se dizia que a vinda das mídias digitais de forma mais intensa derrubaria o rádio. Pelo contrário, a Paraíso FM cresceu, as mídias têm sido nossas aliadas, e hoje as utilizamos como ferramentas para ampliar nosso alcance”.

Silvano cuida do lado empresarial, mas com sangue de radialista correndo nas veias não saberia ficar ausente do estúdio, do microfone. Mantém pequena participação na programação da Paraíso FM. Geovane continua sendo seu sócio e parceiro no empreendimento.

Silvano diz de sua satisfação de ter sido convidado pelo presidente da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços de São Sebastião do Paraíso, Ailton Sillos, para compor a diretoria daquela entidade. “Foi motivo de orgulho receber o convite vindo desse benemérito da cidade. Tenho admiração muito grande por ele. Pode haver alguém honesto e empreendedor tanto quanto ele. Mais que ele, eu duvido. Fica registrada minha homenagem ao Dr. Ailton”, diz o diretor da Paraíso FM.

Representando minha equipe da Paraíso FM cumprimento a todos os colegas da comunicação, o comércio e industria e em especial a população paraisense, no ensejo das comemorações de seu bicentenário, conclui Silvano Zague.