O que eles fizeram até aqui
Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 09-10-2021 03:54 | 817
A F1 caminha para o final de uma das temporadas mais empolgantes das últimas décadas. Faltam apenas 7 das 22 provas programadas, contando o GP da Turquia que está acontecendo neste final de semana, em Istambul Park.
E tudo indica, será um final eletrizante a disputa pelo título entre Lewis Hamilton e Max Verstappen. Terminado o GP da Turquia, a F1 atravessa o Atlântico para o GP dos Estados Unidos, pula uma semana e engrena a terceira rodada tripla do ano, o que exigirá um esforço enorme de quem viaja com a categoria, e que vai envolver uma mega operação logística para os GPs do México, São Paulo, e Qatar, fechando a temporada na sequência com os GPs da Arábia Saudita, e de Abu Dhabi.
Hamilton lidera o campeonato de pilotos com dois pontos de vantagem para Verstappen (224,5 a 222,5), enquanto a Mercedes conseguiu respirar com 33 pontos de frente para a Red Bull (397,5 a 364,5).
Nas 15 etapas disputadas, Hamilton venceu no Bahrein, Portugal, Espanha, Inglaterra e na Rússia, onde obteve a centésima vitória da carreira na F1. Foi segundo colocado em Ímola, França, Estíria, Hungria e Holanda. Terminou em 3º na Bélgica, 4º na Áustria, 7º em Mônaco, 15º no Azerbaijão, e abandonou o GP da Itália, quando foi acertado por Verstappen.
Agora os números de Verstappen: vitórias em Ímola, Mônaco, França, Estíria, Áustria, Bélgica e Holanda. Foi 2º no Bahrein, Portugal, Espanha e Rússia. Foi 9º na Hungria, e abandonou os GPs do Azerbaijão, Inglaterra (quando foi acertado por Hamilton), e Itália.
Em número de vitórias está 7 a 5 para Verstappen, que por sua vez deixou de pontuar em três provas, ao passo que Hamilton só não marcou pontos em duas. Verstappen leva vantagem também em pole positions, 8 a 3, e liderou até aqui 336 voltas a mais do que Hamilton. E ainda assim a liderança do Mundial de Pilotos já mudou de mãos cinco vezes entre os dois.
Como se vê, será um campeonato decidido nos detalhes, ainda que no papel a Red Bull leve vantagem de desempenho sobre a rival Mercedes.
Num rápido raio X entre os modelos W12 da Mercedes de Hamilton, e o RB16B da Red Bull de Verstappen, o primeiro se adapta melhor às pistas com longas retas e curvas de alta velocidade, enquanto o segundo é mais sensível às pistas onde exige uma combinação de muita pressão aerodinâmica e longas retas.
Em suma, ambos os carros estão em nível semelhante, com uma ligeira vantagem para a Red Bull, mas trata-se de uma vantagem que pode ir e vir para a Mercedes dependendo das características da pista.
Das sete pistas que restam, duas são totalmente desconhecidas de todos na F1: os circuitos de Losail, no Qatar, e o de rua em Jeddah, na Arábia Saudita. Para a Red Bull há o alívio de nas outras cinco pistas não ter as combinações que mais lhe preocupa: muita pressão aerodinâmica e longas retas, ao passo que a Mercedes não terá as características em que melhor se adapta: com longas retas e curvas de alta.
Olhando por esse lado, pode-se pressupor que a Red Bull se lance como forte favorita, ainda mais com a Mercedes, fazendo a troca do motor de combustão do carro de Hamilton e ele vai perder dez posições no grid da corrida de amanhã, o que poderá fazer com que a liderança do Mundial volte a mudar de mãos novamente. Mas são tantas as variáveis que andam acontecendo nessa temporada que qualquer aposta pode virar um tiro no próprio pé.
O Circuito de Istambul Park está recebendo a F1 pela nova vez, agora como substituto do GP do Japão, cancelado pela pandemia. Ano passado, Hamilton venceu a prova em condições críticas de aderência por conta do asfalto que foi recapeado quatro dias antes da corrida, e choveu no final de semana. Com a vitória, Lewis conquistou o heptacampeonato por antecipação. O cenário agora é bem diferente.