O povo pacato e ordeiro de Paraíso sempre respeitou com calma e paciência as mais diversas situações. Não bastasse as desumanas filas de espera na porta de agências bancárias, Correios, posto de saúde e hospitais, agora também é preciso habilitar-se previamente para assistir à missa dominical na nossa centenária paróquia de São Sebastião.
Confesso que frequento outra paróquia na cidade. No domingo (26/9) resolvi ir à missa no centro da cidade. Ao chegar à porta da igreja deparei-me com um senhor com uma lista na mão. Quis saber o meu nome e viu que não constava, e por isso proibiu-me de entrar.
Eu quis saber o motivo, ele alegou que a Prefeitura limitou a noventa pessoas o número que poderia assistir à missa. Achei estranho que isso tenha partido do poder municipal.
A queda no número de infectados pelo coronavírus não se deve a quantidade de pessoas em locais públicos, e sim à vacinação em massa da população. Basta ver na missa da Basílica de Nossa Senhora da Aparecida do Norte. Milhares de pessoas estavam presentes.
Aqui a Igreja de São Sebastião tornou-se elitizada. Somente quem estiver bonitinho e bem arrumado e pré-agendado pode entrar. Bem diferente do que foi pregado por Cristo.
Como é obrigatório para todo cristão católico ir à missa uma vez por semana, na igreja matriz de São Sebastião está difícil. Daqui a pouco vão começar a cobrar ingresso. Com essa nem o patriarca Abraão iria concordar.
ANTÔNIO BRAGA