Ótica Paraíso, iniciou suas atividades há 46 anos
Por: Nelson Duarte | Categoria: Cidades | 16-10-2021 16:01 | 1611
Empreendimento do médico oftalmologista Jair Lemos Filho, a Ótica Paraíso iniciou suas atividades em junho de 1975 na praça Comendador João Alves (Fonte), e depois foi transferida para a Avenida Angelo Calafiori, 492, sendo o mais tradicional estabelecimento neste segmento comercial em São Sebastião do Paraíso. Essa exitosa trajetória de 46 anos da empresa, nos é relatada por sua proprietária, Zamira Pinto Barbosa Lemos.
Cheguei à Paraíso no dia 4 de outubro de 1984, “Dia de São Francisco de Assis”. Prestei concurso para o INSS e fui aprovada, mas minha admissão foi protelada porque eu estava cursando a faculdade de Química. Eu me formei no dia 15 de setembro, e no dia 4 de outubro de 1984 assumi o cargo e passei a trabalhar na agência de São Sebastião do Paraíso, explica.
“Logo depois de minha chegada, conheci o Jair (Dr. Jair Lemos). Desde que começamos namorar me pediu que eu assumisse a administração da ótica. Nos casamos em abril de 1986. A ótica era na praça Comendador João Alves (Fonte Luminosa). Foi pedido o cômodo, tínhamos esse imóvel aqui na Avenida Angelo Calafiori 492 onde já era utilizado como nosso laboratório. Fizemos as adaptações e ficaram juntos o laboratório e a ótica”.
“Um dia uma pessoa amiga me questionou, que eu sendo formada, por que trabalhava no INSS. Respondi que “estava servindo”. Expliquei vir de família humilde, era serviço garantido, e havia a promessa que poderia ser removida para Alfenas, onde fui estagiária e tinha grandes amizades. Ingressei no IAPAS, e naquela época havia também o INAMPS e o INPS. Minha intenção era pedir transferência para o INAMPS porque em Belo Horizonte havia a função de química, e eu poderia exercê-la. Só que vim para Paraíso, conheci o Jair, nos casamos constituímos família. A partir de 1985 minha jornada passou a ser no INSS e na ótica”, salienta.
Zamira explica ter se adaptado bem, pois vem de família de comerciantes. “Sou natural de Gaspar Lopes, distrito de Alfenas, onde tínhamos pensão e comércio de secos e molhados. Depois nos mudamos para Alfenas onde continuamos como comerciantes. Quando me mudei para Paraíso pensava que não mais exerceria essa atividade, mas o destino assim o quis que eu continuasse”.
Ela afirma que nesses 46 anos a ótica sobreviveu a quase todas as crises econômicas da atualidade. “Não foi e não está sendo fácil, mas graças a Deus temos uma base bem estruturada, sempre com os pés no chão, prezamos muito pela qualidade, presteza, pontualidade nos serviços, e acima de tudo pensando no consumidor, praticando preços bem acessíveis”.
Zamira recorda-se de um fato que ficou marcado na história da Ótica Paraíso em 1986. “Tínhamos clientes, o dinheiro para comprar e não havia mercadorias. Houve dia em que não tive armação de óculos para vender”.
Enfatiza que desde quando está na administração, a Ótica Paraíso teve apenas dois técnicos. O primeiro foi José Vicente e desde 1987 o Júnior (Juarez de Melo Júnior). Ele tinha 13 anos e era aprendiz. Aos 17 anos foi efetivado e está na empresa até hoje. Algo semelhante ocorre em relação à fidelidade de clientes, passando de pai para filho.
Zamira diz ver com bons olhos Câmara da Mulher Empreendedora, recentemente criada pela ACISSP – Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços de São Sebastião do Paraíso. “Tem tudo para dar muito certo. Temos empreendedoras de muito sucesso no país e em São Sebastião do Paraíso. A mulher se prima pela organização e programação. Tem o dom de administrar, das atividades domésticas às empresas, comércio, indústria. A Câmara no meu ponto de vista será sucesso”, prevê.
No ensejo do bicentenário do município paraisense, ela disse ter adotado Paraíso como sua terra natal. “São quase quarenta anos aqui. Espero que continue sendo cidade próspera, acolhedora para com empreendedores e investidores que para cá vierem gerar empregos, e para paraisenses que pretendem retornar à terra natal”.
Tenho um casal de filhos. Minha filha Ana Carmelita depois de formar-se em Medicina retornou e trouxe meu genro mato-grossense que também é médico, para Paraíso. Meu filho Cesio Lemos que é engenheiro de formação, mas é mestre (professor) de coração, consultor, também está prestes a voltar para Paraíso, que é o sonho dele. Então, só tenho a desejar prosperidade à nossa cidade para acolher esses filhos que saíram e pretendem voltar”, diz Zamira.
“Ter a família que tenho, a ótica, me foram proporcionados e devo tudo isso ao pequeno na estatura, grande homem que foi Jair Lemos Filho, de coração imenso, pessoa que se doou muito pela população de Paraíso, por sua capacidade, profissionalismo e sua humildade”, conclui Zamira.