O hospital que em 2022 completa 60 anos de existência é parte integrante da história dos 200 anos de São Sebastião do Paraíso, que é comemorado neste 25 de outubro de 2021. Sua premissa é acolher com amor, como influência positiva na recuperação e melhor qualidade de vida dos usuários da rede de saúde mental. Mesmo passando por um processo de renovação em sua diretoria o propósito é celebrar em conjunto com a cidade este momento histórico vivido pelos paraisenses, da qual a instituição sente orgulho em participar.
Os anos se passaram e a instituição tornou-se referência para atendimento psiquiátrico para 154 municípios do Sul, Sudoeste Mineiro que fazem parte de quatro regionais de saúde pública.
Embora tudo tenha começado de maneira humilde e modesta, a ideia e a semente plantada para se criar um Hospital Psiquiátrico surgiram por volta de 1961 em um sonho que tornou compromisso. Em 1962 surgia então a Fundação Gedor Silveira, instituição social sem fins lucrativos. Já em 1967 sob a direção do benemérito Guilherme Giubilei, tinha início o processo de enfrentamento dos desafios no projeto lançado. Sua dedicação perdurou por vários anos quando deixou a presidência em 2015 e passou a atuar como vice-presidente, cargo que ocupou até 2019, ano de seu falecimento.
Vários beneméritos participaram das diretorias que se seguiram ao longo do tempo, como Waldir de Souza e tantos colaboradores, muitos deles anônimos, que seguem dando suas contribuições e emprestando seus serviços à instituição, não importando a função que exerça. A Psicóloga Organizacional Camila Oliveira, é quem fala deste caminho percorrido pelo Hospital Gedor Silveira, no contexto dos 200 anos de São Sebastião do Paraíso. “Estamos acompanhando a trajetória da cidade e evolução da sociedade como um todo. É motivo de orgulho participarmos como parte integrante deste momento histórico de Paraíso”, diz.
Camila conta que o hospital busca sempre se aprimorar no campo da saúde mental para oferecer o melhor serviço para as pessoas da comunidade e segue acompanhando esse processo evolutivo na forma de pensar o cuidado em saúde. “Seguimos acompanhando todas as mudanças, principalmente em relação as doenças mentais, o sofrimento mental e seus desdobramentos. Algo que iniciou há tantos anos com um projeto pequeno e modesto que era construir um abrigo. A proposta foi ganhando forma e evoluindo. A demanda foi aumentando tanto, ao ponto que hoje temos 160 leitos e atendemos a 154 municípios”, enumera.
O fato de ser referência para outras regiões é resultado de um trabalho sério. “É uma conquista, pois, vimos ao longo dos anos muitos outros hospitais do mesmo segmento serem fechados, porque não aderiram às mudanças que o próprio desenvolvimento da sociedade e o saber da ciência nos pedem”, explica a psicóloga. Ela destaca que todos os anos a instituição se abre para receber as inovações do setor. “Vêm as auditorias, as fiscalizações e o que fazemos é estarmos abertos para as alterações que se fazem necessárias. Isso é acompanhar o progresso da humanidade dentro de um processo evolutivo de maneira positiva”, explica.
Como todo projeto muitas dificuldades tiveram de ser superadas. “Aqui as pessoas que cuidavam da instituição sempre tiveram este olhar voltado para o cuidado mais humanizado. E sempre buscando atualizar-se principalmente em termos da hospitalização consciente”, enfatiza.
O hospital possui um relacionamento muito bom com o CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial) onde é realizado um trabalho continuado. “O paciente passa por aqui e dá a sequência no tratamento lá. Temos um diálogo muito bom neste sentido justamente visando este objetivo de bem servir. O paciente só vem para cá através da plataforma do SUS fácil, uma vez que é identificado ser demanda para uma observação diária em um momento de crise”, avalia. No Hospital Gedor Silveira, o paciente passa por um projeto terapêutico que tem duração máxima de até 90 dias, quando volta para o lar e é acompanhado pela equipe do CAPS e outros dispositivos da rede de saúde mental.
Dentro do contexto dos 200 anos de Paraíso o Hospital Gedor Silveira é tido como um filho. “Pensamos assim, como um membro integrante da comunidade paraisense. “Desta forma buscamos a todo tempo promover e trazer para a cidade um adicional em um município que é pleno, com boas referências e que promove o tratamento à saúde mental de forma consciente”, aponta Camila. No presente a ser ofertado para a sociedade neste momento está o desejo de que a cidade esteja sempre aberta ao saber e a ciência. “São requisitos entre tantos outros que trazem esta clareza das nossas necessidades, somos sujeitos desejosos e nada mais justo que desejar que São Sebastião do Paraíso possa estar aberto para estas particularidades, a este desenvolvimento de sua terra e de nossa gente. Como presente daria uma chave que abre o portal da sabedoria para que as demais decisões que norteiam a cidade sejam tomadas com sabedoria e empatia”, completa.
Ainda dentro do processo de renovação pelo qual a instituição está passando o pensamento é de que todos os que estão à frente desta proposta de mudança de diretoria estejam empenhados em fazer um trabalho digno. “São colaboradores que vestem a camisa mesmo, porque tem esta vontade maior de abraçar esta causa, do cuidado humanizado na saúde mental. Lutamos com afinco por isso. São pessoas que estudam e trabalham para um serviço de saúde mental compreendendo este aspecto da uma dimensão humana”, enfatiza.
Com o olhar lançado à frente, voltado para o futuro, os objetivos propostos para os anos vindouros apresentam a disponibilidade para renovar sempre que preciso. “Nossas portas estão abertas, neste momento ainda com algumas restrições por conta da pandemia, mas temos o Programa Portas Abertas para que a comunidade possa vir conhecer nosso trabalho, o espaço que nós temos. Recebemos estagiários de várias universidades, trabalhamos cada vez mais para que o Hospital Gedor Silveira seja um dispositivo onde a comunidade como um todo conheça o que é feito e abrace também conosco, seja parceiro, nos apoie e que possamos trabalhar juntos”, acrescenta.
Camila Oliveira felicita os paraisenses em nome da Fundação Gedor Silveira. “Queremos parabenizar a todos que de forma direta ou indireta trabalham para a construção da São Sebastião do Paraíso que temos hoje. Um desejo muito grande de que as próximas gerações tenham a visão de que alguém pensou com tanto carinho antes e que eles possam continuar nesta linha de desenvolvimento e crescimento com a mesma vontade e dedicação de seus antecessores para uma cidade que é tão acolhedora e aconchegante”.
Ela ressalta que o hospital caminha no sentido de ofertar o melhor em sua área. “Temos buscado os melhores colaboradores, para compor o corpo clínico, temos uma equipe multiprofissional muito bem capacitada. Queremos, então, levar ao conhecimento da comunidade paraisense, aos usuários da rede de saúde mental, de que estamos trabalhando como um todo, com muita vontade, determinação para levar um atendimento de excelência para estes filhos de Paraíso, muito embora atendamos também pessoas de outros lugares. Nosso carinho especial para os filhos desta terra que necessitam de um cuidado em saúde mental, que se sintam acolhidos e protegidos porque podem contar com o hospital em um momento de crise, numa dificuldade maior”, finaliza.