O professor regente de aulas de História na Secretaria Municipal de Educação de São Sebastião do Paraíso e Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais, Artur dos Santos Gomes é um dos autores na obra “História, Educação e Linguística: Ciências humanas em investigação”. A convite de seu orientador de Pós-graduação Anderson Luiz Venâncio, ele escreve sobre ditadura e democracia, um tema considerado em moda na atualidade quando a população se divide em opiniões a favor e contra estes movimentos. “O Brasil sempre dança entre estes dois pontos e vejo que hoje, no momento atual em que vivemos é outro destes períodos em que muitas pessoas afirmam que uma fase é melhor que a outra”, descreve.
O livro está sendo lançado inicialmente em formato de e-book em um trabalho conjunto realizado pela Ribeirão Gráfico Editora. Ao todo são 10 capítulos distribuídos em 173 páginas escritas com a participação de vários autores. Marilurdes Cruz Borges, Anderson Luis Venâncio e Lucas Antônio de Araújo são os organizadores da obra. Do prefácio consta a descrição de que o objetivo de que além de dar visibilidade as reflexões contidas pretendem-se também dar voz e luz às humanidades em diversas áreas que fundamentam a formação do cidadão. “Procuramos fazer neste formato por questões de custos e de acessibilidade, o download é gratuito, para que todos possam acessá-lo”, diz.
Artur conta que a iniciativa de produzir o livro surgiu da união de pesquisadores das Ciências Humanas, em abordagens que abrangem questões relacionadas a Educação e a Lingüística. “O convite surgiu para mim a partir de um orientador que tive em Franca (SP) que é o Anderson Luiz Venâncio que é um dos organizadores da obra”, relata. O período de reclusão e os desafios perante a covid-19 tiveram papéis importantes no reencontro e aproximação dos amigos e possibilitou o tempo necessário para que a obra fosse construída. “A pandemia de maneira geral serviu para a gente ter uma reaproximação com pessoas que há algum tempo não conversávamos. Então tive contato de novo com alguns colegas de faculdade, com alguns professores e com o Venâncio que foi meu orientador em dois momentos, tanto na Graduação para fazer o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), quanto na Pós, ele também foi meu orientador no momento de escrever o artigo”, relata o professor.
O fato de fazer parte de uma equipe de escritores deixou Artur Gomes bastante feliz com mais esta realização. “Foi com orgulho muito grande que recebi o convite, porque ver o nosso nome impresso numa mesma publicação é um motivo de muita alegria. O Anderson é um profissional que eu sempre admirei, assim como suas ideias e agora ter uma publicação junto com ele é uma satisfação muito grande”, descreve.
Artur Gomes é graduado em História, pela Universidade de Franca (2009), pós-graduação em História do Brasil e da América Latina no cenário geopolítico contemporâneo, pela Universidade de Franca (2011) e pós-graduado em Gestão Escolar, pela Universidade Cruzeiro do Sul (2016). Atualmente é Professor Regente de aulas de História na Secretaria Municipal de Educação de São Sebastião do Paraíso e na Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais. Ele é o autor junto com Anderson Luiz Venâncio do Capítulo 5 da obra, que tem como título Fronteiras: democracia e ditadura na vida e na obra de Sérgio Buarque de Holanda.
“O meu capítulo, em questão, faz uma releitura sobre os conceitos de democracia e ditadura no Brasil sobre a ótica de um intelectual que é o Sérgio Buarque de Holanda, pai do cantor Chico Buarque de Holanda”, explica. Conforme o professor assim como todas as grandes perguntas de história diante da indagação e olhando para o presente, procurando as pistas para explicar estas situações entre o passado e o presente, surgem as incógnitas. “Escolhi este tema porque justamente estes dois assuntos, tanto a democracia quanto a ditadura estão muito em voga”, esclarece. E prossegue: “muitas pessoas estão pedindo a volta da ditadura, enquanto muitas outras estão contestando o estado democrático”, descreve. Em seguida conclui: “então é sempre válido relembrar e revisitar estes temas procurando um fundamento no passado, citando nossa história para ver como foi a nossa trajetória relacionada a isso”, completa.
Segundo Artur se as pessoas fizerem um breve retorno na história vai verificar que a Democracia sempre foi muito frágil. “Então o nosso limite entre democracia e a ditadura sempre foi um limite sensível. Nós nunca tivemos um período muito longo de democracia. Sempre intercalamos um período e outro, desde o começo da República em que a nossa democracia era quase que um teatro”, comenta. Em seguida o professor enumera que, logo veio a ditadura de Vargas. “Depois, tivemos mais um período breve de democracia nos anos 50 e 60 para em seguida retornar a Ditadura Militar”, pontua.
Embora oscile entre um período e outro, novamente as vozes da opinião pública divergem sobre os pontos de vistas. “Então o Brasil sempre dança entre estes dois pontos e eu vejo que hoje no momento atual em que vivemos é outro destes momentos em que muitas pessoas se dividem se posicionando de um lado ou de outro”, conclui. Ele finaliza destacando que o importante é a reflexão que a obra possibilita permitindo um posicionamento qualificado entre estes dois mundos.