Em sessão solene da Academia Paraisense de Cultura (APC), presidida pela acadêmica Leila Yunes na noite de 13 de outubro, houve o lançamento do livro “Enciclopédia Histórica - São Sebastião do Paraíso – 200 Anos”, autoria do acadêmico historiador, Luiz Ferreira Calafiori.
Ao sodalício que teve como mestre de cerimônia a acadêmica Edyna Maldi Borges compareceram acadêmicos, familiares do autor e convidados..
Mensagem exordial em homenagem ao Dr. Luiz Ferreira Calafiori no lançamento da Enciclopédia Histórica 200 Anos 1821 – 2021
Sinto-me honrada em estar representando todos os irmãos com esta Mensagem Exordial. Obrigada Presidente Leila pela oportunidade.
Toda hora é hora para se perguntar: Quem sou eu? De onde eu vim? Qual é a minha história?
Infelizmente nossa geração não recebeu educação de valores, que levaria a preservar bens móveis e imóveis e revelariam épocas e história das nossas gerações. Obras arquitetônicas, patrimônios familiares foram jogados por terra.
Que sonho seria: Abrir espaço para o novo, o moderno que o progresso impera, compartilhando o artigo que revela as histórias. Imagino a riqueza de conter em si o passado e estar contido no futuro, abraçando o presente.
Felizmente existes filhos da terra que se dispuseram a batalhar pela historiografia paraisen-se começada há mais de um século, por dedicadas almas apaixonadas, sensíveis e generosas. Muitos demonstraram seus sentimentos em telas, músicas, versos, histórias, por uma cidade cuja paixão sustenta nossos destinos, alimentando nossa confiança e gratidão cuidando para que os idos não se percam e os vindos tenham histórias para conhecer.
Dentre estes guardiões está nosso Dr. Luiz Ferreira Calafiori. Palavras de Dr. Luiz: “Escrevo para guardar a história e produzir memórias para o futuro”. Isto é ser cidadão, ser irmão, ser pai, filho. Dr. Luiz não é mais um ser individual, é um ser coletivo.
Vou ressaltar aqui alguns trechos do texto de Dr. Luiz, na Antologia dos 30 Anos da APC, que dizem muito de sua expressão emocional:
DIVULGAR PARAÍSO É PRECISO – Urge utilizar dos modernos meios de comunicação da comunidade paraisense, mostrando sua importância como cidade polo do Sudoeste Mineiro. Explicita o somatório de atributos da gentil natureza, como solo fértil e agricultável e em especial, próprio para a cafeicultura que foi a vertente promissora para o desenvolvimento do município. Realça o clima que é absolutamente salubre pela sua altitude.
Dr. Luiz grita com o coração: DIVULGAR PARAÍSO É PRECISO.
Os ornamentos são riquíssimos: A lagoinha, o Morro do Baú de Santa cruz com o Cristo Redentor, o Morro da Mesa, são guardadores naturais e a nossa proteção.
Defende a localização privilegiada do distrito sede, servida por importantes rodovias e provida de excelente aeroporto, fundamentais para a elevação do nível de vida do município.
DIVULGAR PARAÍSO É PRECISO. Saliento o poder do comércio, pecuária, agronegó-cios, parques industriais, rede estudantil pública e privada de qualidade, rede bancária, hoteleira, assistencial e hospitalar. Casa da Cultura, Museu Histórico, bibliotecas, Jornal do Sudoeste, TV Sudoeste, Academia Paraisense de Cultura, tradicionais Congada e Festa de Reis, extensa produção literária cultuando um povo que busca a evolução e conhecimento.
DIVULGAR PARAÍSO É PRECISO!
Comungo com Dr. Luiz esta paixão! Difícil é não se alongar ao falar destas personalidades tão integradas no desenvolvimento evolutivo e promissor de um povo.
Não posso detalhar as conquistas pessoais de Dr. Luiz, pois isto está com Dalila em seu currículo, mas posso dizer que me sinto preenchida e gratificada com o lançamento de Efemérides e Enciclopédia Histórica de São Sebastião do Paraíso – 200 anos. Um elevado presente ao povo paraisense. Eterna gratidão aos apaixonados por Paraíso que consolidaram estas obras.
Imortalizada em seu hino “a Terra Estremecida”, na força do homem com seu machado, foice, arado, corajosos pioneiros que começaram as picadas e ranchos, não pela ambição do ouro, pois sabiam aqui não existir, mas por outra riqueza; a vontade de plantarem suas famílias, o primeiro sonho cultuado por um homem.
Assim as sementes humanas foram se expandindo na gleba de terradas doadas ao redor da capela no bailado do vento, em doce cismar, as mensagens do Coração da Terra iam chegando:
Filhos, os ipês já florescem,
É chegada a hora
De espalhar as sementes,
Neste leito nupcial
Que espera,
E quer gestar!
As irmãs nuvens,
Se recolhem, em reservas de chuva.
O abraço do vento,
Com o beijo do sol
Se comungam,
Criando forças para brotar!
E vem chegando o verde,
Nos corredores nascendo,
Encontrando o horizonte
Sob o céu que vem descendo.
E sem muita demora,
Vê-se um manto, em branca renda,
De um cafezal em flor ...
E os botões, virando fruto ...
De verde, ficando rubros.
Pintando o vale,
Em aquarela multicor!
E os compadres, já chegados,
Se reunirão para a colheita,
Num encontro de amizade,
E gratidão pela empreita!
Filhos sem demora
Encham de milho o paiol,
Serão dourados os sonhos
Pelo olhar da esperança.
Os animais no terreiro
As galinhas, os porquinhos,
Servirão à família!
E para as crianças os ovinhos! ...
Filhos, amem esta terra que é promissora
Tem protetor de nascimento.
A lua aqui sorri mais,
E o sol, a pediu em casamento ...
Francisca Borges da Cunha Zanin – membro da APC.
Currículo
Na sessão solene da Academia Paraisense de Cultura em que houve o lançamento da mais recente obra do historiador Luiz Ferreira Calafiori, a acadêmica Dalila Mirhib Cruvinel fez a leitura de currículo do autor, por ela elaborado.
Coube-me a honra de feitura e leitura da biografia do emérito escritor, autor, Dr .Luiz Ferreira Calafiori a quem parabenizo por mais uma vez divulgar nossa Paraíso com a recente obra “Enciclopédia Histórica – São Sebastião do Paraíso 200 anos”.
O mundo atual seria um deserto árido sem o aparecimento, de vez em quando, de homens de têmpera, idealistas sensíveis, francos e cordiais, atuantes exemplos, prestantes cidadãos.
23 de setembro de 1934. Luiz chega, o caçula dos quatorze filhos do casal, Professor Benedito Calafiori e Dona Suzana Moura Calafiori, de saudosas memórias.
Os primeiros passos na formação educacional, na Escola Campos do Amaral com a excelente professora, educadora, Maria Soares de Paula e Silva. Seguidamente: Ginásio Paraisense, Curso Técnico em Contabilidade na Escola de Comércio São Sebastião, adaptação ao curso científico no Colégio Estadual de Taquaritinga, São Paulo, Faculdade de Direito de Uberaba – turma 1968.
Lecionou por 32 anos consecutivos na Escola Técnica de Comércio São Sebastião, 10 anos na Escola Estadual Paraisense e igual período na Clóvis Salgado. Quinze anos na FACEAC, hoje Faculdade Libertas, onde foi diretor por quatro anos. Uma vida de trabalho e dedicação em favor da terra natal.
Idealizador do CD Sinos de Paraiso, visando divulgação cultural do município. Em parceria com a TV Sudoeste e o Departamento de Cultura Municipal, de escolha popular das Sete Maravilhas de Paraiso em 2010.
Autor da peça teatral histórica: “E assim surgiu Paraiso”, peça em três atos. Fundou o povoado Três Fontes e doou àquela comunidade, juntamente com sua esposa Vanira, a capela dedicada à Nossa Senhora da Aparecida.
Criação da Vila Cristo Rei, com distribuição de terrenos doados pela benemérita família Dr. José de Oliveira Brandão, fonte de partida para os demais loteamentos populares.
Interventor e presidente da 41.ª Subseção da OAB MG, diretor do TG 04-025, presidente do Rotary Club local, membro do conselho consultivo da Santa Casa de Misericórdia, presidente da Academia Paraisense de Cultura e do Conselho Patrimonial Histórico.
Recebeu honrarias e títulos:
Grão-Mestre da Ordem Municipal do Brasão e Ordem Municipal do Mérito Municipal. A Comenda da Ordem Internacional dos Jornalistas e da Cruz do Emigrante pela Academia Brasileira de Arte e Cultura, Láurea “Pero Vaz de Caminha” pelo Instituto Histórico e Cultural do mesmo nome, advogado destaque 1984 pela Subseção OAB- MG.
Na atuação política, Juiz de Paz em duas gestões eleito e reeleito em pleito popular. Curioso o fato de ter ocupado o cargo em função de Juiz de Direito da Comarca dado à vacância desse cargo no espaço de quatro meses, sendo o único paraisense que teve a honra de ter desempenhado tão destacada função a seu tempo. Vereador e Presidente da Câmara Municipal. Prefeito Municipal de 1971 a 1973.
Há autores que explicam suas obras e há obras que explicam seus autores. No caso do escritor em questão, Luiz Ferreira Calafiori, a obra explica o homem devotado no elevado amor à terra mãe São Sebastião do Paraiso.
Como e quando aconteceu, o historiador, Luiz Ferreira Calafi-ori? O emérito escritor em cujo sangue corre as cores de nossa Paraiso na devoção do enaltecer com amor e paixão a Cidade dos Ipês, cujo cognome distrital lhe é devido, e também as bandeiras do Município, da Associação Comercial e Industrial e da FACEAC atual Faculdades Libertas. Em suas palavras: “Quando ainda na infância costumava se reunir toda a família à mesa e nesses momentos sempre gostei de ouvir meu pai e meu avô Antônio Ananias Alves Ferreira, falando com amor sobre Paraiso. Também em 1943, a edição do segundo livro de José de Souza Soares, São Sebastião do Paraiso e sua História que se tornou meu livro de cabeceira. Ao seu falecimento em 1954 pensei comigo, a história tem que continuar”.
Foi assim, que em 1973, veio à lume seu primeiro livro: São Sebastião do Paraiso – História e Tradição. De lá pra cá muitos e muitos outros e outros e hoje aqui reunidos assistimos a mais um lançamento de um novo que chega. Seu propósito como ele bem o diz em seus livros, Divulgar Paraiso é Preciso. E temos mais.
Palestrante sereno, objetivo e profundo, pesquisador sobre história comunitária, tradições e folclore, foi convidado para ocupar uma cadeira de sócio efetivo no respeitável Instituto Histórico e Geográfico, sediado em Campanha, MG. Subida honra pleno merecimento, dignificado pelo exemplo do incansável prestante cidadão.
Nos passeios pela praça da matriz deu-se início ao relacionamento com a atual esposa Wanira, namoro de quatro anos, ela à época cursando o primeiro ano e ele o quarto na Escola Técnica de Comércio São Sebastião. Da feliz união vieram seis filhos, netos e bisnetos.
87 anos bem vividos. Este é o escritor Luiz Ferreira Calafiori, um apaixonado por São Sebastião do Paraíso, filho muito orgulhoso dessa terra abençoada, na fé e no desprendimento e boa parte na literatura.
Parabéns escritor!!!
HISTORIADOR LUIZ FERREIRA CALAFIORI COMENTA SOBRE A SUA MAIS RECENTE OBRA
O historiador acadêmico Luiz Ferreira Calafiori por ocasião do lançamento de seu livro Enciclopédia Histórica, dia 13 de outubro, na Academia Paraisense de Cultura fez o seguinte pronunciamento:
“Caríssima Irmã de Alma”, presidente Leila Yunes, excelentíssimo Sr. Dr. Matheus Colombaroli, preside da Unimed em São Sebastião do Paraíso, excelentíssimos membros de seu douto Conselho Diretor, diletos Irmãos e Irmãs de Alma da APC, prezados convidados que igualmente ilustram com suas presenças esta sessão solene de lançamento do livro “Enciclopédia Histórica”, que reverencia o bicentenário de fundação de nossa querida cidade.
Devido ao surgimento, há quase dois anos da pandemia causada pelo terrível corona-vírus, que vem sendo combatida com todos os recursos científicos e econômicos possíveis em todos os países, inclusive em nosso país, esse gigantesco problema gerou uma nova realidade mundial em todos os sentidos e atuações humanas, inclusive no que diz respeito à maneira de se bem comemorar datas históricas constantes dos calendários nacional, estadual e municipal.
Mas, com criatividade, determinação e o indispensável apoio material popular e/ou de entidades particulares bem estruturadas e competentemente administradas, iniciativas positivas têm sido realizadas nesse sentido e ainda muita coisa pode acontecer tomando-se, é claro, todas as precauções recomendadas pelos órgãos ligados à vida e a preservação da saúde.
Na minha condição de apaixonado pela história municipal, antes do início do ano passado, me dediquei em reunir os principais fatos acontecidos e dignos de destaque em nosso município, desde a doação do “Patrimônio de São Sebastião”, pela família Antunes Maciel, até a atualidade. Concluído mencionado trabalho, cheguei à seguinte encruzilhada: como conseguir meios para publicá-lo, diante de minha manifesta falta de recursos financeiros, e em face da atual conjuntura econômico-financeira, restritiva em todo o país?
Aí, veio-me a luz, enquanto assistia pela televisão o “Terço Pai da Misericórdia”, isso em 20 de março do corrente ano. Então, resolvi enviar um ofício à douta diretoria da Unimed, tradicional e conceituadíssima cooperativa operadora de planos de saúde, fundada em 1992, sediada em nossa cidade, mas com abrangência regional, incluindo por exemplo os municípios de São Tomás de Aquino, Jacuí, Itamogi, e que conta em seu quadro com 52 médicos cooperados e 11 médicos credenciados, mais de 7.300 clientes, e que adota como missão “fornecer serviços de saúde com alto padrão de qualidade e atendimento humanizado, torna-los acessíveis a um maior número de pessoas e oferecer condições de trabalho dignas aos cooperados e colaboradores.
No mencionado ofício, historie que em tempos outros, datas comemorativas com a do primeiro centenário e do sesquicentenário, nossos dirigentes municipais, escolas, entidades culturais e o povão entusiasmado, comemoraram mui festivamente mencionadas efemérides. Mas agora o clima é outro. Entretanto, como dissemos acima, com criatividade e parcimônia e planejamento, alguma coisa pode e deve ser feita, pois bicentenário, é bicentenário.
Ao final, pedi o apoio financeiro para que o referido livro pudesse ser publicado e distribuído pela Unimed, aos seus associados, bibliotecas escolares, públicas e privadas, órgãos culturais, etc., tudo a bem da divulgação cultural paraisense. Tal apelo, depois de ser meticulosamente apreciado pelo douto Conselho Consultivo, mereceu a devida aprovação, o que ensejou a presente sessão festiva de lançamento.
A vista do exposto, aqui nos encontramos para externar a maior gratidão à Unimed em nosso nome e em nome da cultura paraisense, por tão sublime gesto, que tornou possível esta noite memorável justamente nesta casa que representa a fina flor da manifestação cultural de nossa querida Paraíso. À Unimed, nossa calorosa salva de palmas. Ela merece”.
Luiz Ferreira Calafiori, Professor, Advogado, Historiador, membro da APC.
(Prefácio do livro Enciclopédia Histórica – S. S. do Paraíso 200 Anos)
Quando menino, estudei na Escola Estadual Coronel José Cândido, do pré-escolar até a antiga quarta-série, tendo tido aulas com as professoras Walterce Grillo, Benedita Theodoro, Sônia Abraão, Sílvia Aparecida Mano e Neusa Maria Avelar (incrível como a mente das crianças guarda saudosamente os nomes das primeiras professoras).
Foi nessa época que entrei em contato com a história de São Sebastião do Paraíso, com a construção da capela dedicada a São Sebastião e o oportuno comentário dos fundadores, comparando as belezas locais a um paraíso. Assim surgia a cidade de São Sebastião do Paraíso, em Minas Gerais, que ora completa seus 200 anos.
Na atualidade, com tantas informações sendo geradas e disponibilizadas continuamente, torna-se difícil selecionar o que ler e aprender, e muita coisa se perde. Porém, entendo fazer parte do nosso desenvolvimento de cidadão paraisense conhecer a história de onde moramos, como chegamos até aqui e como podemos seguir adiante. É uma das histórias que precisam ser contadas e, para tanto, precisa ser escrita, arquivada e divulgada.
A Unimed, uma cooperativa de trabalho médico fundada em 1992 nessa cidade, tem como uma de suas premissas basilares a ação na comunidade onde se situa, inclusive na parte cultural, incentivando as diversas formas de expansão do conhecimento.
E nesse contexto, achamos importantíssimo contribuir um pouco, atuando ativamente na divulgação da obra do grande historiador paraisense Dr. Luiz Ferreira Calafiori. Que as futuras gerações possam conhecer melhor nossa cidade através das suas pesquisas e palavras.
E viva São Sebastião do Paraíso!
Dr. Matheus Colombaroli
Médico paraisense, Diretor Presidente da Unimed
São Sebastião do Paraíso e leitor de história