PARAÍSO 200 ANOS

Cara a cara com a doença

Prefeito Marcelo Morais buscou enfrentar o coronavírus para proteger a população e fez um embate pessoal com a doença
Por: Heloisa Rocha Aguieiras | Categoria: Cidades | 25-10-2021 22:05 | 195
Prefeito Marcelo Morais
Prefeito Marcelo Morais Foto: Arquivo

A Covid-19 veio como um furacão arrasador em todo o mundo. Quando os primeiros casos surgiram, ninguém sabia o quão sério a doença poderia ser. E assim foi em São Sebastião do Paraíso, onde os casos se agravaram, no início do mandato do prefeito Marcelo Morais, e do vice Dr. Daniel Tales.

"Nós não imaginávamos que seria como foi. Estávamos vindo do total relaxamento que aconteceu com as festas do fim do ano anterior e não conseguimos segurar o que veio depois", conta o prefeito.

Na tentativa de fornecer atendimento a todos os pacientes, Marcelo e Dr. Daniel implantaram o "Centro Covid", em prédio próximo à UPA (Unidade de Pronto Atendimento), a fim de facilitar o trânsito de quem poderia precisar de atendimento mais especializado em relação ao coronavírus. Foram abertos 21 leitos, com a infraestrutura de um hospital de média complexidade.

"O objetivo era que ninguém ficasse sem atendimento. A ideia inicial era a de que, se o paciente chegasse à UPA com sintomas da doença, com um quadro mais grave, ele poderia ir para o Centro Covid, onde receberia análise dos médicos, os primeiros medicamentos, oxigênio, exames e o que mais precisasse. Era uma maneira de dar alívio a quem chegasse com a saturação baixa, passando mal e ali teria cuidados que iriam lhe garantir a vida", conta Marcelo.

O espaço custa aos cofres municipais cerca ade R$ 500 mil por mês e está sendo mantido com recursos próprios. "Estamos segurando os gastos municipais, não gastamos com nada fora do orçamento e por isso ainda estamos controlando a questão de recursos para o enfrentamento da Covid", relata.

Como os números de contaminados e de mortos foi crescendo, Marcelo tomou medidas mais duras para tentar controlar a pandemia na cidade. Foi junto com suas equipes fechar bares e restaurantes onde havia aglomerações e festas clandestinas. "Sempre fui junto como forma de apoio para meu pessoal e para tentar conscientizar as pessoas. Tínhamos números que comprovavam que a circulação de pessoas só aumentava, principalmente à noite, por isso travamos uma essa briga", diz.

O resultado é que o prefeito acabou sendo acometido pelo coronavírus, em uma época em que não havia mais leitos de UTI na cidade e seu estado era crítico. "Foi quando o médico Luciano Constantini me fez usar um equipamento chamado VNI, que ajudou que eu voltasse a respirar melhor e fez com que eu melhorasse", lembra.

O prefeito comemora a realidade atual: "Estamos com um número pequeno de contaminados e o cenário está controlado. O planejamento é retornar à vida normal quando 75% da população estiver vacinada. Hoje estamos com 50% de pessoas com a imunização completa e cerca de 95% da população já tomou a primeira dose. Não corremos o risco de ficar sem vacina, então acredito que em novembro vamos conseguir chegar a essa fase, desde que as pessoas continuem respeitando o vírus e a gravidade da doença", finaliza ele.