J. Silva Materiais de Construção foi fundada por Jovino Silva há 43 anos
Por: Nelson Duarte | Categoria: Cidades | 13-11-2021 05:53 | 1131
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Em 1961 o empresário Jovino da Silva mudou-se de São Tomás de Aquino para São Sebastião do Paraíso, e se estabeleceu no ramo de secos e molhados, o mesmo que exercia em sua terra natal. Montou empório na rua Dr. Placidino Brigagão, confluência com a rua Genaro Joele, onde permaneceu por alguns anos, até transferir o estabelecimento para prédio próprio na avenida Angelo Calafiori, 615. “Tinha o comércio no sangue. Gostava de conversar, se relacionar, meu pai foi verdadeiro comerciante”, diz o engenheiro civil Eder José da Silva.
Posteriormente construiu imóvel e montou o Supermercado J Silva (onde atualmente é o Supermercado Dadá). Naquela época, em fevereiro de 1978, Jovino e outros sócios fundaram A Construtora, que foi o início de suas atividades na venda de materiais de construção que passou a ocupar o imóvel de número 615, na avenida Angelo Calafiori.
Eder Silva é engenheiro civil. Ao formar-se trabalhou em uma construtora em Ribeirão Preto, e ao retornar para São Sebastião do Paraíso, na Construtora Jardim Novo, onde foi responsável por algumas obras e supervisor de outras.
“Em 1982 adquirimos as quotas dos demais sócios e mudamos no nome de A Construtora para J. Silva Materiais de Construção”, conta. Eder passava pela loja no final do dia, e exaustivamente ouvia seu pai externar a vontade que ele fosse ajudá-lo, e acabou por convencê-lo. Em 1988 pedi demissão e me integrei na J. Silva. Em 1995 construímos a segunda loja, na avenida Wenceslau Braz, n.º 1700. Em 1999 adquirimos o terreno ao lado e ampliamos a loja 1 em novo prédio e modernas instalações. Dobramos a área da J. Silva, dos 220 metros quadrados para 1.100 metros quadrados, explica.
Fomos crescendo, sempre procurando nos qualificarmos. Fizemos o “Programa Sebrae de Qualidade Total” com objetivo de padronizarmos todos os nossos processos para atendermos nossos clientes de maneira eficiente. Em 2006 nos unimos com outras empresas das mais respeitadas revendedoras de materiais de construção do Estado de Minas Gerais, e criamos a Rede Gminas. Esta associação nasceu para fortalecer os seus membros e garantir o melhor preço, qualidade e segurança aos clientes de toda a sua rede de associados, salienta Eder Silva.
“Éramos em oito empresários. Passamos a fazer treinamentos juntos, depois contratamos empresa para cuidar de nosso marketing. Novos fornecedores e colaboradores foram se juntando a nós, e formando uma parceria de sucesso. Chegaram novos empresários, fomos nos profissionalizando, contratamos uma equipe de gestores, porque ficou grande o volume de trabalho. Hoje somos 55 empresários com cerca de 100 lojas, entre os estados de Minas e Goiás. É a maior rede de materiais de construção em Minas Gerais, com sede em Alfenas. Lojas espalhadas em todas as regiões do estado”.
Por questão de logística, Eder há algum tempo vinha alimentando a ideia de centralizar a J.Silva Materiais de Construção em apenas um local. Ampliou a área construída na avenida Wenceslau Braz, já com recuo para estacionamento na frente da loja, construiu novo barracão, e em setembro transferiu para lá o estoque da loja matriz, que foi desativada, e alugado o imóvel.
“A decisão foi minha, meu pai no início não era favorável, mas um mês antes de falecer (faleceu há dois anos), ele me disse que eu tinha razão. Em um mês que estou aqui já vejo a diferença, fica mais ágil, temos mais espaço, criei condições de oferecer melhor atendimento”, observa.
O segmento de materiais de construção foi um dos afetados por falta e alta nos preços de mercadorias, no período crítico da pandemia, e segundo Eder Silva “ainda não houve normalização por parte de fornecedores principalmente de pisos cerâmicos. As fábricas concentraram suas produções em pisos mais caros que agregam maior valor para elas. Os mais baratos são poucas indústrias que estão produzindo, e quando produzem dá o que fazer para conseguirmos. Ainda estamos em dificuldade”, comenta.
“Tudo subiu, insumos subiram demais, combustíveis, inclusive o gás que é utilizado para queimar produtos cerâmicos, e impactam nos preços. A pandemia quando veio ocasionou a paralisação das indústrias. Passados uns quarenta dias, o movimento voltou a aumentar e as fábricas começaram a trabalhar com o estoque que tinham nos pátios. Algumas chegaram ter 10 milhões de metros quadrados em estoque, tudo empilhado com lonas.
O consumo se acelerou. Com maior número de pessoas em casa, se iniciaram reformas (querendo morar melhor), a taxa Celic estava ridícula, muito baixa, e quem tinha dinheiro aplicado não tinha rendimento, e por estas razões houve uma corrida para a construção civil. E começou faltar mercadorias. Quando as indústrias ligaram seus fornos, a demanda era muito maior, havia muitos pedidos em carteira, e aí a razão da dificuldade que se arrasta até hoje”.
Eder frisa que essa dificuldade é mundial, não apenas no Brasil. Em alguns países não há mão de obra para a descarga de navios, e o custo de vida subiu. “Estamos aguardando os próximos capítulos”, diz.
Ao comentar sobre os 43 anos de existência da empresa, ele pontua: “A gente constrói prédios, moderniza para atender bem, mas o que fica, é alguém reconhecer que o seu trabalho foi importante na vida dele, isso emociona, e me lembro de fato marcante ocorrido durante o velório de meu pai. Fui procurado por quatro pessoas, separadamente, que me relataram alguns fatos. Perguntaram-me se eu era Eder, filho do Jovino. À minha resposta afirmativa, explicaram que possivelmente eu não conhecia suas histórias. Se tenho uma casa, devo a seu pai que me ajudou, parcelou, teve paciência comigo”, disseram.
Enfrentamos dificuldades incontáveis planos econômicos, inflação de 86% ao mês, mais recentemente esse período de pandemia, e houve momento em que não se via ninguém nas ruas, e cheguei pensar, meu Deus o que será que vai acontecer? Mas sempre tivemos fé em Deus, em vamos em frente, e graças a Ele, até hoje tudo deu certo, diz o diretor da J. Silva Materiais de Construção, empresa associada à ACISSP de longa data.
A Associação Comercial e Industrial é fundamental no apoio que presta aos empresários da cidade. Se desenvolveu muito, o presidente Ailton Sillos é grande trabalhador, inovou fez crescer o campo de atuação da Associação, opina.
Só tenho a agradecer a população de Paraíso e região, que nos prestigiou e continua prestigiando, e fazendo parte de nossa história. A palavra é gratidão, conclui o engenheiro e empresário Eder José da Silva.
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