Sergio Magalhães, 13/11/2021
A noite de sexta-feira gerou expectativa e apreensão em Interlagos depois da classificação para a sprint race. Lewis Hamilton havia sido o mais rápido, mas seu carro não passou na vistoria técnica por irregularidade na asa traseira da Mercedes quando acionado o DRS, a asa móvel.
O artigo 3.6.3 do regulamento da F1 determina que a distância mínima entre as lâminas da asa deve ser de 85mm quando acionado o DRS. No caso de Hamilton essa distância era maior. Mais tarde o caso ganhou um novo episódio: Verstappen também passou a ser investigado por ter ‘tocado’ exatamente a asa do carro de Hamilton após a classificação.
O holandês infringiu o artigo 2.5.1 do Código Esportivo da Federação Internacional de Automobilismo que determina que “em regime de Parque Fechado, ao término de cada classificação, ou corrida, nenhum carro pode ser tocado por ninguém até que seja feita a vistoria técnica”.
O caso se estendeu pela manhã deste sábado até que saíram as punições: Verstappen foi multado em 50 mil euros por tocar com as mãos no carro de Hamilton, o que não significa que ele tenha alterado a asa da Mercedes, até porque não haveria força suficiente para isso. E Hamilton desclassificado, tendo que largar de último na mini corrida, mesmo com a FIA entendendo que a diferença das medidas se tenha dado por falha de montagem ou mau funcionamento do equipamento, e não uma tentativa de burlar o regulamento.
Sob esse clima tenso os carros foram para a mini corrida que definiu a posição de largada para o GP de São Paulo. A sorte de Verstappen era não ter Hamilton por perto; A sorte de Hamilton era que Interlagos permite ultrapassagens.
Na largada Bottas, calçado de pneus macios, assumiu a ponta enquanto Verstappen perdia a 2ª posição para Carlos Sainz, da Ferrari. O holandês acabou escapando da pista na freada do final da reta oposta, mas se manteve em 3º. Lá atrás, Hamilton já ganhava quatro posições.
Na quarta volta Verstappen superou Sainz e recuperou a 2ª posição, enquanto Hamilton já era 13º.
A mini corrida de Interlagos foi disparada a melhor das três experiências que a F1 vem testando para implantar o formato com mais regularidade no ano que vem. Fruto das características do autódromo paulistano, onde sempre costuma acontecer boas corridas.
Na volta 13, Hamilton faz outra bela ultrapassagem, por fora, na freada para o S do Senna sobre Daniel Ricciardo, da McLaren, assumindo a 10ª posição.
Hamilton precisava ganhar o máximo de posições para amenizar as cinco que perderá no grid de amanhã por ter efetuado a segunda troca do motor de combustão da Mercedes. A partir da segunda troca, o piloto perde 5 posições no grid. E o vice-líder do Mundial terminou em 5º.
Valtteri Bottas cruzou em primeiro, somou três pontos e será o pole position do GP de São Paulo. Max Verstappen será o 2º no grid de amanha e soma mais dois pontos, aumentando a diferença para Hamilton em 21 pontos (314,5 a 293,5), com Carlos Sainz em 3º, somando 1 ponto na sprint race.
E a Mercedes não perdeu a chance de ironizar Verstappen. Pelo rádio, o engenheiro falou para Hamilton após a prova: “certifique-se de não tocar em nenhum carro”. Antes o próprio Hamilton havia falado ao cruzar a linha de chegada: “A luta ainda não terminou”.
Sergio Pérez (Red Bull) terminou em 4º e largará desta posição amanhã, seguido por Lando Norris (McLaren), Charles Leclerc (Ferrari), Pierre Gasly (Alpha Tauri), Esteban Ocon (Alpine), Sebastian Vettel (Aston Martin) e Daniel Ricciardo (McLaren), os dez primeiros.
A largada para o GP de São Paulo acontece amanhã às 14h, ao vivo pela TV Band, e Rádio Band News FM.