10 ANOS

Kayho Rodrigues celebra 10 anos de teatro

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Cultura | 14-11-2021 08:25 | 899
O talento de Kayho Rodrigues no mundo teatral completa um década em meio a desafios e conquistas
O talento de Kayho Rodrigues no mundo teatral completa um década em meio a desafios e conquistas Foto: Divulgação

Uma vocação descoberta na adolescência e burilada ao longo do tempo é uma breve síntese da carreira de Caio Márcio Rodrigues David, que no mundo artístico é adotou o nome de Kayho Rodrigues. Tudo começou em 2011 quando ele recebeu a incumbência de organizar uma peça de teatro e desde então, os desafios em sendo superados por quem abraçou a atividade, formou-se no mundo das artes e a exerce em várias funções com maestria, dedicação e competência. Superação é apenas um das palavras que ilustra o quanto Kayho se dedica ao que faz, ao ponto de nem mesmo o período de pandemia da covid-19 ser capaz de intimidá-lo em seu trabalho nos palcos da vida.

Kayho Rodrigues é formado em licenciatura em teatro pela Universidade Ítalo Brasileiro. Posteriormente ele fez especialização em Teatro Educação pelo Centro Universitário de Maringá (PR). Atualmente ele faz mestrado em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Uberlândia (PPGAC-UFU).  No entanto sua história na vida artística teve início há 10 anos. No entanto, desde criança já havia um gosto particular pela atividade que viria a abraçar mais tarde.

Naquela época de estudos ma E.E. Benedito Ferreira Calafiori é que foram dados os passos iniciais rumo a carreira vitoriosa que ele estava começando a construir. “Foi a primeira vez que eu exerci a função de diretor de teatro. A partir daí me encontrei e sabia que queria o teatro para minha vida”, descreve. O jovem talentoso foi em busca de seu ideal e recebeu incentivo total para as suas iniciativas no meio teatral. “Com o apoio do diretor da escola Alípio Mumic Filho, comecei a realizar o projeto ‘Teatro na Escola’, que durou por 8 anos”, conta. “A Gisa e o Alípio são meus padrinhos no mundo teatral, meus incentivadores, sem eles grande parte dos meus êxitos não teriam acontecido e eu sou muito grato a eles”, completa.

A trajetória foi construída em meio a muitos obstáculos que foram sendo superados. Os passos iniciais ensejaram que fosse empreendido muito empenho e dedicação para alcançar as metas e objetivos. “Os primeiros anos foram de muitos desafios e aprendizados”, avalia. Seus primeiros espetáculos foram “Remix” (2011) e “Doce Tentação” (2012). “Co-mo eu era muito jovem, esse período foi difícil e tive muita dificuldade. Passei por muitas resistências, mas aos poucos eu fui superando tudo. Tudo foi de extrema importância para meu amadurecimento”, comenta.

Ao longo do tempo Kayho Rodrigues foi pavimentando a estrada de sua trajetória mesmo sabendo que as conquistas mais valiosas não ocorrem com facilidade e que as vitórias não são fruto do acaso. “Ser artista e produtor cultural em cidade de interior é muito difícil. Hoje em dia vejo que estou nessa carreira porque amo muito o que eu faço, senão eu já teria desistido. As dificuldades estão em todos os sentidos, falta de apoio da população, falta de apoio governamental e não estou falando de recursos financeiros, estou falando de adesão”, salienta.

A questão cultural influencia muito mesmo sabendo que as oportunidades são poucas e os hábitos de convivência com este meio são restritos. “A população da nossa cidade sabe que existe teatro e outras manifestações culturais, porém não existe o habito de ir, de prestigiar”, avalia.

A questão da política de incentivo também é apontada como outro fator desestimulante. “Do governo, seja em qualquer esfera, há sempre uma resistência em relação a classe artística, somos pré-julgados, estigmatizados e muitas vezes deixados de lado. Todo setor tem excelentes profissionais e outros que deixam a desejar, mas observo muitas vezes os que se portam são utilizados para taxar a classe artística”, lamenta.

Mesmo assim Kahyo diz que jamais perderá a esperança por dias melhores. “Sigo em constante evolução e sempre me aperfeiçoando como profissional. O maior desafio que eu encontrei durante esses 10 anos, foi um período que eu fique sem apoio nenhum, e precisei ir ensaiar com meus alunos na rua, no centro de algumas praças. Foi desmotivador”. Contudo não desanimou, pois, o espetáculo não pode parar.

O aprendizado e as experiências adquiridas resultaram em maturidade e estes detalhes estão entre os melhores indicadores de seu legado nesta trajetória. “Hoje em dia faço uma análise dos meus 10 anos de teatro e vejo quantas coisas foram acontecendo, a cada ano eu fui crescendo e minhas apresentações ficando cada vez melhores. Enriqueci muito como profissional”, observa.

Feliz por suas conquistas Kahyo Rodrigues enfatiza os pontos de destaque nesta década de atuação. “Uma das maiores satisfações destes anos foi ingressar no time de diretores da Oficina de Artes Cênicas Sebastião Furlan, a convite da minha grande parceira de trabalho, Katia Mumic. Estou na Oficina desde 2016. Desde então tenho feito grandes êxitos. Inclusive em 2019, produzi o espetáculo que mais me deu satisfação: ‘Roque Santeiro’ de Dias Gomes. Este espetáculo foi um divisor de águas na minha carreira, um espetáculo que mostrou e expressou muito do meu crescimento”, salienta.

Durante os 18 meses do período de pandemia da Covid-19 em que as apresentações artísticas foram interrompidas Kahyo detalha que não foi tempo perdido, mas que aproveitou o período para estreitar contatos e aprimorar seus conhecimentos. “Foi uma fase muito desafiadora para o teatro, particularmente para mim. Foi um momento de reinvenção. Novos modo e modelos de fazer e praticar teatro. Cada um de sua casa. Algo totalmente diferente de tudo que já vivi”, destaca.

E completa dizendo que o aprendizado é constante, principalmente quando não há limites para obter novos conhecimentos e partilhar o que se sabe. “Em maio de 2020 comecei a entrar em contato com vários colegas pelo Brasil. Fiz vários cursos para ver como as coisas estavam rolando. Mas posso dizer que mais uma vez puder aprender, fiz deste momento, uma oportunidade de crescer”, finaliza.