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“Precisava trabalhar e encontrei meu espaço”, diz Reginaldo de Souza da Desfile Calçados

Por: Nelson Duarte | Categoria: Cidades | 04-12-2021 11:39 | 933
Luzia, Tereza, Reginaldo, Rosângela e Regina
Luzia, Tereza, Reginaldo, Rosângela e Regina Foto: Nelson Duarte

Reginaldo de Souza é proprietário da Desfile Calçados, empresa com duas lojas na área central de São Sebastião do Paraíso. A matriz, na rua Coronel Francisco Adolfo, n.º 38, fundada há 32 anos, e filial na rua Pimenta de Pádua, 1029, em 1987. Sobre sua trajetória, ele disse que “precisava trabalhar. Com perseverança, procurou e encontrou seu espaço”.

Reginaldo é paraisense. Morou na zona rural por algum tempo, e começou a trabalhar aos 12 anos como pacoteiro nas Casas Pernambucanas em outubro de 1973. Passou a vendedor e poderia ter chegado a gerente, mas viu que não era o que queria. Em março de 1984 deixou a Pernambucanas e foi trabalhar na Indústria Cacique como representante comercial, onde se familiarizou com o ramo de calçados. Inicialmente atendeu clientes no Estado do Espírito Santo, depois o interior de São Paulo e Mato Grosso.

Com visão empresarial percebeu que havia espaço para abrir uma loja de calçados em Paraíso. Reginaldo conta que o saudoso Geraldo Marques de Paula (Geraldinho) havia encerrado as atividades de sua loja, e há algum tempo o cômodo na rua Coronel Francisco Adolfo, 38, estava fechado. “Eu o procurei, e ele me disse, “para você eu alugo”, e sequer exigiu fiador. Toda a estrutura já estava montada, e eu coloquei o estoque de calçados. A Desfile Calçados se iniciou aqui”, salienta.

Reginaldo continuou trabalhando na Cacique, e uma amiga gerenciava a loja para ele. “Para mim foi muito boa a escola da Pernambucanas e a oportunidade que a Cacique me deu”.

Lembra que “altos e baixos sempre existem. Temos que ter determinação e querer vencer, oportunidades existem para todos e devem ser agarradas com unhas e dentes. Eu não tinha nada. Graças a Deus consegui estudar meus filhos”, enfatiza.

“A pandemia foi um baque muito grande para comerciantes. Ninguém esperava por isso. No início minha loja estava estocada. Não me abalei porque estou estruturado, faço tudo com os pés no chão. Quem souber o que está fazendo, não estiver aventurando, conseguirá se sobressair. Não se pode é abaixar a cabeça. Quando o problema ocorre dentro da loja, é fácil ser resolvido, quando vem de fora para dentro, problema mundial como é o caso que vivenciamos, é mais complicado. Estando estruturado, você deixa de ganhar, mas consegue se manter, que acho ser o mais importante. Você se mantendo estará de bom tamanho”.

Reginaldo vê com bons olhos o desenvolvimento de São Sebastião do Paraíso e os reflexos desse crescimento em termos de oportunidades. “Comento que às vezes as pessoas estão aqui e não notam o quanto a cidade melhorou. Paraíso melhorou demais, comparando-se à época em que comecei. Hoje temos concorrência, mas o número de habitantes também aumentou, e de igual forma, a renda per capta. Cinquenta anos atrás o município sobrevivia da lavoura. Hoje temos dois parques industriais muito bons, que geram muitos empregos. Há uma universidade federal que inicia suas atividades já no próximo ano. A tendência da cidade é crescer e melhorar”.

Sobre a Associação Comercial e Industrial, Reginaldo observa que devem ser consideradas duas situações: antes e depois de Dr. Ailton Sillos. Tive o privilégio de fazer parte da diretoria com ele por dezesseis anos. A Associação cresceu demais, tanto que é uma das melhores do Estado de Minas Gerais. A cidade evolui, e houve um crescimento da ACISSP, uma acompanhando a outra”.

Sobre esses trinta e dois anos de atividades da Desfile Calçados, Reginaldo lembra que “precisava trabalhar, e começou muito pequeno”, procurou e encontrou seu espaço. “O mais importante são os amigos e clientes que me prestigiaram e prestigiam, e uma equipe muito boa de funcionários. Alguns já se aposentaram, outros estão comigo há vinte anos. Tudo o que consegui foi graças a São Sebastião do Paraíso, veio da população paraisense”, conclui.