Somente em janeiro deste ano São Sebastião do Paraíso teve 2.439 pessoas que se infectaram com o vírus da Covid-19. Mesmo com o avanço da vacina que agora atinge o público infantil e abrange as pessoas adultas com a dose de reforço, foram 11 as pessoas que no primeiro mês do ano perderam a vida em função de complicações do coronavírus. Outro indicador de que esta fase da pandemia tem feito muitas vítimas mesmo com a imunização da maior parte da população, é a quantidade de internados ou que estão em isolados, em monitoramento.
De acordo com informações da Secretaria Estadual de Saúde somente em janeiro de 2021, Minas Gerais contabilizou quase meio milhão de casos de covid-19. O número é reflexo do avanço da variante ômicron e já é considerado o maior dado desde o início da pandemia em março de 2020. A expectativa segundo o Governo de Minas é de que no prazo de três semanas o estado consiga superar o estado mais crítico da contaminação.
Em São Sebastião do Paraíso que vinha registrando até dezembro um longo período sem ocorrência de morte, o quadro negativo voltou a fazer parte do cotidiano. Os índices de contaminação e óbitos vinham desacelerando no segundo semestre com o avanço da vacinação. No entanto, o surgimento da nova variante e síndromes gripais em grande escala, fez com que o cenário mais triste da pandemia voltasse a fazer parte da vida de muitas famílias.
Em janeiro de 2021, no auge da crise da covid, Paraíso chegou a registrar 28 óbitos durante todo o mês. Posteriormente com maior controle da doença os números de falecidos por conta da doença foram se reduzindo gradativamente. Entre novembro e dezembro a cidade ficou o maior prazo sem nenhuma ocorrência de pessoa falecida por coronavírus, que chegou a 37 dias.
Se comparado com janeiro de 2022, o número de mortes,11, é bem menor do que o registrado ano passado. Contudo a queda desta estatística não ameniza a dor dos familiares que perdem seus entes queridos em função desta enfermidade.
Os primeiros 31 dias deste ano também foi recordista de pessoas contaminadas. No período foram 5.768 notificações para 2.395 confirmados. O último boletim de janeiro apontava que desde o início do período pandêmico, 8.864 pessoas já se recuperaram da doença na cidade.
Ainda sim, os indicadores apresentam outros números elevados em relação a doença. Em 5 de janeiro deste no eram 26 pessoas mantidas em isolamento e passou no último dia 31 para 688 isoladas. Os casos suspeitos monitorados somam 2.004 registros.
A taxa de ocupação hospitalar na ala covid da Santa Casa de Misericórdia, que em boa parte de dezembro esteve bem baixo oscilando entre um a três casos na UTI e Enfermaria, voltou a subir. No início desta semana a Enfermaria Covid, mantida pelo SUS (Sistema Único de Saúde) apresentava quadro de superlotação ultrapassando em 13% a quantidade de leitos disponíveis. Das 15 vagas oferecidas todas estavam ocupadas e havia mais dois leitos extras sendo ocupados. No setor de tratamento intensivo, o quadro era mais brando, sendo que dos 10 leitos disponíveis, sete estavam ocupados.
Na semana passada o secretário estadual de saúde, Fabio Baccheretti minimizou o impacto da situação em Minas Gerais. Conforme levantamento, a cada um mil pessoas infectadas com a covid-19, neste momento, apenas uma vai para a UTI. Apesar da alta incidência da variante ômicron, o que se percebe, segundo o secretário, é que o aumento do número de mortes "não acompanha o que ocorre na incidência de casos".
Além disso, a vacinação tem se mostrado eficaz para conter óbitos e casos graves da doença. "Se tivéssemos este cenário de alta incidência um ano atrás, sem vacina, estaríamos vivenciando um período muito mais difícil”, comenta Baccheretti.
Em março do ano passado, o número de óbitos decorrentes da infecção por coronavírus, por semana, chegou a 2.777. Atualmente, está em 87. Já em relação às internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), quadro que inclui, entre outras doenças, a covid, o número de ocorrências também é inferior ao mesmo período do ano passado. " A proporção de pessoas que eram internadas em UTI por causa da covid, em relação às que se infectavam pela doença, no ano passado, era de 2,9%. Hoje, essa proporção é 0,09%", apontou Fábio Baccheretti. "É um dado muito menor do que vivenciamos em 2021”, pontuou.
Também foi informado que Minas Gerais aplicou, até o momento, mais de 37 milhões de doses de vacina contra covid, sendo que, entre o público acima de 12 anos, 87,37% das pessoas já tomaram a primeira e a segunda doses do imunizante.
O estado vivencia, o pico da doença com o avanço da variante ômicron. Apesar disso, conforme já enfatizado pela Secretaria de Estado de Saúde, as internações e os óbitos não aumentaram na mesma proporção.