Helio Castroneves é um Monstro das pistas! Ele acabou de vencer no último domingo a tradicional 24 Horas de Daytona nos Estados Unidos, uma das provas mais importantes do calendário mundial do automobilismo. Foi a segunda vitória consecutiva de Helinho na prova, pilotando o Acura DPi da equipe Meyer Shanke Racing em parceria com Oliver Jarvis, Tom Blomqvist e Simon Pagenaud.
Na linha de chegada, apenas 3s028 separaram o Acura conduzido pelo brasileiro do 2º colocado depois de 24 horas de corrida. A menos de 15 minutos da bandeirada a diferença era ainda menor, 0s315. Foi um final tenso, e no espaço de um ano o paulista de Ribeirão Preto venceu duas vezes as 24 Horas de Daytona com uma 500 Milhas de Indianápolis entre elas. É histórico.
Em maio de 2021 Helinho conquistou a quarta vitória em Indianápolis, um feito até então alcançado apenas por A.J. Foyt, Al Unser e Rick Mears, e agora o brasileiro é o único que pode se tornar o maior de todos. Esse ano ele estará novamente em Indianápolis pela mesma Meyer Shanke Racing, uma equipe mediana que lhe atraiu com a proposta de que não podia oferecer tudo o que a Penske (sua antiga equipe) podia, mas prometeu dar ao piloto o que ele precisasse. E está cumprindo a promessa.
A carreira de Hélio guinou-se para os Estados Unidos em 1997 depois de desistir da Europa. A gente nunca vai saber o que teria sido a sua trajetória se ele tivesse ingressado na F1. Pode ser que tivesse obtido algum sucesso, como também poderia ter nadado e morrido na praia como muitos. Na F1 o buraco é sempre mais embaixo, e não que Hélio não tivesse talento para estar lá, pelo contrário, talento ele tem de sobra. É que na F1 não basta só o talento, é preciso ter uma estrutura vitoriosa por trás, e nem sempre é fácil de encontrar.
Na Indy é possível vencer mesmo sem ter o melhor carro do grid. A vitória de Helinho no ano passado em Indianápolis foi um desses casos em que ele não figurava entre os favoritos. A Meyer Shanke fazia a sua estreia na prova e chamou o brasileiro para acelerar o Dallara Honda com as cores preto e rosa. Castroneves já não competia regularmente na Indy, estava concentrado nos carros de turismo da IMSA onde foi campeão em 2020. E a vitória reacendeu o desejo de voltar à categoria em tempo integral.
A longeva carreira de Helinho tem um dado curioso. Até 2020 ele jamais havia vencido um campeonato sequer, mas trazia no currículo três vitórias em Indianápolis que de certa forma vale mais que muitos campeonatos.
Há quem questione se as pessoas dão o devido valor a Castroneves pelo fato de ele nunca ter competido na F1. Eu digo que ele sempre terá lugar de destaque não só entre os fãs de automobilismo como na própria história do esporte a motor. Não tem que provar mais nada a ninguém. Construiu a carreira ao seu modo e deu certo. É um vitorioso, um Monstro Sagrado das pistas, e o mais importante: está feliz. Aos 46 anos disse que ainda ama correr e não dá nenhum sinal de que vai parar. Então tem muita coisa boa ainda por vir.
E para quem gosta de coincidências, no ano passado ele venceu as 500 Milhas de Indianápolis vindo de vitória em Daytona; esse ano a história se repete. Um bom presságio para quem sabe se tornar o maior vencedor de todos os tempos da mítica corrida no próximo dia 29 de maio.