POLEPOSITION

Mudanças necessárias na F1

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 20-02-2022 07:47 | 1003
O belo F1-75, novo carro da Ferrari para esta temporada da F1
O belo F1-75, novo carro da Ferrari para esta temporada da F1 Foto: Ferrari

Valeu a pressão da Mercedes. A Federação Internacional de Automobilismo anunciou mudanças importantes para a temporada que começa no dia 20 de março, no Bahrein. A principal delas, a troca no comando das corridas. Michael Masi não é mais o diretor de prova da F1. Masi foi o protagonista da controversa decisão do campeonato do ano passado que deu o título a Max Verstappen na última corrida.

Dois novos diretores de prova foram nomeados, o português Eduardo Freitas, e o alemão Niels Wittich, que trabalham respectivamente no Mundial de Endurance e no Campeonato Alemão de Turismo (DTM). Ambos sem experiência com a F1, mas serão supervisionados por um antigo funcionário da FIA e que estava aposentado desde 2016, Herbie Blash, que era gerente da Brabham dos títulos de Nelson Piquet em 81 e 83. Os diretores de prova contarão também com uma espécie de VAR do futebol, que dará suporte em caso de manobras polêmicas na pista.

Mudanças também nas regras de corridas encerradas antes do previsto. O estopim foi o GP da Bélgica do ano passado que teve apenas duas voltas com o Safety Car na pista por conta da chuva. Aquela casa decimal que gerou meio ponto depois da vírgula na pontuação de alguns pilotos, como os 395,5 pontos de Verstappen, ou os 387,5 de Hamilton não existirá mais. A fração era oriunda dos pontos que foram distribuídos pela metade, o vencedor Verstappen recebeu 12,5 pontos ao invés dos 25, Hamilton (3º) 7,5 pontos, o que tornou a pontuação quebrada.

De agora em diante, para que uma corrida seja válida terá que ter no mínimo duas voltas sem o Safety Car, e se for percorrido menos de 25% da distância total, apenas os cinco primeiros colocados receberão pontos na ordem de 6-4-3-2-1. Se for encerrada entre 25% e 50% das voltas previstas, os nove primeiros pontuam: 13-10-8-6-5-4-3-2-1. Entre 50% e 75% de corrida, os 10 primeiros receberão uma pontuação mais gorda: 19-14-12-9-8-6-5-3-2-1. E depois de 75% das voltas completadas, vale a pontuação normal para os 10 primeiros: 25-18-15-12-10-8-6-4-2-1.

O bom disso tudo é que desde a criação da F1 em 1950, apenas seis vezes uma corrida foi encerrada antes de completar 75% da distância total. Portanto, estatisticamente é algo raro de acontecer.

Outra mudança abrange as mini corridas, também chamadas de ‘Sprint’, ou corrida de classificação disputada no sábado, novidade adotada em caráter experimental no ano passado e que foi mantida para esse ano. A princípio a F1 planejava realizar seis Sprints, mas as equipes bateram o pé de que com o calendário de 23 etapas e tendo que trabalhar dentro do teto orçamentário de US$ 140 milhões, seria inviável sem uma recompensa financeira. Essa recompensa não veio e todos toparam fazer apenas três mini corridas, a primeira em Ímola, a segunda na Áustria e a terceira em São Paulo, sendo Interlagos a única pista a realizar o evento duas vezes seguidas. Ano passado as outras experiências foram em Silverstone e Monza.

Só que a pontuação será mais generosa. Em 2021 apenas os três primeiros somavam 3-2-1 pontos. Agora os oito primeiros pontuam: 8-7-6-5-4-3-2-1. O grid de largada da corrida do domingo continua sendo o resultado da mini corrida do sábado, mas para efeitos estatísticos o pole position será o piloto mais rápido da sexta-feira na sessão que define o grid para a mini corrida.

A semana foi movimentada com as apresentações dos carros da Alpha Tauri, Williams, Ferrari e Mercedes. E chamou atenção a mudança de postura da Williams, agora sob nova direção, em retirar do bico de seus carros o “S” do Senna, uma homenagem que o falecido fundador e ex-dono, Frank Williams, adotou em seus carros desde a morte do brasileiro em 1994. O novo chefe da equipe, Jost Capito, disse que é hora de olhar para a frente, adotando o slogan “um novo começo”. Faz sentido, não será um minúsculo símbolo estampado no bico de um carro que fará com que Ayrton Senna seja nem mais e nem menos lembrado.