POLEPOSITION

Max Verstappen, presente e futuro da Red Bull

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 06-03-2022 07:27 | 1207
Verstappen assinou o mais longo contrato que se tem notícias na F1, com a Red Bull
Verstappen assinou o mais longo contrato que se tem notícias na F1, com a Red Bull Foto: Divulgação

Max Verstappen assinou um novo, extenso e milionário contrato com a Red Bull que vai até o final de 2028 antes mesmo de o atual vencer. Na prática ele começa em 2024 e vale por três anos, com opção para mais dois. No total, somado ao atual contrato que expira no final do próximo ano, e agora adicionado a mais cinco anos, Verstappen tem o maior contrato já assinado na F1, de sete anos. Os valores não foram divulgados, mas estima-se que o acordo foi feito em 50 milhões de euros por ano, e quando terminar o holandês terá 31 anos e cerca de 350 milhões de euros na conta bancária, fora outros acordos como prêmios por pódios, vitórias e títulos conquistados.

A renovação vem de encontro com sua fala assim que desceu do carro na condição de campeão mundial em dezembro, no GP de Abu Dhabi: “eu amo minha equipe e quero ficar aqui pelos próximos 10, 15 anos, não há nenhuma razão para mudar nunca”.

Verstappen estreou na F1 aos 17 anos no GP da Austrália de 2015 com a Toro Rosso - atual Alpha Tauri -, no ano seguinte foi promovido para a Red Bull e já na primeira corrida, o GP da Espanha, conquistou a primeira vitória na categoria. Sequer tinha carteira de habilitação para dirigir carros de rua na época. Max foi revelado por Helmut Marko, o mandachuva da Red Bull que sempre se gabou de contratar seus pilotos com valores abaixo da concorrência por fisgá-los ainda nas categorias de base, antes de estrear na F1 e com cláusulas que favoreciam a equipe.

A história agora é diferente, a Red Bull sabe o valor e a importância da jóia que tem nas mãos e não quer correr nenhum risco de perdê-la para os adversários. É sabido que a Mercedes sempre pode ser uma ameaça em atrair o holandês, principalmente na medida em que a carreira de Lewis Hamilton vai caminhando para a aposentadoria. O pensamento vem desde 2020 quando houve a última renovação de Verstappen até 2023, e agora, com a prorrogação, a Red Bull joga um balde de água fria em qualquer pretensão da concorrência.

Verstappen conseguiu arrancar da Red Bull um acordo que nem Sebastian Vettel conseguiu quando conquistou o tetracampeonato com a equipe em 2013, e com o futuro promissor pela frente fica difícil fazer o jogo de adivinhação de quantas vitórias e títulos o jovem holandês de 24 anos terá conquistado quando chegar ao fim de seu contrato. É claro que tudo vai depender do desenrolar das coisas, se até lá a Red Bull estará na crista da onda. É por isso que o contrato é dividido em duas partes, a primeira até 2026 e a segunda sendo a opção por mais dois anos.

Tudo normal é assim que funcionam os contratos na F1, sempre com cláusulas de desempenho impostas por piloto e equipe. Mas a Red Bull está investindo pesado para se manter no topo, prova disso é o contrato polpudo que fechou com a Oracle, gigante do ramo de tecnologia, e com a plataforma de criptomoedas, Bybit, além de investir na construção de seu próprio motor a partir de 2026, que será bem-vindo se conseguir fechar parceria com a Volkswagen através da Porsche. Aliás, a extensão do contrato de Verstappen não deixa de ser uma estratégia de marketing para convencer os alemães, afinal, com sete anos pela frente, Verstappen é o presente e futuro da Red Bull.

A semana foi agitada nos bastidores da F1 também com o cancelamento oficial do GP da Rússia não só deste ano, que estava marcado para o dia 25 de setembro, como todo o contrato que visava a realização do GP até 2025 por motivos de força maior.

A F1 que no passado sempre ignorou questões político-social por onde passava, deu uma banana para a Rússia que era um dos GPs mais bem pagos do calendário, cerca de US$ 50 milhões por ano.

De quebra, a Federação Internacional de Automobilismo concorda que pilotos russos possam competir em campeonatos sob sua chancela, mas desde que por bandeira neutra e sem nenhum simbolismo relacionado à Rússia.