POLE POSITION

Começa uma nova era na F1

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 20-03-2022 07:39 | 547
Expectativa de muitas disputas para a nova F1 que começa neste final de semana
Expectativa de muitas disputas para a nova F1 que começa neste final de semana Foto: Autosport

A F1 começa uma nova era neste final de semana, no Bahrein. Novos carros com visual mais agressivo, rodas de aro 18 polegadas com calotas para reduzir a turbulência gerada por elas, a volta do efeitosolo onde a maior parte da pressão aerodinâmica - força que empurra o carro contra o solo, grudando-o no asfalto -, vem do assoalho, diminuindo parte da importância das asas dianteira e traseira que agora ficaram mais simples, formam o conjunto básico das novas regras que visam trazer mais disputas e mais ultrapassagens.

E o mais legal de tudo foi que mesmo com as limitações que o regulamento impôs aos projetistas, o que se viu foi uma variedade de interpretações que resultaram em carros diferentes como há muito não se via na F1. Houve quem dissesse que se todos eles fossem pintados de uma mesma cor, ninguém saberia distinguir de qual equipe seria. Mas para o bem dos fãs e da própria categoria isso não aconteceu.

Há uma expectativa positiva de que a Ferrari possa lutar em pés de igualdade com Red Bull e Mercedes nesta temporada. A equipe italiana fez uma pré-temporada promissora com o modelo F1-75 de Charles Leclerc e Carlos Sainz Jr, mas não quis comprar a ideia de favoritismo neste começo de campeonato. Mas o chefe, Mattia Binotto, não escondeu a satisfação de recuperar cerca de 25% da defasagem de potência que seu motor tinha para os Mercedes e Honda. É que a partir de agora o desenvolvimento dos motores serão congelados até 2025.

A Alpine também comemorou a evolução percebida do motor Renault. Portanto, em questão de potência, Mercedes, Honda, Ferrari e Renault estão praticamente no mesmo patamar, o que acende as esperanças de maior equilíbrio.

Mas para tudo tem um preço, e em se tratando de carros que nasceram a partir de uma página em branco de computador, ainda há muito trabalho de desenvolvimento pela frente. Um deles é se livrar de um fenômeno causado pelo efeito-solo em que todas as equipes estão enfrentando quando o assoalho toca o asfalto, o carro entra num interminável sobe e desce como se estivesse quicando na pista. Isso não só causa desconforto nos pilotos como compromete o desempenho dos carros.

Entre as equipes de ponta, a Mercedes é a que mais sofreu com esse efeito na pré-temporada, tanto que na opinião de vários especialistas, dessa vez a equipe de Lewis Hamilton e George Russel está um passo atrás em relação aos anos anteriores. Mas nunca se pode subestimar o poderio da Mercedes que está na mira da Ferrari, que questiona a legalidade do inovador suporte dos retrovisores, se estaria proporcionando ganho aerodinâmico ou não.

Vai ser interessante acompanhar o desenvolvimento desses novos carros na medida em que o campeonato avance. Os testes de pré-temporada deixaram a impressão de que eles estão cerca de 2s mais lentos em relação aos seus antecessores que vinham com dois anos de desenvolvimento. Mas o diretor da Pirelli, Mario Isola, disse que a velocidade em curvas de alta já é maior do que se previa para o final da temporada.

Da mesma forma será interessante acompanhar a evolução dos pit stops que serão mais lentos por conta do tamanho e peso das rodas, o que vai exigir maior esforço dos mecânicos, principalmente do responsável pelo macaco traseiro, já que os carros passaram de 752 para 798 kg.

Como curiosidade, Max Verstappen optou por estampar o número 1 em seu carro. Desde 2014, com Sebastian Vettel, o campeão não usava o número 1, já que Lewis Hamilton sempre preferiu seguir com o 44.

Este será o maior campeonato da história da F1 com 23 etapas programadas, e ainda que o GP da Rússia tenha sido cancelado, há uma busca por outra prova marcada para o dia 25 de setembro. O GP do Bahrein que abre a temporada tem a largada amanhã às 12h, ao vivo na TV Band e Rádio Band News FM. Hoje tem a definição do grid, também às 12h, ao vivo.