POLEPOSITION

Uma dobradinha da Ferrari sempre faz bem para a F1

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 27-03-2022 08:51 | 609
Ferrari começou forte com dobradinha no Bahrein
Ferrari começou forte com dobradinha no Bahrein Foto: Divulgação

A temporada da F1 começou bem no final de semana passado. Dobradinha da Ferrari com vitória de Charles Leclerc, seguido pelo companheiro de equipe, Carlos Sainz Jr. Foi uma vitória para quebrar muitos tabus. A Ferrari não vencia uma corrida há 45 GPs, não liderava o Mundial desde 2018, não vencia uma corrida de ponta a ponta desde a Bélgica em 2018. A última vitória havia sido em Cingapura/ 2019 corrida em que também havia feito a última dobradinha. De lá até o ano passado a Ferrari mergulhou num fosso. Foi pega com o motor fora do regulamento em 2019 e teve que se arrastar pelas pistas em 2020. No ano passado conseguiu emergir, terminou o campeonato em 3º e com esperanças de dias melhores. E eles vieram.

Uma dobradinha da Ferrari sempre faz bem para a F1. Queiram ou não, é a equipe mais popular, mais querida, que tem a maior torcida espalhada pelo planeta. Leclerc fez barba, cabelo e bigode, obteve o primeiro “hat trick” da carreira, que é quando faz a pole, vitória e volta mais rápida da corrida. De quebra, foi eleito o Piloto do Dia. Mais sensacional ainda foi a disputa acirrada que travou com o campeão mundial Max Verstappen, e se deu melhor. O começo de temporada da Ferrari promete. Há muito não se podia dizer isso.

A Red Bull mostrou ter carro para brigar pelo título. Verstappen abandonou depois de enfrentar uma série de problemas, mas nada que põe em risco o potencial da equipe. Diferente da Mercedes que deixou claro ter muitos problemas para serem resolvidos. “Temos um carro que está quicando muito em todos os lugares, não é apenas na reta. A traseira está muito ruim em todas as curvas de baixa e média velocidade”, disse Hamilton depois do GP do Bahrein em que sem querer foi parar no pódio graças ao abandono duplo dos carros da Red Bull.

Mas a corrida que abriu o campeonato de 2022 teve pitada de contos de fada. A Haas que duas semanas antes do início da temporada estava em maus lençóis depois de rescindir o contrato com uma empresa russa e seu piloto Nikita Mazepin, foi buscar em Kevin Magnussen que ela havia dispensado no final de 2020 e ninguém mais lembrava de seu nome no paddock, a experiência que precisava para ajudar no desenvolvimento do modelo VF-22. E Magnussen levou o carro ao 5º lugar. Um resultado histórico para a Haas.

Na outra ponta, o começo de temporada da McLaren foi desastroso com os dois carros andando o tempo todo nas últimas posições. E pensar que no ano passado a McLaren perdeu apenas no final do campeonato a 3ª posição para a Ferrari.

Sempre que há mudanças radicais no regulamento como as desse ano, existe a possibilidade de mudanças na relação de forças da F1. A Mercedes que dominou os últimos oito anos começou bem diferente. A Ferrari foi o oposto. A Haas deu um tremendo salto de qualidade enquanto a McLaren andou para trás. Mas o regulamento cumpriu o papel que se previa: mais disputas, mais ultrapassagens, maior equilíbrio entre as equipes. Pelo menos no GP do Bahrein o propósito foi cumprido.

Veremos como fica daqui para a frente, e a próxima disputa já está acontecendo neste final de semana com o segundo GP da Arábia Saudita no super veloz e desafiador circuito de rua de Jeddah com expectativa de que esses novos carros alcancem a média horária superior a 250 km/h na classificação de hoje. Ano passado a corrida foi uma das mais tensas por causa da alta velocidade, curvas cegas e pouca área de escape. Algumas pequenas melhorias foram feitas na pista visando dar mais segurança.

A definição do grid acontece hoje, às 14h, e a largada para o GP da Arábia Saudita no mesmo horário, amanhã, com tudo vivo pela TV Band, e também pela rádio Band News FM no domingo.