Na última vez que a F1 correu na Austrália, Lewis Hamilton fez a pole position, mas a corrida foi dominada pelo companheiro de Mercedes, Valtteri Bottas, que liderou 56 das 58 voltas e venceu em 1h25min27s325. Hamilton terminou em 2º e Max Verstappen completou o pódio com a Red Bull. Isso aconteceu em 17 de março de 2019, sob um clima de consternação no paddock com a morte prematura do delegado técnico e diretor de prova, Charlie Whiting, na quinta-feira que antecedeu a corrida.
No ano seguinte, poucas horas antes do início dos treinos livres da sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia da covid-19 e o mundo parou. O GP da Austrália foi cancelado e só está retornando neste final de semana.
Foram três anos sem a clássica corrida em Melbourne, no Circuito Albert Park, que passou por reformas no traçado para melhorar as corridas. Um dos grandes problemas do GP da Austrália, em Melbourne, sempre foi a dificuldade de ultrapassagem, o que na maioria das vezes acarretou em corridas monótonas. E para mudar o cenário, a prova desta madrugada terá quatro zonas de DRS, a abertura da asa traseira móvel. É pra não deixar ninguém com sono aqui no Brasil, com a volta das corridas da madrugada, com largada às 2h, ao vivo na TV Band e Rádio Band News FM.
Some-se a isso a jogada da Pirelli em pular uma gama de composto de pneus entre o médio e o macio (C2, C3 e C5), já que a diferença de desempenho entre o C3 e o C4 é muito pequena, abre um leque para diferentes possibilidades de estratégias ao longo das 58 voltas da corrida.
Toda essa preocupação faz sentido para proporcionar um espetáculo melhor. Por mais que Melbourne seja daqueles locais em que o público respira F1 e emana uma atmosfera agradável, nas últimas três edições do GP da Austrália houve apenas 16 ultrapassagens. É verdade que a F1 tem um novo regulamento que visa aumentar as disputas e proporcionar mais ultrapassagens, tanto que nas duas corridas já disputadas, foram 89 manobras que resultaram em troca de posições no Bahrein e na Arábia Saudita. E com as mudanças de traçado e novas adaptações, o Circuito de Albert Park tem grandes chances de sair da monotonia.
Com a F1 do outro lado do mundo, quando o amigo leitor ler esta coluna, certamente já saberá quem fez a pole position para o 36º GP da Austrália, o 25º em Melbourne. A pole de Hamilton em 2019 foi de 1:20:486, mas a expectativa era de que com as mudanças do traçado e a evolução dos novos carros, a volta pelos 5.278 metros do Circuito Albert Park seja cerca de 5 segundos mais rápida.
Nas estatísticas do GP da Austrália, Lewis Hamilton lidera o ranking de maior número de pole positions (8), mas venceu a prova apenas duas vezes (2008 e 2015). Michael Schumacher, afastado da F1 desde o final de 2013, ainda é quem mais venceu, 4 vezes. Já a McLaren que não vive um bom começo de campeonato é a equipe que mais fez poles (10) e venceu a prova (11) vezes.
Mas o que chama atenção nesse começo de temporada é o desempenho da Mercedes, bem abaixo das expectativas e com muito trabalho a ser feito para resolver os problemas aerodinâmicos que tem tirado o sono dos engenheiros da equipe alemã. Nunca devemos subestimar a capacidade de reação da Mercedes, mas nesse momento Lewis Hamilton e George Russell assistem à distância os duelos entre Ferrari e Red Bull.
Depois de duas corridas, Charles Leclerc lidera o campeonato de pilotos com 45 pontos contra 33 do companheiro de Ferrari, Carlos Sainz Jr, e 25 de Verstappen. Já a Ferrari, abriu 40 pontos de vantagem sobre a Mercedes (78 a 38).