Diante da alta incidência de casos de dengue em 17 municípios da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Passos, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) enviou uma equipe com técnicos, motoristas, veículos e equipamentos para fazer a aplicação do inseticida nas áreas afetadas, entre outras ações. O objetivo da iniciativa é reforçar o trabalho de campo das equipes municipais no combate ao mosquito e conscientizar a população sobre cuidados para combater e evitar a dengue. Em São Sebastião do Paraíso a utilização do fumacê concentrou-se em praticamente 10 bairros da cidade onde foi realizada a aplicação de inseticida para o combate ao mosquito Aedes aegypti.
A SRS Passos também mobilizou prefeitos, gestores de saúde e profissionais de epidemiologia para discutir e alinhar um conjunto de ações para reduzir os riscos de epidemia de dengue na região. O índice de infestação do mosquito é crescente nos municípios, entre eles os de Passos e São Sebastião do Paraíso, que têm as maiores populações da região. Somente em Paraíso a incidência estava em 590 casos confirmados da doença.
O combate intensificado do mosquito da dengue com a passagem dos carros fumacê ocorreu na região central da cidade. Também foi feito o atendimento nos bairros Independência, Cidade Nova, Morumbi, Jardim Europa, Nossa Senhora da Aparecida, Vila Formosa, Lagoinha e Jardim Planalto. O trabalho realizado pela Prefeitura de Paraiso com apoio do Estado com emprego de duas caminhonetes para a aplicação de inseticidas para o combate à dengue, sendo empregada a técnica de UBV terá como principal alvo diminuir o vetor do mosquito da dengue.
No mesmo dia em que se iniciou a aplicação do veneno para reforçar o combate do mosquito da dengue, Paraíso recebeu a visita do secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti que comentou sobre a situação em Minas.
"A cada três anos, temos um pico de casos de dengue", explica o secretário da SES-MG. Ele prosseguiu dizendo que, “foi assim em 2013, 2016 e 2019 e estamos em 2022" comparou. De acordo com ele geralmente, o aumento de casos ocorre em março e abril. "Como estamos em maio e tivemos um pequeno crescimento, não acredito que isso vá se prolongar”, completa.
Para evitar uma epidemia no estado, equipes da secretaria são enviadas para realizar força-tarefa em regiões de mais incidência da doença. As ações envolvem visitas domiciliares para o controle e redução do vetor, além de conscientização e mobilização da população. “Todo mundo sabe como evitar a dengue, em ações como cuidar da limpeza da casa, não deixar água parada, tampar caixas de água”, reforça o gestor.
CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO
Na área da SRS Passos, formada por 27 municípios, foram registrados mais de 3,8 mil casos prováveis de dengue nas últimas quatro semanas epidemiológicas, com alta ou muita alta incidência em 17 deles. Só em abril, houve 57 internações, das quais oito foram por dengue hemorrágica.
“O cenário epidemiológico atual da dengue na SRS Passos caracteriza-se pela ampla distribuição de casos prováveis nos dois municípios - Passos e São Sebastião do Paraíso -, atingindo incidência muito alta nas últimas quatro semanas epidemiológicas”, avalia a referência técnica em arboviroses e coordenadora adjunta do Comitê Regional de Enfrentamento das Arboviroses (Crea), Patrícia Mendes Costa.
Ainda segundo a coordenadora, apesar dos esforços de prevenção, houve um aumento de registros e procura pelos serviços de saúde. Para a referência técnica, algumas ações são potencialmente capazes de produzir mudanças efetivas no cenário atual, como o controle vetorial, mutirões de limpeza, intensificação das ações de mobilização social, capacitação das equipes de saúde e organização da rede assistencial para que o paciente seja assistido conforme os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, reduzindo assim o agravamento dos casos e a ocorrência de óbitos.
AÇÕES INTEGRADAS
O alinhamento de medidas do Governo de Minas e dos municípios passa também pela integração da Vigilância em Saúde e a Atenção Primária à Saúde. Para a superintendente Kátia Gonçalves, o processo de integração requer um planejamento por parte do Crea, e o eixo principal é a ampliação da rede de capacitação e formação dos profissionais. “O resultado é a otimização do tempo das visitas domiciliares, a produção de registros mais completos, atendimento aprimorado e redução da incidência de endemias”, observa.