Joaquim Ribeiro dos Reis - Reis da Guardinha -
Por: Reynaldo Formaggio | Categoria: Entretenimento | 12-06-2022 11:21 | 1072
Joaquim Ribeiro dos Reis, mais conhecido por Reis da Guardinha é o terceiro dos cinco filhos dos saudosos Joaquim Batista Ribeiro e Rita Maria Ribeiro. Dono de uma trajetória de muitas andanças, trabalho e realizações, Reis se tornou especialista em solda por raio x, morando em diversas localidades até se estabelecer no distrito de Guardinha, lugar pelo qual tem enorme apreço e que considera sua casa. Pai de Walkiria, de um primeiro casamento e de Fernanda e Joaquim Filho, junto a sua fiel companheira Adriana, Reis acredita que a riqueza de um homem está em sua palavra, seu nome e principalmente suas ações.
Reis como foi sua infância? Do que sente mais falta daquele tempo?
Nasci há 73 anos na zona rural de Passos, pelas mãos de uma parteira. Foi um pouco difícil, pois naquele tempo morávamos em uma fazenda e a gente começava a trabalhar ainda pequeno. Aos 8 anos ajudava na plantação de arroz, feijão, milho... O sistema era a meia com o fazendeiro proprietário das terras.
O senhor exerceu outras atividades?
Aos 18 anos me mudei para Campinas. Após um treinamento de um ano e meio me tornei soldador de raio x (Nota da redação: A Inspeção de Solda por Raio X tem como função fornecer informações sobre o teor de defeitos de um produto específico e sobre as características tecnológicas de um material. Além disso, é utilizada também para monitorar a degradação de componentes, equipamentos e estruturas). Após esse período de aprendizado, a gente fazia um teste para ser efetivado pela empresa e eu fui aprovado. Eles avaliavam e tudo era conferido pela Petrobrás. Morava em Campinas e trabalhava nesta empresa em Paulínia. Comecei a ganhar muito bem. Depois passei a trabalhar em uma empresa americana, fui transferido para Tocantins, passei por São José dos Campos, na GM. Esta firma cedia profissionais por determinados períodos para outras empresas, pois a procura por especialistas nessa área era grande. Trabalhei também em Brasília até me fixar na Companhia de Cimento Itaú. Lá me casei, tivemos a Walkíria, mas logo nos separamos. É um trabalho de muito estresse, tive depressão e me afastei. Daí comprei um caminhão e fui ser empreiteiro rural na Guardinha. Prestava serviço na fazenda Santa Teresa, do Sr. Evaldo Santini. Após quatro anos da minha separação, me uni à Adriana e foram 27 anos morando na Guardinha.
O que a Guardinha representa pro senhor?
É como se fosse minha casa!
O senhor se candidatou algumas vezes ao cargo de vereador em nossa cidade tendo expressiva votação, mas por questões de legenda não conseguiu se eleger. Qual era sua motivação para ser vereador? E sente-se frustrado por não ter sido eleito?
Queria ajudar a Guardinha, que sempre foi um lugar carente de muitas coisas. Por exemplo, para telefonar a gente tinha que ir até uma casa que tinha um telefone público e aguardar em uma fila de espera. À noite se alguém ficasse doente não dava nem para pedir socorro. Estrada quando chovia não passava carro. Antigamente os prefeitos não lembravam muito de lá. Alguns faziam alguma coisa mínima. O Waldir Marco-lini fez o calçamento de algumas ruas. Lair Furtado foi excelente para o distrito. O Pedro Cerize melhorou o hospital e a creche. Reminho também foi bom para a saúde. Então, como eu conhecia muita gente, dispunha de um carro e ajudava a trazer um doente para a Santa Casa, atendia no que eu podia. Depois colocaram linha de perua e hoje tem ônibus. Minha motivação era essa ao me candidatar, poder ajudar mais o povo de lá. Fui muito bem votado, tive quase o dobro de alguns que entraram, mas por questão de legenda não entrei. Mas não tenho frustração por não ter sido eleito, o povo reconheceu meu trabalho através dos votos que eu tive.
Finalmente está sendo realizado o tão falado asfalto para a Guardinha. Acha que isso pode ajudar no desenvolvimento do distrito?
Pode ajudar e muito! Agora felizmente temos um prefeito da Guardinha. Sou suspeito para falar pois o prefeito Marcelo é meu parente. Mas ele está sendo excelente! Está quase concluindo o asfalto para o distrito, falta cerca de um quilômetro e meio. Ele limpou e fez o calçamento de todas as ruas, não tem uma rua sem calçamento lá! E penso como ele, toda ajuda é bem-vinda, independentemente de partido político. Sempre fui do PMDB, mas tenho boa relação com políticos de todos os partidos e ele também é assim. Sou fiel aos meus e já me prejudiquei por apoiar um ou outro, mas mantenho minha palavra sempre. Sou dessa opinião que a palavra vale muito.
O senhor teve oportunidade de ser síndico do Condomínio Campo alegre por diversos mandatos. Como foi a experiência? Sente que tem vocação para servir?
Me mudei para lá e fui síndico por quatro mandatos, oito anos no total. À época fui eleito com 84 votos contra 16 do outro candidato. Hoje são mais de 300 casas construí-das, muitos condôminos. Deixei o Campo Alegre com um novo poço, 90% das ruas calçadas com recursos próprios do condomínio. A prefeitura emprestava uma máquina e pagávamos o funcionário. Tenho que agradecer demais o Nego (Etore Cantieri), que é muito meu amigo e todos da empresa Cantieri, fizeram um excelente trabalho por lá. Graças a Deus honramos tudo que assumimos e deixamos uma boa marca. Tanto que estou sendo cotado para síndico novamente e vou me colocar à disposição daquela comunidade que cresceu e se valorizou demais. Hoje é um lugar muito agradável, seguro e que aos finais de semana chega a ter 250 carros apenas de visitantes!
Recentemente nossa cidade completou seu bicentenário. Que presente gostaria de dar para Paraíso?
Indústrias, para gerar empregos, acabar com as pessoas ociosas, tirá-las do crack. Mas a cidade vai muito bem. Temos bons hospitais, médicos bons, muitas realizações pela cidade toda. Como disse sou suspeito para falar, mas acho que esse prefeito vai ficar para a história!
Nos conte sobre a família que constituiu. O que eles representam pro senhor?
De um primeiro casamento tenho a Walkiria, que é enfermeira. E com a Adriana, minha companheira, tenho a Fernanda, advogada e o Joaquim Filho, formado em Sistemas da Informação. E também os netos. Família é tudo!
O que costuma fazer nas horas de folga? Tem algum hobby?
Costumo assistir aos noticiários pela TV. Gosto de me manter bem informado.
O senhor é um homem de fé?
Sou temente a Deus e vivo honestamente.
Reis, qual seu maior sonho?
Sonhava em ser advogado, mas não pude estudar. Me realizei formando os três filhos. Levo uma vida simples e agora é viver tranquilamente!