Maria sentia-se feliz. Havia uma radiância dentro de si. Nada de mais. Plenitude é um estado de espírito passageiro e fugaz. Nada é para sempre. Paz é saber sentir a brisa a acariciar o rosto em uma tarde calorenta de verão. É saber que tudo passa. As coisas boas e ruins.
Sorte é se deixar levar por essa sensação de plenitude a invadir-nos com tamanha força e delicadeza.
Felicidade é um sentimento inexplicável. Faltam palavras, verbos, complementos nominais, preposições. Ausenta-se a racionalidade. Entregamos as sensações e vivemos com tal intensidade.
O que é a felicidade? Cada um terá uma forma de ver e sentir. Um sentimento que não cabe em nós.
Alguém explica o voo da joaninha? O motivo da cor vermelha? Isso tudo é uma racionalidade sem cabimento. Viver é sentir. É paladar, olfato, arrepio, audição, tato. É sentir-se tocado pelo amor.
Qual a explicação? Nenhuma.
Ivan Maldi é psicólogo efetivo no município de Pratápolis, especialista em psicanálise, pós-graduado pela Universidade Federal do Maranhão, membro efetivo da Academia Paraisense de Cultura (ivanmaldi@hotmail.com)