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Marcele Rocha

Por: Reynaldo Formaggio | Categoria: Entretenimento | 03-07-2022 09:14 | 1124
Marcele Rocha
Marcele Rocha Foto: Bruno Barreto

Cabelos castanhos claros, olhos verdes, 1,80 m de altura, manequim 36, busto 82, cintura 62, quadris 88, sapatos 39. Essas são algumas das características de uma jovem paraisense que vem se destacando no mundo da moda. Mais do que números e dados, Marcele Rocha Furin traz consigo muito foco, determinação e gratidão por aqueles que a ajudaram na passarela da vida. Filha de Angela Maria, irmã caçula de Marcos Vinicius e neta da saudosa Maria Joana Rocha, Marcele é modelo profissional agenciada pela Another Agency e atua tanto no segmento comercial quanto fashion (passarela). Com apenas 12 anos teve início sua trajetória de modelo e hoje, aos 19, Marcele já acumula vasta experiência, tendo como base a cidade de São Paulo e o mundo como extensão de sua casa. Com opiniões lúcidas e contundentes acerca da sua área de atuação, Marcele Rocha compartilha o caminho já trilhado e os sonhos que certamente realizará.

Marcele como foi sua infância? O que sonhava ser quando crescesse?
Minha infância foi incrível, graças à minha mãe que sempre deu duro para cuidar de nós (eu, meu irmão, e minha avó enquanto estava nesse plano). Fomos criados com muito amor. Meu maior sonho sempre foi ser modelo! 

Sobre seu tempo de estudante. Algum professor em especial a marcou?
Todos os professores que passaram pela minha época de estudante, eu tenho imenso carinho, respeito e admiração! Mas um professor que me marcou muito foi o João Pedro Menezes Jacinto, de História.

Como a moda entrou na sua vida?
A moda entrou na minha vida quando eu tinha 12 anos! Um scouter de uma agência de Ribeirão Preto me parou na rua e pediu para que eu fosse a uma seletiva que iria ter em São Sebastião do Paraíso. O André Pereira Models foi quem primeiro me abriu as portas. Então minha mãe me levou na seletiva, e desde então as coisas foram acontecendo como deveriam ser, e no tempo que deveria ser. 

Em quem você se inspira na sua área de atuação?
Gisele Bündchen! Ela foi meu primeiro “contato” com a moda (fotos, capas, campanhas).

Qual a melhor parte e as maiores dificuldades na profissão de modelo? Definitivamente não é só glamour, certo?
A melhor parte sem dúvidas é quando a gente vê que nosso trabalho está dando resultado! Dificuldades tem muitas, como qualquer outra profissão, mas cabe somente a você decidir se vai suportar o processo com muita dedicação, independente das dificuldades. Quando a gente quer muito lutar por um sonho, as dificuldades são apenas um pequeno empecilho perto da nossa vontade de fazer dar certo. A pior parte pra mim é ter que ficar longe de casa, da minha mãe, irmão, namorado... Realmente muitas pessoas pensam que é só glamour, pelo contrário, principalmente no início da carreira você tem que se dedicar muito e manter o foco, para que você não se perca do seu propósito.

Qual o trabalho mais marcante que você já realizou?
Bom, o trabalho mais marcante foi meu primeiro desfile, para o Vitor Zerbinato. Foi um vestido vermelho de festa com um laço atrás. Esse trabalho me marcou muito por ser o primeiro da minha carreira! 

Em função de sua profissão você viaja bastante, certo? Dá pra conhecer as cidades em que trabalha? Destacaria algum lugar que a surpreendeu?
Sim, na maioria das vezes eu consigo conhecer a cidade. Milão por exemplo é incrível! Eu amei a cidade, a cultura, o estilo de vida... Eu simplesmente amo aquela cidade!

A moda é um reflexo da sociedade, do nosso comportamento e muitas mudanças ocorreram nos últimos tempos, com diversas marcas e profissionais se posicionando quanto ao uso de materiais de origem animal, representatividade, direitos humanos, etc. Qual sua opinião sobre o real papel da moda na sociedade?
Na minha opinião, a moda ajuda muito na construção de identidade pessoal, na auto-estima e em vários outros aspectos… As marcas hoje em dia estão diminuindo de forma considerável o uso de mão de obra escrava, e a vida de animais para fazer casacos de pele. Isso também começa por nós. Quando vamos comprar seja uma blusa, um sapato ou qualquer outra peça, temos que nos questionar e analisar se aquela peça teve trabalho de mão de obra escrava ou se alguma vida teve que sofrer para um luxo humano.

Ainda sobre a representatividade, muito se fala sobre a questão de gênero, com algumas e alguns modelos trans se destacando e também sobre a quebra de padrões estéticos com modelos plus size, corpos e etnias diversos. Qual sua opinião sobre este tema?
Eu amo que a moda esteja abrindo espaço para todos tipos de perfis! Antes, o “padrão de beleza” estabelecido não fazia muito sentido. Seja sua cor, sua altura, seu peso, seu gênero, cada um tem sua beleza e acima de tudo, temos que nos sentir confortáveis e felizes da forma que achamos melhor.

Outro tema importante é a saúde física e mental das modelos, dada à pressão por determinados padrões. Já passou por algo nesse sentido ou presenciou colegas com problemas como bulimia, anorexia e auto-aceitação?
A cobrança pelo corpo “perfeito” existe. Eu já passei por isso, já vi muitas meninas passarem por isso e não é nada legal, simplesmente porque não existe corpo perfeito! Você começa a se cobrar tanto que acaba ficando doente. Eu não cheguei a ficar doente por que decidi que nada poderia custar minha saúde física e mental. Somos seres humanos perfeitos com as nossas imperfeições! Mas já vi muitas meninas ficarem mal pelas cobranças de um corpo perfeito. Eu me cuido muito, claro! Faço exercícios, minha alimentação é saudável, mas não me privo de comer alguma coisa quando estou com vontade.

No que sua família reflete na mulher que você é?
Minha mãe me ensinou a ser uma mulher forte e corajosa. Ela e meu irmão desde sempre vêm torcendo e vibrando muito por mim. Tenho muito apego também às pessoas que não são minha família de sangue, mas torcem muito por mim.

E o que você traz consigo de São Sebastião do Paraíso? Costuma falar sobre seu lugar de origem
São Sebastião do Paraíso, foi aí que eu cresci, onde estudei e aprendi muita coisa... Então sempre digo para todos que eu conheço, da minha cidade querida! 

O que costuma fazer nas horas de folga? Tem algum hobby?
No meu tempo vago eu escuto música ou vejo uma série, yoga às vezes... Sou bem caseira, então não saio muito quando não tem necessidade. E meu hobby é cozinhar, mas não sou tão “incrível” assim na cozinha! (risos)

Marcele, qual seu maior sonho?
Tem muita coisa ainda que eu quero conquistar no mundo da moda. Sonho por exemplo trabalhar em Nova Iorque! 

Gostaria de deixar uma mensagem final para nossos leitores?
Gostaria muito de agradecer as pessoas que me ajudaram, me apoiaram e apoiam. Minha mãe Angela, meu irmão Marcos, meu namorado Yury... Quando a gente tem pessoas para nos dar apoio e nos motivar, tudo fica mais fácil! O sentimento é de muita gratidão!