Que vida louca levamos nós, mães modernas, mães do século 21, mães de filhos únicos, ou de muitos filhos que se tornam únicos pelo pouco tempo que conseguimos ter para cada um…
Que vida louca temos nós, que acordamos ao raiar do dia e saímos para o trabalho delegando a outras, que em casa deixam seus filhos também, que sejam as mães que nossos pequenos não tem…
Que vida louca temos nós que somos mães por telefone em tempo integral, que fazemos de nosso horário de almoço um momento para checar a lancheira, arrumar uniforme, fazer “Maria chiquinhas” e ter tempo de lembrar as antigas mães e mandar seu filho escovar os dentes…
Que vida corrida temos nós, cheia de horários marcados com momentos de ser mulher, mãe, amiga, esposa, profissional, namorada… Somos muitas e às vezes não conseguimos ser tudo…
Vivemos uma rotina que rotina mesmo quase não tem, pois o dia é sempre um mistério para aquelas que têm filhos, afinal nunca sabemos se o dia que começou é o dia marcado para a dor de garganta chegar, ou para a prova surpresa de matemática, ou para briga com o amiguinho na escola, ou para pesquisa sobre o relevo que ele se esqueceu de te avisar…
Sabemos apenas que vivemos assim…
Acordar… Trocar de roupa para o trabalho, olhar seu filho dormindo por mais alguns minutos e ter vontade de ficar com ele só por hoje um dia inteiro, sair de casa, despedir-se do filho, ir para o trabalho, ser profissional, ser mulher moderna, ser guerreira, lutar pra vencer, fazer a diferença no mundo profissional…
Ligar ao longo do dia para marcar pediatra, fugir correndo do serviço para assistir a apresentação da escola no dia das mães, procurar alguém para buscar seu filho no final da aula porque hoje apareceu uma reunião e não tem como ir, e sempre acabar contando com a sua mãe para te fazer esse eterno favor…
Correr, preocupar-se, desdobrar-se vencer o dia, e ainda chegar em casa checar a tarefa, supervisionar o banho, fazer mil e uma perguntas sobre o dia de seu filho, sentir-se culpada por não ser mais presente, brincar, dar atenção, cantar uma música, ler uma história, assistir pela bilionésima vez o filminho da Disney e acabar adormecendo ali, na caminha de solteiro ou do lado do berço, cansada, mas realizada por ter sido por mais um dia MÃE…
Texto de Juliana Nunes