POLEPOSITION

Ímola entre homenagens e comemorações

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 18-05-2024 04:00 | 1755
Pilotos, mecânicos, engenheiros, todos reunidos em homenagens a Senna e Ratzenberger em Ímola
Pilotos, mecânicos, engenheiros, todos reunidos em homenagens a Senna e Ratzenberger em Ímola Foto: Sutton F1

A F1 chegou em Ímola ainda embalada pela vitória de Lando Norris, em Miami, que trouxe novo alento para o campeonato que vem sendo amplamente dominado por Max Verstappen. A Ferrari corre no quintal de sua fábrica em Mara-nello e levou para a corrida um extenso pacote de atualizações para as SF24 de Charles Leclerc e Carlos Sainz. E foi um desses pacotes de atualizações que a McLaren estreou na corrida passada que permitiu a Norris surpreender a Red Bull de Verstappen. Na prática não deve mudar o curso do rio - Verstappen continua favorito -, mas aos poucos, Ferrari e McLaren estão se aproximando da Red Bull ainda que timidamente. Agora é a vez do companheiro de Norris, Oscar Piastri, também receber as mesmas atualizações em seu MCL38.

Muitas homenagens estão sendo prestadas a Roland Ratzenberger e Ayrton Senna que perderam suas vidas no trágico GP de San Marino há 30 anos na mesma pista de Imola. Desde 2020 quando o circuito voltou ao calendário da F1 para preencher o calendário desfalcado com os cancelamentos de várias provas por conta da pandemia de Covid-19, a prova recebeu a denominação de GP da Emilia Romagna. Ano passado a corrida foi cancelada em função das fortes chuvas que causaram inundações, mortes e um rastro de destruição, nem tanto como as que devastaram o Rio Grande do Sul, mas que castigaram terrivelmente o norte da Itália.

A F1 completou 74 anos na última segunda-feira. Tudo começou em um sábado, 13 de maio de 1950 no tradicional Circuito de Silverstone, conhecido como o berço do automobilismo, mas que antes de virar pista de corrida, serviu como base para a Royal Air Force, a Força Aérea Britânica durante a Segunda Guerra Mundial. Giuseppe Farina liderou a trinca da Alfa Romeo e venceu a prova à frente de Luigi Fagioli e Reg Parnell, os únicos a completarem as 70 voltas do GP da Grã Bretanha.

A pole position foi do italiano Farina com 1min50s8 (não havia casas decimais na cronometragem daquela época). Dos 21 pilotos que largaram, apenas 9 receberam a bandeirada. Farina fez também a volta mais rápida em 1:50:6, estabelecendo o primeiro hat trick da história (pole position, vitória e volta mais rápida da prova).

Yves Giraudi-Cabantous (Talbot) e Louis Rosier (Talbot) completaram os 5 primeiros que receberam 9-6-4-3-2 pontos respectivamente. Como saudosista, eu sempre penso que a F1 nunca deveria abandonado aquele sistema de pontuação que posteriormente incluiu o 6º colocado com um ponto. Mas isso é assunto para outra coluna.

De lá para cá foram realizadas 1.107 corridas. 854 pilotos se inscreveram e 70 deles jamais conseguiram se classificar para a largada. Até aqui, 784 disputaram corridas, 174 tiveram apenas uma participação. Lando Norris tornou-se o 114º piloto diferente a vencer corridas. 352 pilotos pontuaram até hoje, 106 fizeram pole position, 213 subiram ao pódio, 23 estrearam com pódio, 68 pontuaram na corrida de estreia, 46 venceram em seu país, 34 pilotos de 16 países foram campeões e 46 foram vice-campeões. Entre as equipes, 83 pontuaram, 40 fizeram pole position, 37 venceram corridas e apenas 16 venceram o campeonato de construtores. A F1 já passou por 34 países e 77 pistas diferentes.

Dito isto, a corrida de amanhã será o 31º GP em Ímola. O primeiro foi em 1980, que recebeu o nome de GP da Itália enquanto Monza passava por reformas. E permaneceu no calendário até 2006 como GP de San Marino, retornando em 2020. E tem piloto na marca do pênalti na F1. Se fosse no futebol poderíamos dizer que Kevin Magnussen está pendurado com cartões amarelos. A situação do dinamarquês se complicou com a enxurrada de lambanças que aprontou no final de semana do GP de Miami que resultou na soma de 5 pontos na superlicença, uma espécie de CNH dos pilotos, que somados a outros cinco que recebeu nas corridas passada, o deixa apenas 2 pontos de receber uma suspensão.

Desde que a regra foi adotada em 2014 ninguém foi suspenso, mas o agravante de Magnussen é que ainda restam 18 provas pela frente e ele terá que pilotar com cautela, o que não é do seu estilo. Mas cabe um mea culpa da Haas por algumas manobras antidesportivas de seu piloto para proteger a posição do companheiro Nico Hulkenberg que resultou em alguns bons pontos para a Haas que foi a lanterna do ano passado e surpreendentemente ocupa a 7ª posição à frente de Alpine, Williams e Sauber.