EMPODERAMENTO FEMININO
Roger Vadim foi um cineasta francês famoso não somente pela qualidade de seus filmes, mas também por uma vida amorosa invejável. Simplesmente foi casado com as maiores beldades de sua geração: descobriu o talento de Brigitte Bardot, de quem foi o primeiro amante e marido; casou-se em seguida com Catherine Deneuve, a famosa bela da tarde do cinema novo europeu; por fim, já na meia idade, descobriu e viveu com outro símbolo sexual, a americana Jane Fonda, o par de pernas mais famoso dos anos 1970. Tão deliciosa sua biografia, que narra ter acordado de um enfarte com todas as três, já então celebridades mundiais, ao redor de seu leito de hospital. Sem dúvida, poucos podem contar uma história como essa. Não estou falando apenas de um astro que também papava celebridades. É claro, médicos casam entre si, profissionais do Direito também têm esse hábito, e não seria diferente com artistas. Todos bem apessoados, é claro que dormem com a cama enfeitada toda noite. Não é disso que falo. Bardot, Deneuve e Fonda foram as maiores divas de várias gerações! É como se o sujeito, hoje, se casasse em sequência com Angeline Jolie, Julia Roberts e Shakira. Certamente, Roger Vadim tinha histórias para contar. E contou. Pouco antes de sua morte publicou uma autobiografia em que narra sua carreira e o seu envolvimento com as três mulheres de sua vida, as mais poderosas de sua época. No livro, disseca a mulher, o que é muito interessante nesses tempos do conceito piegas e abrutalhado do empoderamento feminino. As mulheres que de fato mandam e interessam, ditam moda e formam opinião, são doces, meigas. Espargem felicidade e não bordoadas.
DISSECAÇÃO
Para entender as mulheres é necessário disseca-las, como o fez Roger Vadim. Como tentou Sigmund Freud. Aliás, este último, o pai da psicanálise, acabou afirmando não conseguir entende-las. Se ele não conseguiu, o que dizer de nós, humildes aprendizes das artes e ciências da vida? Bem, Vadim – diretor, dentre outros, do famoso filme “ E Deus criou a mulher” – dizia não se iludir com a alma feminina. E explicava: quando uma mulher lhe diz ´vai me amar para sempre?´, na verdade quer dizer ´por favor, não me deixe apaixonar por outra pessoa.´ No fundo, nós é que somos escolhidos e depois descartados pelas mulheres, só não percebemos isso. Elas é que são poderosas e sempre foram. Não precisam de nenhum empoderamento proveniente de algum movimento ridículo de ocasião e elaborado por um bando de perniciosas incentivadoras da guerra entre os gêneros. Não há guerra entre os gêneros. As mulheres sempre nos mandaram e ponto – percebamos ou não isso. E há várias maneiras de dar ordens, as mais eficientes geralmente são murmuradas entre lágrimas, sorrisos e gemidos de prazer.
MULHERES
Anos atrás escrevi aqui sobre os tipos de mulheres que há no mercado. Feministas me escracharam. Não tenho culpa de detestar o feminismo, que para mim é o machismo ao contrário, do avesso. Se somos todos iguais, para quê brigar por igualdade? O feminismo não resiste a uma análise lógica. Mas vamos aos tipos de mulheres detectáveis nessa vida: a) a mulher verdureira, que escolhe seu homem como quem está escolhendo tomates em um sacolão, optando pelos mais aprazíveis e simplesmente desprezando o restante, tratando aos solavancos aos demais, que repudia; b) a mulher encruzilhada, a indecisa com dificuldade enorme para escolher seu par, exigente e insegura demais, não consegue optar entre o ser amado e o colo da mãe; c) a mulher adrenalina: está insatisfeita sempre e quer emoções fortes, quer “viver”, e raramente consegue permanecer casada; d) a mulher remela: simplesmente não sabe escolher homens, escolhe os piores, contra os conselhos de todos e os diversos exemplos bem debaixo do seu nariz, age como no ditado: não gosta dos olhos, mas da remela...e) a mulher mãe: cuida do parceiro como se fosse um filho e lhe perdoa todos os pecados, é superprotetora e ama incondicionalmente, é feliz na sua infelicidade e não trocaria sua vida por nenhuma outra, teimosa que é.
INGLESES
Está difícil ser homem público, aqui e na Inglaterra, no mundo todo, aliás. Se continuarem nesse patrulhamento moralista ridículo, dentro em breve ninguém mais vai querer ser político. O parlamento inglês, que já havia forçado a renúncia e depois suicídio de um ministro simplesmente porque acusado de pegar no joelho de uma jornalista trinta anos atrás (joelho!!!), agora provocou a demissão de outro parlamentar porque o sujeito foi surpreendido acessando sites pornográficos de um computador corporativo. Desse jeito, se arrotasse na mesa ou tirasse meleca do nariz ia preso por crime inafiançável. Vamos trabalhar, gente....
O DITO PELO NÃO DITO
“Deveríamos ter duas vidas. Uma para ensaiar, a outra para viver”. (Vittorio Gassman, ator italiano).
RENATO ZUPO, Magistrado, Escritor.