GADO

Paraíso vai aderir ao programa de melhoria genética do gado

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Agricultura | 26-04-2017 11:05 | 1840
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Produtores de gado de São Sebastião do Paraíso poderão aderir ao programa de melhoramento da qualidade do rebanho bovino. Esta é uma das finalidades da nova lei apresentada pelo Poder Executivo e aprovada pela Câmara Municipal. A iniciativa prevê a participação dos criadores de gado no projeto já existente em várias cidades da região, a partir da utilização de um banco de sêmen utilizando-se de vacas e touros de qualidade genética superior.
Este trabalho está sendo implantado no município com apoio do deputado estadual Antônio Carlos Arantes. Através de sua assessoria a proposta foi apresentada na reunião do CMDRS (Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável) e teve boa aceitação dos representantes das associações de produtores rurais. Conforme informações do chefe de Departamento, da Sede-agro (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável), Marco Aurélio Alves de Paula, o programa poderá ser desenvolvido em várias comunidades rurais de Paraíso. “Produtores de várias regiões manifestaram interesse em participar do programa”, disse.
Conforme a legislação aprovada recentemente foram feitas modificações na Lei Municipal nº2551 de 28 de janeiro de 1998, que dispõe sobre a doação de mudas, sementes e semens bovinos a pequeno  e médios produtores rurais. Agora a prefeitura poderá beneficiar os produtores destas áreas inscritos em projetos e programas desenvolvidos pela Sedeagro. “A intenção é trabalhar a questão do melhoramento da bovinocultura, com o apoio do deputado, como já ocorre em várias cidades do interior”, descreve Marco Aurélio. A iniciativa beneficia produtores de gado de corte e leite.
Em Minas Gerais existe o Pró-Genética, programa que promove a qualidade de vacas e touros visando aumentar a aumentar a produtividade, competitividade e sustentabilidade da atividade pecuária. O projeto mineiro é apontado como uma das principais inovações de Minas no setor, que oferece uma grande oportunidade para a evolução da pecuária leiteira em todo o País. Criado em 2006, o programa promove, regionalmente, feiras de touros e vacas de qualidade genética superior, com o objetivo de aumentar produtividade, competitividade e sustentabilidade da atividade pecuária mineira.
O deputado Arantes participou ano passado, em Carmo do Rio Claro, junto com outros parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas de uma audiência pública para debater o assunto. Antônio Carlos  afirmou que o pilar de sustentação do Brasil é o campo. “É a agropecuária que faz a diferença no País”, ressaltou. Em cerimônia antes da audiência pública, houve assinatura de convênio com 33 municípios do Sul de Minas para distribuir 33 botijões de sêmen bovino, via emenda parlamentar dos deputados. “Nosso objetivo é o melhoramento genético do gado da região”, assegura.
Um relatório de produção de sêmen bovino no Brasil divulgado pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA) traz a raça Girolando como a maior produtora entre as raças leiteiras. Das 1.209.436 doses produzidas em 2015, quase 54% foram de Girolando, totalizando 641. 360. Este ano a associação divulgou de forma separada o volume de doses produzidas por touros Girolando com composição racial 5/8 (326.572) e com composição racial 3/4 (314.788).  
Já o total de doses vendidas das raças leiteiras ficou em 4.328.689, em 2016 ante 4.921.341, no mesmo comparativo de 2015. Essa ligeira queda é explicada pelo aumento dos custos de produção em função da desvalorização do real e a manutenção dos preços do leite pago aos produtores, trazendo menor rentabilidade à atividade.   
Minas Gerais foi o Estado com maior comercialização de sêmen leiteiro, respondendo por 30%, seguido de Paraná e Rio Grande do Sul com 16%, cada. Juntos, os segmentos de corte e leite comercializaram 12.606.703 doses, ante 12. 037.346 no ciclo passado. No mercado externo, as vendas também evoluíram no leite, com 118.852 doses comercializadas, ante 112.787, um incremento de 5,4% na mesma comparação.