Para a formação de um fruto de café, o produtor necessita de aproximadamente 20 cm² de área foliar no pé. O número reflete a importância da manutenção da maior quantidade possível de folhas durante o processo de colheita, que muitas vezes é realizada de forma mecanizada, podendo trazer algum desgaste para a planta. Os cuidados para que esse nível de retenção foliar seja satisfatório devem começar na pré-colheita, sendo o elemento cobre essencial no processo.
Na região de São Sebastião do Paraíso (MG), os produtores que estão utilizando o cobre para esse fim já estão enxergando resultados positivos, conforme explica o consultor sobre cafeicultura, Felipe David Oliveira Lemos. “Os testes que realizamos em campo mostram que a eficiência da retenção foliar gira em torno de 25% a 40% superior se comparada a das áreas onde não foi aplicado o cobre”, conta. O consultor afirma que isso ocorre porque o elemento diminui a produção do etileno, hormônio que está correlacionado a rescisão das folhas.
Além do cuidado com a retenção foliar, o engenheiro agrônomo da Alltech Crop Science, Marcus Agnolo, especializado em café, ressalta a importância do cafeicultor conseguir manter essas folhas firmes e em bom aspecto. A medida ajuda a evitar as quedas prematuras durante o processo de colheita, interrompendo suas funções vitais. “Se associado a aminoácidos, o cobre permite ainda que as folhas, que foram garantidas, continuem saudáveis, realizando fotossíntese e fornecendo energia à planta”, explica.
Ao atingir um bom nível de retenção foliar, o principal benefício é a produtividade, destacam os especialistas. “A grande vantagem é entrar na próxima safra com um maior potencial produtivo na lavoura de café. Além disso, quanto mais folhas o pé conseguir reter, maior será a taxa de fotossíntese, melhor desenvolvimento pós-colheita e crescimento dessa planta na safra subsequente”, salienta Lemos.
Com o uso do cobre, ganha-se também em qualidade. “O elemento vai auxiliar o produtor na melhora da qualidade da secagem, devido a isso é possível melhorar a qualidade da bebida. Nas áreas onde trabalho, produtores já apresentam melhor pontuação do café, chegando até mesmo a vencer concursos de qualidade. Locais onde se produzia bebida dura ‘sabor acre, adstringente e áspero’, estamos passando a oferecer bebida mole com ‘aroma e sabor agradável, brando e adocicado’”, complementa o consultor.