Amorim, sem querer arrematou um alazão

Raciocínio rápido, destemido, deveras corajoso ao defender
suas posições. Polêmico nos embates, atencioso, predicado que o tornou popular,
garantindo-lhe expressivas votações. Assim foi o vereador Antonino Amorim que
faleceu vítima de acidente em agosto de 2008 quando viajava de São Sebastião do
Paraíso para Belo Horizonte.
De minhas coberturas jornalísticas nas sessões da Câmara
Municipal de Paraíso, certamente poderia escrever um grande capítulo à parte,
relatando episódios em que Amorim foi figura central. Há também outras curiosidades que não estão
escritas nas páginas do Jornal do Sudoeste, mas que são de nosso conhecimento,
como sua proximidade com o ex-governador, senador e ministro das Comunicações,
Antônio Carlos Magalhães, que apreciava um bom café arábica, de nossa região.
Distribuía cumprimentos por onde passava, chamando pessoas
pelos nomes e quase sempre acenando, hábito que certa feita acabou lhe
ocasionando surpresa. Foi uma época em que praticamente toda semana havia
leilões no tatersal no Parque de Exposições João Bernardes Pinto Sobrinho, onde
se realiza a Expar. Sempre alternando, entre equinos e bovinos.
Amorim que normalmente era irrequieto, naquela noite estava
sentado, mais prestando atenção em quem passava no entra e sai, e também sentados ao seu redor, que propriamente no
leilão. E circundando a pista onde animais eram apresentados, o pessoal encarregado
de ver quem dava lances estava atento. E cada vez que Amorim levantava o braço
para cumprimentar alguém, era entendido como se ele estivesse aumentando o
lance.
Moral da história: acabou arrematando, sem querer, um baita
de um cavalo, daqueles fogosos, bonito na verdade, no qual, bem arreado
cavalgou pela cidade. Pouco tempo depois, desfez-se do alazão.