Imbatível por muitos domingos no "Revelações"

Rádio Difusora Paraisense na Rua Pimenta de Pádua, seu segundo endereço, de vez que quando inaugurada funcionou à Rua Pinto Ribeiro, esquina com a Rua Alferes Patrício. Foto: Arquivo JS

Pedro Doçura ao trompete, Expedito Pereira (Mazzaropi) violão tenor, Laércio Dias, violão, Salvador Oliveira (Dodô) percussão, dentre outros componentes, eram integrantes do Regional A 4. O nome era uma alusão ao prefixo ZYA4 da Rádio Difusora Paraisense, e o regional acompanhava participantes do programa radiofônico de auditório, "Revelações", apresentado semanalmente aos domingos, às 10 da manhã.

Eram calouros que se inscreviam, e enfrentavam fila de espera para serem chamados, a princípio para o ensaio, quinta-feira à noite, para no domingo seguinte ganharem lugar ao sol, inspirados em interpretações de Nelson Gonçalves, Chico Alves, Orlando Silva, Ângela Maria, Emilinha Borba, Sarita Montiel, Ivon Cury, Cauby Peixoto, Cyro Monteiro, Miguel Aceves Mejia e tantos outros artistas que se destacavam.

O Revelações, da Difusora Paraisense, foi inspirado em programas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, por exemplo, Papel Carbono, apresentado por Renato Murce, ou o do mineiro Ary Barroso na Rádio Tupi.

O programa tinha grande audiência, e os mil watts de potência do transmissor da emissora fazia milagre, nos 820 kiloherts, ponto oito fazia milagres. Cobria extensa área no Sudoeste Mineiro e Nordeste Paulista, conforme se enfatizava.

Cantores, cantoras e instrumentistas se apresentavam no programa brilhantemente conduzido por José Hilton Pinheiro de Alcântara. Permaneciam para a semana seguinte aqueles que conseguissem maior volume de palmas, vindas do auditório, medição feita por potenciômetro na técnica de som.

Meu amigo José Petronilho, o Zé Paulistinha que se notabilizou como fundador e integrante de escolas de samba em Paraíso (Velhinhos Transviados, dentre outras), permaneceu muitas semanas sendo primeiro colocado como calouro a cantor.  Pôs muito concorrente debaixo do braço, contando com a imprescindível ajuda de uma plêiade, legião de amigos, colegas em uma fábrica de calçados que lotavam o auditório, e eram bons nas palmas.

Bons tempos.
(Publicado no Informativo da Academia Paraisense de Cultura – APC Janeiro/Fevereiro de 2019 - Ano II - nº 015)