Foto: Arquivo

Uma ocorrência registrada na noite de quarta-feira, 2, em São Sebastião do Paraíso, trouxe à tona um caso de importunação sexual que teria ocorrido dentro de uma Kombi escolar no distrito rural da Guardinha. A vítima, uma estudante de 17 anos, relatou à Polícia Militar que o motorista do transporte, um homem de 42 anos, tentou beijá-la à força e a abordou de forma inapropriada durante o trajeto até a escola.

De acordo com o histórico da ocorrência, a adolescente estava sentada no banco da frente do veículo, enquanto dois meninos ocupavam o banco traseiro. Após a descida dos colegas, ela permaneceu sozinha com o motorista. Nesse momento, o condutor teria puxado o braço esquerdo da aluna, cheirado seu pescoço e tentado beijá-la, sem seu consentimento. A jovem se esquivou e o advertiu, dizendo que entre eles havia apenas amizade e que ele não deveria agir daquela forma, pois ainda precisaria buscar outra estudante.

O motorista então teria respondido que “na volta iriam terminar a conversa” e passou a perguntar insistentemente o que ela lhe daria como presente de aniversário, já que a data seria no dia seguinte.

Abalada, a adolescente relatou o ocorrido inicialmente a uma funcionária da cozinha da escola. Em seguida, compartilhou a situação com uma colega de sala, até que o fato chegou à supervisora escolar, uma mulher de 70 anos. A direção prontamente acionou a Polícia Militar e reteve os estudantes da zona rural na escola até a chegada da viatura, como medida de segurança e preservação dos fatos.

Quando questionado pelos policiais, o motorista afirmou que ficou sozinho com a aluna apenas por um breve período antes de seguir para buscar outra estudante, e negou qualquer conduta inadequada. Ambos foram encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paraíso, onde passaram por avaliação médica..

O caso foi oficialmente registrado como importunação sexual consumada, com base no artigo 215-A do Código Penal, e segue agora sob investigação da Polícia Civil. A Kombi escolar utilizada no transporte foi identificada e incluída como material relacionado à apuração, juntamente com as fichas de atendimento. A Promotoria da Infância e Juventude poderá ser acionada, e o Conselho Tutelar deverá acompanhar a jovem nos próximos desdobramentos. 

O juiz impôs três medidas: o comparecimento obrigatório aos atos do processo, a obrigação de manter endereço atualizado e a proibição de se aproximar da vítima, de seus familiares ou das testemunhas, com distância mínima de 20 metros.

A Justiça também alertou que o descumprimento das medidas poderá resultar na decretação de prisão preventiva. A Prefeitura foi oficialmente oficiada sobre o caso, conforme requerido pelo Ministério Público. A investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil.