Cafeicultura continua colhendo frutos da visita de Dorothéa a Paraíso

EDIÇÃO DO
DIA 29 de maio de 1992
A visita da secretária nacional de Economia, Dorothéa Werneck a São Sebastião do Paraíso no início do mês, quando fez o lançamento do Programa Nacional de Qualidade Total de Café, continua dando frutos, ou mais diretamente ao pé da letra, oferecendo condições para melhoria da qualidade do produto.
Dando mostras de estar realmente engajada na campanha que
lançou, de lá para cá, num curto espaço de tempo liberou 30 milhões de
cruzeiros para a referida campanha e The é atribuído, também, a aprovação pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN) de mais 60 bilhões de cruzeiros para
financiamento aos cafeicultores e cooperativas que desejarem adquirir ou
revisar máquinas e equipamentos uti- lizados na pré e pós colheita, a juros de
9% ao ano mais
TR, prazo de cinco anos, sendo um de carência. Segundo previsões,
já na próxima semana os recursos estarão disponíveis, e as garantias exigidas,
são as usuais pelos estabelecimentos de crédito. Mais que isso, Dorothéa
Werneck demonstra outro comportamento em relação aos problemas da cafeicultura,
o que reafirma a validade do encontro dos cafeicultores, em Paraíso.
Para o presidente da Cooparaiso e diretor do CNC, Carlos
Melles, esta é uma forma de se fazer "política grande". Melles
menciona que mesmo antes da vinda da secretária, as lideranças do setor já
haviam conseguido um ponto altamente positivo com a prorrogação das dívidas da
cafeicultura para um prazo que chega a 5 anos. "Me sinto muito feliz com
esses resultados", afirma Melles.
O presidente da Cooparaiso admitiu que a situação do setor é
extremamente melindrosa, "pois a política monetária do País está
divorciada da política produtiva". Melles afirma que "todos sabem
disto, inclusive o governo está consciente. Prova é a prorrogação das dívidas e
os novos créditos para o setor com prazo de até 5 anos" sentenciou Melles,
para em seguida explicar que paralelo às ações internas junto ao Ministério da
Economia, que tem encontrado ressonância positiva, se registrou outra conquista
para a cafeicultura nesta semana, a nível internacional, com o Brasil reassumindo
a liderança dos países produtores com vistas ao novo Acordo Internacional do
Café. "É preciso ter não só paciência, mas também cautela, até que o
quadro se reverta" finalizou Melles.