Investigação iniciada em Paraíso resulta em operação contra golpes de R$ 20 milhões em Minas

Polícia Civil deflagra a “Operação “Descrédito” e mobiliza mais de 100 agentes em diversas regiões do estado para combater esquema milionário de fraudes bancárias
Material utilizado pelas equipes da Polícia Civil de Minas Gerais durante a operação Descrédito Foto: Reprodução

Uma denúncia registrada em setembro de 2024, na 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil em São Sebastião do Paraíso foi o ponto de partida para uma das maiores operações de combate a fraudes bancárias realizadas pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) nos últimos anos. A ofensiva, batizada de “Operação Descrédito”, foi deflagrada na manhã desta quinta-feira, 22, e mobilizou mais de 100 policiais civis em Belo Horizonte, Região Metropolitana e em municípios do interior do estado.

Segundo a PCMG, o trabalho investigativo revelou um sofisticado esquema criminoso, que envolvia a abertura de contas fraudulentas e obtenção de empréstimos bancários em nome de terceiros, com o envolvimento direto de gerentes e ex-gerentes de instituições financeiras. A organização criminosa é suspeita de ter provocado um prejuízo que já ultrapassa R$ 20 milhões, afetando mais de 100 vítimas — entre pessoas físicas e jurídicas — em diferentes regiões de Minas Gerais.

De acordo com o delegado Rafael Gomes, titular na 4ª Delegacia Regional de São Sebastião do Paraíso, a investigação teve início após um cidadão paraisense procurar a delegacia relatando que um empréstimo havia sido contratado em seu nome sem o seu conhecimento. A partir desse registro, os investigadores da cidade começaram a mapear os mecanismos utilizados pela quadrilha e conseguiram identificar ramificações em outras cidades, inclusive na capital.

“Nesta manhã, a Polícia Civil, por meio da nossa delegacia e com o apoio de diversos departamentos de Belo Horizonte, deu cumprimento a 16 mandados de prisão preventiva, dos quais 15 foram cumpridos com sucesso”, informou o delegado. A operação também resultou na execução de 20 mandados de busca e apreensão e no bloqueio de cerca de 100 contas bancárias fraudulentas, usadas para movimentação do dinheiro obtido com os golpes.

Entre os presos, estão quatro gerentes de instituições financeiras e dois ex-gerentes, todos suspeitos de participação ativa no esquema. Eles facilitavam a abertura de contas com documentos falsos e aprovavam operações financeiras em nome de terceiros. “Além dos crimes de estelionato e organização criminosa, os investigados também foram indiciados por falsificação de documento público e uso de documento falso”, acrescentou o delegado Rafael Gomes.

A Polícia Civil destaca que o sucesso da operação é resultado do trabalho técnico, coordenado e persistente das equipes envolvidas, especialmente da 4ª Delegacia Regional de Paraíso, que conduziu os primeiros levantamentos e seguiu à frente da investigação ao longo de oito meses. “Agora estamos nos trâmites finais da operação e na conclusão do inquérito policial”, concluiu o delegado.

A PCMG informou que novas atualizações sobre a Operação Descrédito serão divulgadas em breve. A expectativa é que outras pessoas ainda sejam ouvidas no decorrer do processo.