A F1 vive um campeonato interessante com boas corridas e ótimas disputas nesta temporada, mas a gente começa a perceber que 2026 é logo ali quando ainda na metade do ano é divulgado o calendário da próxima temporada que terá novo regulamento e a estreia da Cadillac como 11ª equipe inscrita, abrindo mais duas importantes vagas de pilotos no grid. Nesta semana foram divulgadas as datas das 24 corridas do próximo ano. O campeonato começará no dia 8 de março na Austrália e se estenderá até 6 de dezembro com o GP de Abu Dhabi. A principal atração será a estreia do circuito urbano de Madri que passa a ser sede do GP da Espanha, com a corrida de Barcelona sendo mantida, mas agora como GP da Catalunha. Madri entra no lugar de Ímola que até o mês passado abrigou o GP da Emilia Romagna. E assim, a Espanha passará a ter duas corridas. O GP de São Paulo, em Interlagos, será no dia 8 de novembro, época em que acontecerá as duas rodadas triplas do ano entre os GPs dos Estados Unidos, México e São Paulo, e fechando a temporada na sequência com Las Vegas, Qatar e Abu Dhabi.

Até aí tudo certo não fosse a derrapada da F1 em colocar o GP do Canadá no mesmo dia das 500 Milhas de Indianápolis, da F-Indy. Se já não era tão benéfico para o esporte a realização do GP de Mônaco na mesma data de uma das maiores provas automobilísticas do planeta, sempre no último domingo de maio, separadas por algumas horas por conta das diferenças de fuso horário entre a Europa e América do Norte, fazer a largada do GP do Canadá em pleno andamento da Indy 500 soa como aberração e desrespeito aos fãs de automobilismo. A Liberty Media, empresa norte-americana, detentora dos direitos comerciais da F1, até que tem conseguido bons índices de audiência nos Estados Unidos, feito que o ex-chefão, Bernie Ecclestone, tentou várias vezes e fracassou em todas. Mas não será assim que a categoria se tornará popular por lá, confrontando com a maior atração do automobilismo norte-americano.

Por mais que haja interesses políticos e financeiros entre organizadores e promotores de Grandes Prêmios da F1, além do desafio de logística por trás da elaboração do calendário composto por 24 corridas em 20 países de 4 continentes, é lamentável a falta de bom senso ao não antecipar ou retardar em uma semana a corrida de Montreal. Mesmo com a promessa de que o GP do Canadá coincidirá com as 500 Milhas apenas uma vez a cada 5 anos.

Há duas provas de automobilismo em que deveria ser proibido qualquer outra corrida no mesmo dia, principalmente um Grande Prêmio de F1: as 500 Milhas de Indianápolis, e as 24 Horas de Le Mans, que por ironia, está acontecendo neste mesmo final de semana junto com o GP do Canadá(!).

Questionada se havia algum comentário sobre o agendamento de uma corrida de F1 para o mesmo horário de sua principal atração, a IndyCar respondeu que “estamos ansiosos por uma épica 110ª edição das 500 Milhas de Indianápolis em 2026, logo após um evento histórico e de grande sucesso como tivemos esse ano”. Ponto. Falou tudo. Quem deve explicações é a própria F1.

O GP do Canadá deste final de semana tem a classificação logo mais às 17h e a largada amanhã para a 10ª etapa do campeonato às 15h. Todas as atenções estão voltadas para Max Verstappen que acumulou 11 pontos na superlicença, uma espécie de carteira de motorista dos pilotos, e se cometer qualquer infração cabível de punição, ficará suspenso por uma corrida.

 

24 Horas de Le Mans

Para quem gosta de automobilismo na mais pura essência, com carros de vários tipos e marcas, carregados de alta tecnologia e velocidade, vale a pena conferir, ainda que algumas horas, a 93ª edição das 24 Horas de Le Mans, a maior prova de resistência do esporte a motor. A largada acontece neste sábado às 11h e a bandeirada no domingo às 11h. É fácil encontrar a transmissão na íntegra e com narração em português no YouTube ou no canal Bandsports.

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