De Paraíso para o Brasil: Juninho Bernardes brilha na Taça Brasil e conquista título com o Traipu
Formado na escolinha da Prefeitura, ala foi decisivo na final e recebe elogios de seu ex-treinador: "Mais do que formar um atleta, formei um amigo"

O futsal brasileiro conheceu no sábado, 21, um novo campeão: o Esporte Clube Traipu, de Alagoas, venceu o tradicional Jaraguá-SC na prorrogação por 2 a 0 e conquistou, de forma inédita, a Taça Brasil de Futsal – Divisão Especial. Mas em São Sebastião do Paraíso, o grito de campeão teve gosto ainda mais especial: um dos heróis da partida foi Juninho Bernardes, ala formado na escolinha da prefeitura.
Juninho,
de 28 anos, foi autor dos dois gols da vitória do Traipu na prorrogação, ambos
de tiro livre. "Era um jogo com a melhor equipe do Brasil atualmente, onde
não podíamos errar, e graças a Deus deu certo. Tínhamos uma chance e foi com
ela que nos sagramos campeões. Treinei bastante pra chegar nesse momento e
ajudar meu time no tiro livre, porém a vitória é de todos", contou.
A
campanha do Traipu foi sólida: vitórias expressivas na fase de grupos,
classificação na semifinal contra o Praia Clube, de Uberlândia, na prorrogação
e revanche contra o próprio Jaraguá na final. Com o título, o clube garantiu
vaga na Supercopa 2026 e passa a sonhar com a Libertadores da modalidade.
"A
final teve prorrogação assim como a semi. Consegui ajudar meus companheiros
fazendo dois gols, de tiro livre. Já vivi muitos momentos importantes na minha
vida, mas sem dúvidas esse é o melhor. Lutei muito pra chegar nesse patamar e
hoje estou colhendo os frutos", destacou Juninho.
Para
ele, a conquista vai muito além da quadra. "Minha missão é sempre deixar o
Traipu no mais alto nível de competitividade. Esse título representa muito a
luta de um menino que sempre quis jogar futsal e hoje desfruta daquilo que ama.
Em Alagoas, Traipu é gigante. Vejo o futsal nordestino crescendo e o Traipu
como uma potência do futsal brasileiro", afirmou.
A
trajetória começou cedo: Caic, Praça de Esportes, e depois a escolinha da
Prefeitura, onde treinou com Olavo Martins. "Comecei minha trajetória
muito novo, na escolinha do Caic com Adriano, depois com Gonçalves e Tomás
Martins na Praça de Esportes, e depois com Olavo Martins na Prefeitura. Meus
treinadores sempre me deram apoio. Respeitei todos eles e escutava bastante. Se
eu não perseverasse, não teria chegado até aqui", reconheceu.
O
ex-treinador também guarda boas lembranças. "A nossa história vai além da
relação entre treinador e atleta. Desde cedo, ele foi mais que um talento: foi
um menino que acreditou no trabalho, que ouviu, aprendeu e se dedicou. Ver o
Juninho conquistando seu espaço é um orgulho que não cabe no peito", disse
Olavo Martins. "Mais do que formar um atleta, formei um amigo. O Juninho é
a prova de que o esporte transforma."
Juninho
contou que a virada profissional veio no Praia Clube. "Foi quando fiz
minha primeira viagem pro exterior pra jogar. Ali percebi que era isso que eu
queria. Dava pra viver disso", lembrou. Desde então, passou por clubes de
Minas, Paraná, Rio Grande do Sul e até pela Ucrânia.
Sobre
a festa em Alagoas, ele se diverte. "Torcedores apoiam bastante. Foi uma
festa linda onde todos se emocionaram juntos. E teve trio elétrico!" Mesmo
distante, Juninho segue conectado à cidade natal. "Tenho amigos em
Paraíso. O pessoal sempre me acompanha e me dá apoio, mesmo de longe." E
os objetivos continuam. "Quero ainda esse ano ser campeão brasileiro e da
Liga do Nordeste. Ano que vem jogar uma Supercopa e, quem sabe, ir pra
Libertadores."
Aos meninos que hoje treinam nas mesmas quadras onde ele começou, o recado é direto: "Nunca parem de sonhar. Trabalhem duro, mesmo quando ninguém acreditar. Escutem os professores, que eles sabem até onde você pode chegar. E muita fé. Creiam em Deus,", aconselha o agora campeão do Brasil.