Gabriel Bortoleto pôs fim ao hiato de 2.771 dias que o Brasil ficou sem pontuar na F1
Em final de semana forte, Bortoleto tornou-se o 356º piloto diferente a marcar pontos na F1, e o 20º entre os 32 brasileiros que já competiram na categoria

Desde o 10º lugar de Felipe Massa no já distante GP de Abu Dhabi de 2017 que um brasileiro não pontuava na F1. Também é verdade que daquele dia até o final do ano passado, o país contou apenas com duas participações de Pietro Fittipaldi em 2020 como substituto de Romain Grosjean, na Haas, sem chegar na zona de pontuação. Passaram-se, então, 2.771 dias até o último domingo (29), quando o estreante Gabriel Bortoleto, da equipe Sauber, somou os seus primeiros 4 pontos no GP da Áustria, tornando-se 356º piloto diferente a marcar pontos na F1 e o 20º dos 32 brasileiros que já competiram na categoria.
Gabriel
teve um final de semana forte desde a abertura dos trabalhos na sexta-feira,
sempre se mantendo entre os dez primeiros colocados em todas as sessões de
treinos e classificação. Foi 6º no treino livre 1, 8º no TL2, 10º no TL3, 8º no
Q1 (primeiro dos três blocos da classificação), 5º no Q2, 8º no Q3, posição em
que largou na corrida, e durante as 70 voltas da prova só ficou fora da zona de
pontuação quando fez a sua primeira troca de pneus, retornando em 13º, mas logo
recuperou terreno e andou boa parte da corrida em 5º lugar. Bortoleto terminou
a prova em disputa acirrada com Fernando Alonso pela 7ª posição, mas ficou a
sensação de que poderia ter sido melhor. A 6ª posição era o lugar mais lógico
para terminar, mas ele acabou surpreendido pelas estratégias de Liam Lawson e
de Alonso que funcionaram melhor ao parar uma única vez para troca de pneus,
enquanto a redução de uma volta das 71 programadas por conta de a largada ter
sido abortada por uma falha mecânica na Williams de Carlos Sainz, acabou sendo
a volta que faltou para o brasileiro ultrapassar Fernando Alonso.
De
qualquer forma, foi um resultado importante para Bortoleto que superou o
experiente companheiro de equipe, Nico Hulkenberg, durante todo o final de
semana. Gabriel é querido no paddock da F1, e visto por muitos com bons olhos.
A excelente atuação lhe valeu o reconhecimento de “Piloto do Dia”, eleito por
fãs da F1 em votação aberta ao público durante a corrida no site oficial da F1.
A
última atualização do carro da Sauber que começou o ano como a pior equipe do
grid dá um novo ânimo para o que vem pela frente. A equipe que começou o
campeonato na lanterna, tem agora a Aston Martin e a Haas em sua alça de mira,
separadas por apenas três pontos na luta pela 7ª posição no Mundial de
Construtores.
Lando
Norris se redimiu do erro grosseiro que cometeu no Canadá e venceu o GP da
Áustria, com Oscar Piastri em 2º, comandando a 4ª dobradinha da equipe inglesa
na temporada. Desde 2007 que a McLaren não fazia tantas dobradinhas em uma
temporada, e a vitória de Norris quebrou um tabu que durava desde 2001 quando a
equipe venceu pela última vez na Áustria, com David Coulthard.
Quem não teve o que comemorar desta vez foi Max Verstappen, atingido pela Mercedes de Kimi Antonelli que calculou mal o ponto de freada e interrompeu a sequência de 31 corridas consecutivas do piloto holandês que não sofria um abandono desde o GP da Austrália do ano passado. Pior mesmo foi o desfecho para a Red Bull que com o abandono de Verstappen e a corrida desastrosa de Yuki Tsunoda (16º colocado), teve encerrada a sequência de 77 corridas consecutivas na zona de pontuação. A Red Bull estava há quatro Grandes Prêmios de igualar o recorde da Ferrari que pontuou seguidamente por 81 corridas.
DE VOLTA A
SILVERSTONE ONDE TUDO COMEÇOU
Nem
deu tempo de respirar e já tem corrida neste final de semana onde tudo começou
há 75 anos, em Silverstone, com o GP da Inglaterra, 12ª etapa da temporada. E
se tem um piloto que conhece cada palmo desta pista icônica da F1 é Lewis
Hamilton que já venceu 9 vezes em casa. Nenhum outro piloto ganhou tantas
corridas em uma mesma pista como Hamilton. Foi em Silverstone no ano passado,
ainda na Mercedes, que Hamilton quebrou um jejum de 945 dias sem vitórias. Mas
seu primeiro ano na Ferrari tem sido complicado entre erros e acertos seus e da
equipe. A Ferrari recuperou a vice-liderança do Mundial de Construtores na
Áustria, mas vive uma crise interna que pode a qualquer momento resultar na
demissão do chefe, Fred Vasseur.