GP da Bélgica abre a segunda metade da temporada da F1
Depois da rara pausa de três semana de folga, a F1 está de volta para mais duas corridas antes das férias do verão europeu

Pela primeira vez desde a sua
fundação em 2005, a Red Bull não será comandada por Christian Horner que
surpreendentemente foi demitido três dias após o GP da Inglaterra. A batata já
vinha assando nas mãos de Horner há algum tempo, mas a demissão em plena metade
do campeonato não é algo comum em equipe de ponta na F1. Laurent Mekies,
competente engenheiro francês com vasta experiência na F1, estreia neste final
de semana como novo chefe da Red Bull. Ele ocupava o mesmo cargo na Racing
Bulls, que a partir deste final de semana também passa a ter Alan Permane como
novo chefe.
A demissão de Horner movimentou
os bastidores da F1 e fez aumentar as especulações em torno de Max Verstappen.
Não é novidade que Jos Verstappen, pai do piloto holandês, não queria a permanência
de Horner na equipe para o ano que vem. Max Verstappen tem contrato com a Red
Bull até o final de 2028, mas seu futuro segue incerto com os rumores de uma
possível transferência para a Mercedes. A demissão de Christian Horner deixou
no ar a dúvida se foi estratégica para garantir a permanência de Verstappen na
equipe, ou se teria sido imposição para não sair?
Falando com a imprensa na
quinta-feira, no Circuito de Spa-Francorchamps, Verstappen não foi categórico
se vai ficar ou se vai sair, mas disse que a saída de Horner não tem influência
sobre seu futuro.
Fato é que, coincidência ou não,
Verstappen e Toto Wolff passaram um dos dois finais de semana de folga na
Sardenha, embora não se sabe se eles estiveram juntos. Mas serviu para
alimentar as especulações.
Wolff tem acenando com oferta tentadora para Verstappen e com a crença de que a Mercedes possa estar na frente no ano que vem com o novo regulamento de chassis e motores, principalmente na área de motores, enquanto especula-se que a Red Bull, que pela primeira vez está construindo seu próprio motor em parceria com a Ford, não tem obtido os resultados desejados em testes de dinamômetro; e isso estaria deixando Verstappen preocupado, sem contar com a debandada de peças importantes do staff técnico da Red Bull, como o projetista Adrian Newey que foi para a Aston Martin.
Eu adoraria que Verstappen
trocasse a Red Bull, mas não pela Mercedes, e sim para a Aston Martin. Seria
interessante vê-lo transformar a equipe do meio do pelotão em algo grandioso,
como Michael Schumacher fez com a Ferrari no passado. Mas é algo difícil de
acontecer neste momento, embora não seja impossível na F1. Alonso tem contrato
com a equipe inglesa para a próxima temporada e terá pela primeira vez a
oportunidade de guiar um carro projetado por Adrian Newey, enquanto o outro
cockpit segue ocupado pelo filho do dono da equipe, Lance Stroll.
O GP da Bélgica é o terceiro da
temporada com corrida Sprint inserida na programação, o que muda toda a
dinâmica do final de semana em uma das pistas mais espetaculares do calendário,
onde as condições climáticas são sempre um elemento a mais. Há previsão de
chuva para todo o final de semana, mas se a pista estiver seca na hora da
corrida, a Pirelli decidiu pôr lenha na fogueira ao disponibilizar uma gama de
pneus com intervalo entre o composto duro (C1) para o médio (C3) e o macio
(C4), excluindo o C2 que seria a escala normal dos três tipos de pneus. Em um
final de semana com apenas um treino livre realizado na sexta-feira na pista
mais longa do campeonato com 7.004 metros, em que os três setores são
totalmente distintos, o primeiro mais veloz, o segundo mais sinuoso, e o
terceiro mais convencional, onde encontrar o melhor acerto dos carros é um
desafio para pilotos e engenheiros. Sem contar que não é raro chover em uma
parte e a outra estar totalmente seca.
Este será o 70º GP da Bélgica que
está no calendário da F1 desde o campeonato inaugural de 1950, e o 57º no
Circuito de Spa-Francorchamps com suas longas retas e curvas desafiadoras, como
a famosa Eau Rouge. Michael Schumacher ainda segue como o maior vencedor com 6
vitórias. Lewis Hamilton tem 5 e é o recordista de pole positions com 6. Já a
Ferrari tem o melhor retrospecto na Bélgica com 18 vitórias e 17 pole
positions, mas é a única das quatro equipes de ponta que ainda não venceu nesta
temporada.
Neste sábado tem corrida Sprint às 7h, classificação às 11h e a largada para as 45 voltas do GP da Bélgica no domingo às 10h.