Na Hungria, dobradinha da McLaren, mas quem brilhou foi Bortoleto

Última corrida antes das férias de agosto teve final de prender a respiração e de aplaudir a atuação do brasileiro Gabriel Bortoleto, eleito o Piloto do Dia
Gabriel Bortoleto vem ganhando destaque em seu ano de estreia na F1. Pela segunda vez foi eleito o ‘Piloto do Dia’ Foto: Sauber

A McLaren conquistou no GP da Hungria a sua 200ª vitória na F1, coroada pela 56ª dobradinha de sua história, a 7ª do ano (4ª consecutiva), igualando sua própria marca de 1988 quando Ayrton Senna e Alain Prost fizeram 1-2 quatro vezes seguidas. Lando Norris venceu a corrida mudando os planos de duas para uma parada para troca de pneus, contra duas dos adversários mais próximos. A mudança de estratégia se deu ainda no começo da corrida quando Norris, 3º no grid, perdeu duas posições na primeira volta e sua única chance de surpreender seria fazer algo diferente, numa pista difícil de ultrapassar onde a estratégia mais indicada apontava para duas trocas de pneus.

A McLaren ainda fez o pit stop mais rápido da temporada até aqui, 1s94 na troca dos pneus de Lando Norris na volta 31. Seu companheiro de equipe, Oscar Piastri, lutou até a última curva pela vitória, mas terminou em 2º e segue líder do campeonato com 284 pontos contra 275 de Norris. A essa altura da temporada, com Max Verstappen cada vez mais distante da disputa, é provável que o título de 2025 seja decidido apenas entre os dois pilotos da McLaren.

E a McLaren merece aplausos pela postura diante da disputa de seus pilotos. É raro na F1 uma equipe que tem os dois pilotos disputando o título terem a liberdade e decisão de estratégia que Piastri e Norris estão tendo, além de permitir que eles disputam entre si, mesmo depois do episódio do GP do Canadá em que Norris errou e bateu no muro ao tocar em Piastri quando brigavam pela 4ª posição.

O normal nessas condições é um piloto parar na volta tal, e o companheiro ser chamado para os boxes na volta seguinte, mantendo a estratégia engessada para não correr riscos e evitar o confronto direto na pista. Piastri estava em 2º quando parou na volta 18 e colocou pneus duros, fazendo a segunda parada na volta 45, enquanto Norris alcançou a liderança ao esticar sua única parada até a volta 31, para ir até o final da corrida. A essa altura já se sabia que a vitória estaria com um dos dois. Eles superaram a Ferrari do pole position Charles Leclerc, que perdeu rendimento na parte final da corrida e terminou apenas em 4º, superado por George Russell, da Mercedes, que terminou em 3º.

Ao final das 70 voltas, Norris recebeu a bandeirada com apenas 0s698 milésimos de segundo de vantagem sobre Piastri, na chegada mais apertada do ano até aqui. Mais atrás, quem brilhou no final de semana do GP da Hungria foi o brasileiro Gabriel Bortoleto que no sábado já havia impressionado ao se classificar em 7º para a largada, e terminou a prova na 6ª posição, fazendo uma corrida consistente, optando por apenas um pit stop, e marcando pontos pela terceira vez em quatro corridas. O bom desempenho de Gabriel lhe rendeu vários elogios e o título de “Piloto do Dia”, em votação aberta no site oficial da F1 com 18,8% dos votos. Foi a segunda vez que o brasileiro da Sauber foi eleito o melhor piloto de uma corrida.

Quem não teve muito o que dizer sobre o final de semana no Circuito de Hungaroring foi Max Verstappen que se arrastou pela pista desde os treinos livres de sexta-feira e terminou apenas em 9º com a Red Bull. Verstappen ainda é o 3º colocado, mas está 97 pontos atrás do líder. Pior ainda foi o desempenho de Lewis Hamilton que saiu frustrado rumo às férias depois de não ter avançado para o terceiro bloco da classificação (Q3), e se declarou “inútil”, uma autocrítica pesada para quem já venceu 7 campeonatos, mas que está encontrando dificuldades em se adaptar à Ferrari. Hamilton largou e terminou em 12º.  

MAIS UM BRASILEIRO CAMPEÃO DA F3
O pernambucano Rafael Câmara conquistou o título da F3 por antecipação com domínio avassalador do piloto que integra a Academia de Jovens Pilotos da Ferrari. Foi o segundo título de um brasileiro na F3 nos últimos três anos, e pelo quarto ano consecutivo, o Brasil faz campeões na F3 ou na F2, os últimos degraus de acesso à F1. Em 2022 Felipe Drugovich foi campeão da F2; em 2023 Gabriel Bortoleto venceu na F3, e na F2 em 2024. E agora ‘Rafa’ Câmara conquista a F3. Seu próximo passo será a F2 em 2026. E assim o Brasil volta a viver um bom momento no automobilismo.

Ao meu querido pai, amigo e companheiro de todas as horas, um beijo e parabéns pelo seu dia. Te amo!