Plenário lota com fiéis durante apresentação do projeto do Dia de Jesus em Paraíso
Mais de 100 membros de igrejas evangélicas acompanharam a sessão; lideranças religiosas falaram na tribuna e oraram pela cidade

O
projeto de lei que cria o Dia de Jesus em São Sebastião do Paraíso mobilizou a
Câmara Municipal na sessão desta segunda-feira (29). Mais de 100 fiéis de
diferentes denominações evangélicas lotaram o plenário para acompanhar a
apresentação da proposta, de autoria do vereador Roney Vilaça.
Ao usar
a tribuna, Roney defendeu a iniciativa e lembrou que outras cidades
brasileiras, inclusive capitais, já têm projetos semelhantes. Segundo ele, a
proposta busca reconhecer a contribuição da comunidade evangélica e integrar a
celebração ao calendário oficial de atividades culturais, sociais e musicais do
município.
A bispa
Thalita Adélia Carvalho Córdoba também fez uso da tribuna. “Nós somos muitos.
Poderíamos chamar de milhares de evangélicos em São Sebastião do Paraíso. Já
temos feito coisas grandiosas dentro das nossas comunidades, mas queremos ir
além”, afirmou. Ela destacou que o Dia de Jesus deve ir além de uma celebração
religiosa, alcançando questões sociais que preocupam a cidade. “Nós gostaríamos
de zerar esse noticiário de suicídios, de jovens e principalmente adolescentes
e crianças envolvidos em drogas. Gostaríamos de anular forças que estão
destruindo a nossa sociedade”, disse.
A bispa
ressaltou que o projeto não se limita a uma denominação específica. “Não é
sobre placas de igreja. É sobre o Evangelho vivo de Jesus sendo manifesto no
nosso meio, transformando não só São Sebastião do Paraíso, mas todas as cidades
ao nosso redor. Este é o nosso sonho”, afirmou. Ao encerrar, mencionou o apoio
do esposo, pastor Eduardo, e destacou que a proposta deve se refletir em ações
permanentes. “Nós estaremos juntos o ano inteiro para que esse dia aconteça.
Muitas vitórias, transformações e salvação estarão acontecendo no meio das
famílias, bairros e lugares desta cidade”, concluiu.
Na
sequência, o pastor Alexandre Marques Santos, da Igreja Batista da Lagoinha,
reforçou o papel das igrejas evangélicas na transformação social. “Nós estamos
tirando drogados da rua, restaurando famílias e colocando jovens que poderiam
estar perdidos nas drogas no caminho de Deus. Nós temos feito um trabalho que
beneficia toda a sociedade, e fazemos isso com alegria, porque essa foi uma
missão que Jesus nos deu”, declarou. Ele também afirmou que o evento deve ser
entendido como expressão de fé coletiva. “Nada mais propício do que esse nome:
é o Dia de Jesus. Isso fica tão leve de anunciar, porque não é o evento da
igreja A ou da igreja B, é o Dia de Jesus”, completou.
O pastor
destacou ainda a importância da presença maciça de fiéis na sessão. “Nós
precisamos estar aqui para marcar presença e dizer que existimos, que somos
cidadãos da cidade, que votamos e elegemos políticos daqui. Provavelmente nunca
aconteceu uma lotação como essa na Câmara. Estamos aqui para marcar história e
mostrar que viemos para o bem, para servir no nome de Jesus Cristo”,
acrescentou.
Após
manifestações de vereadores em apoio à proposta, o prefeito Marcelo Morais, que
acompanhava a sessão no plenário, pediu a palavra para se dirigir ao público
presente. “Eu fico muito contente quando o povo ocupa o espaço que é do povo. A
política faz parte também da religião. Quando o bom ocupa a cadeira, não tem
espaço pro ruim. E se o ruim senta na cadeira, significa que ele saiu do meio de
nós, escolhido por nós”, afirmou. Marcelo propôs ainda a criação de uma
comissão com representantes das igrejas para, junto com o Executivo, organizar
um grande evento no fim de outubro. “Gostaria de convidar vocês a fazer uma
comissão pra gente bolar alguma coisa junto, chamar as outras igrejas também e
movimentar a cidade com um evento grande”, sugeriu.
O clima de celebração marcou toda a noite. O público presente encerrou a sessão com uma oração pela cidade, pelos políticos e pela população em geral. O projeto de lei que cria o Dia de Jesus foi aprovado como objeto de deliberação e segue agora para análise da Comissão de Finanças, Justiça e Legislação. Após receber parecer, retornará ao plenário para votação.