Projeto propõe programa de Saúde Mental nas escolas da rede municipal
Proposta do vereador Biju cria ações permanentes de promoção, prevenção e acompanhamento para alunos e professores
A Câmara
Municipal de São Sebastião do Paraíso recebeu, na sessão de segunda-feira, 20,
projeto do vereador Juliano Reis (Biju) que institui o Programa de Saúde Mental
e o Mapeamento Psicossocial Escolar na rede pública municipal de ensino. A
iniciativa tem caráter permanente e alcança alunos e professores tanto da
educação infantil (rede própria e conveniada) quanto do ensino fundamental
regular do município.
O texto
prevê que a Prefeitura coordene o programa, com foco em promoção, prevenção e
acompanhamento da saúde mental, além da identificação de fatores que afetem
aprendizagem e desenvolvimento integral. Entre as ações previstas, estão:
formação de equipe interdisciplinar; treinamento de profissionais;
implementação anual do programa nas escolas; ações educativas para educadores,
pais e crianças; triagem em saúde mental com método definido pela coordenação;
avaliação psicológica de crianças triadas; encaminhamento quando necessário; e
garantia de não discriminação dos estudantes com alterações identificadas.
O
projeto também institui o Mapeamento Psicossocial Escolar, contemplando, entre
outros aspectos, evasão e absenteísmo, violência, bullying, assédio e
discriminação, vulnerabilidade social e familiar, e sinais de sofrimento
psíquico e comportamentos de risco. Os resultados serão consolidados em
relatório anual, com preservação da identidade e da privacidade dos estudantes,
a ser encaminhado ao Conselho Municipal de Educação. A triagem dependerá de
autorização de pais ou responsáveis, após esclarecimento adequado.
O texto
ainda autoriza o Executivo a firmar convênios e parcerias com instituições de
saúde, ensino e pesquisa para a execução do programa; estabelece que as
despesas correrão por dotações orçamentárias próprias (suplementadas, se
necessário); e prevê regulamentação pelo Executivo. A lei entra em vigor na
data da publicação.
Em sua
fala, o vereador destacou que o programa nasce da necessidade de acolher
professores e alunos, fortalecendo o ambiente escolar como espaço de equilíbrio
e desenvolvimento humano. “Minha intenção com este projeto é cuidar de quem
cuida e de quem aprende. O Programa de Saúde Mental e o Mapeamento Psicossocial
Escolar nascem do desejo de fortalecer o ambiente escolar como espaço de
acolhimento, equilíbrio e desenvolvimento humano. Quero oferecer aos
professores o suporte necessário para que possam exercer sua missão com mais
leveza e bem-estar emocional. O trabalho em sala de aula exige muito mais do
que conhecimento técnico — exige empatia, paciência e preparo emocional, e é
dever do poder público oferecer esse respaldo”, afirmou.
O
vereador ressaltou ainda que o mapeamento psicossocial permitirá compreender
melhor os desafios enfrentados pelos alunos e suas famílias. “Identificar
situações de vulnerabilidade, sofrimento psíquico ou dificuldades no processo
de aprendizagem é o primeiro passo para garantir uma resposta rápida, humana e
eficaz. Esse programa é um investimento na qualidade da educação e na vida das
pessoas. É um gesto de respeito aos educadores e de cuidado com nossas crianças
e adolescentes, porque quando a escola é saudável, toda a comunidade cresce
junto”, completou.
Na
justificativa, o parlamentar reforça que vulnerabilidade social, violência,
bullying e sinais de sofrimento psíquico impactam diretamente o aprendizado e o
desenvolvimento de crianças e adolescentes — e que a escola é o espaço ideal
para identificação precoce e construção de estratégias de enfrentamento. O
diagnóstico contínuo oferecido pelo programa cria base para políticas públicas
integradas entre educação, saúde e assistência social, com foco na prevenção de
transtornos, redução da evasão escolar e fortalecimento da autoestima dos
estudantes.
O projeto foi aprovado como objeto de deliberação e segue agora para análise das comissões de Saúde, Educação, Finanças e Justiça/Legislação. Após a emissão dos pareceres, a proposta retornará ao plenário para votação.
