Lando Norris dominou com folga o GP da Cidade do México e conquistou sua 10ª vitória na F1, a 6ª do ano, e com larga vantagem sobre o 2º colocado, Charles Leclerc da Ferrari. Foi a maior margem de um vencedor na F1 desde o GP da Hungria de 2023 quando Max Verstappen venceu com 33s de vantagem. Mas os 30s324 de vantagem que Norris impôs sobre Leclerc mascara o que foi a 20ª etapa do campeonato. O México nem sempre entrega boas corridas, muito por conta dos efeitos da altitude, a maior do calendário da F1, mas desta vez a corrida entra para a lista das candidatas a melhor do ano. Tudo por conta de uma classificação que definiu o grid de largada no sábado com vários carros ficando fora de posição. Norris fez a pole position e estava escoltado pelas duas Ferrari, de Leclerc e Hamilton, com George Russell (Mercedes) em 4º, e só então aparecida Max Verstappen que encontrou dificuldades de acerto com a Red Bull, e o então líder (apático) do campeonato, Oscar Piastri apenas em 7º.

As expectativas de uma largada ‘selvagem’ se confirmaram com a mais caótica do ano até aqui. O Autódromo Hermanos Rodriguez tem a maior distância de todas as pistas da F1 entre o ponto de partida até a freada para a Curva 1. É uma longa viagem de 830 metros de extensão com um poderoso vácuo oferecendo a chance de muitos carros chegarem juntos no final da reta, e com pouca aderência devido ao ar rarefeito provocado pela altitude. E foi o que aconteceu. Uma linha de 4 carros se formou na freada para a Curva 1 com Norris por dentro, tendo Hamilton ao seu lado fazendo um sanduíche de Leclerc ao centro, e com Verstappen por fora!

Uma largada que por si só valeu o ingresso dos 401.326 fanáticos fãs da F1 que lotaram as arquibancadas nos três dias de evento mesmo sem ter um mexicano competindo. Verstappen ficou sem espaço e precisou passar reto na curva, atropelando a grama e saindo à frente de todo mundo, tendo que devolver as posições de Norris, Leclerc e Hamilton, voltando para a 4ª posição. Leclerc também cortou caminho e não devolveu a posição para Hamilton. Por sorte escapou de punição.

A partir daí Verstappen passou atacar Hamilton que também ficou sem espaço e precisou sair da pista na 6ª volta e receber uma punição de 10 segundos por ter cortado caminho, o que arruinou sua corrida e as chances de pela primeira vez brigar por um pódio com a Ferrari na temporada. A Ferrari reassumiu a vice-liderança do Mundial de Construtores, mas completou no México um ano sem vencer.

Quem tirou proveito da disputa entre Verstappen e Hamilton foi o novato Oliver Bearman que fez uma corrida impecável com a Haas e terminou em um honroso 4º lugar e foi eleito o ‘Piloto do Dia’. A posição de Bearman corroborou com a queda de Oscar Piastri da liderança do campeonato ao terminar a prova atrás do novato em mais uma estranha atuação apática do australiano que perdeu duas posições na largada e terminou apenas em 5º. Com a vitória, Lando Norris que há cinco corridas estava 34 pontos atrás do líder, reassumiu a liderança do campeonato que havia perdido para Piastri no GP da Arábia Saudita, em abril, e agora está um ponto à frente do companheiro de McLaren (357 a 356). Max Verstappen terminou em 3º com uma atuação fabulosa que só o cronômetro é capaz de mostrar, ao completar impressionantes 30 voltas seguidas na casa de 1 minuto e 21 segundos, coisa que poucos pilotos são capazes de fazer. Como escrevi em uma postagem nas minhas redes sociais, “se você ouvir que tal piloto é um relógio, saiba que ele existe, mas pouquíssimos são capazes de fazer o que Verstappen fez no México”.

O holandês reduziu mais quatro pontos na disputa pelo título e agora está 36 atrás do novo líder do campeonato com 321 pontos, restando apenas quatro corridas e duas Sprints, com 116 pontos em jogo.

O brasileiro Gabriel Bortoleto também se destacou no pelotão intermediário e voltou a pontuar com a 10ª posição depois de largar em 16º.

A próxima etapa é o GP de São Paulo no próximo final de semana, em Interlagos, onde também acontece no sábado a penúltima Sprint do ano.

Galeria de Imagens