“Fofoca” termina em agressão contra adolescente grávida no Santa Tereza

Jovem de 16 anos diz ter sido cercada e agredida por vizinhas após boatos sobre namorado; caso será acompanhado pelo Conselho Tutelar
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Uma adolescente de 16 anos, grávida de algumas semanas, procurou a Polícia Militar na noite de domingo, 16, após relatar que foi cercada e agredida por vizinhas em via pública, no Residencial Santa Tereza, em São Sebastião do Paraíso. A briga teria sido motivada por fofocas envolvendo um suposto relacionamento da jovem com o namorado de uma das envolvidas.

De acordo com o registro da ocorrência, a adolescente contou que decidiu ir até a o final da rua onde mora, na região da rua Antônio Caetano de Paula, para “esclarecer os fatos” com duas vizinhas, de 22 e 26 anos, e outras pessoas citadas nos comentários. No local, entretanto, disse ter sido cercada por pelo menos quatro mulheres, que passaram a agredi-la com tapas no rosto, puxões de cabelo e socos. A vítima conseguiu se desvencilhar e correu para casa, de onde acionou a Polícia Militar.

A jovem informou aos militares que está sozinha em casa há alguns dias, porque o irmão está viajando. Desde a prisão dos pais, ela vive sob os cuidados dele. No atendimento, ela relatou ainda estar gestante de poucas semanas e se queixava de dores na região abdominal após as agressões. A PM orientou que ela buscasse apoio de uma irmã, que mora em outro bairro, mas as ligações não foram atendidas.

As duas mulheres apontadas como autoras foram encontradas em residências próximas. Em suas versões à polícia, elas afirmaram que a adolescente “vive fazendo fofoca”, teria mantido relacionamento com homens casados e enviado mensagens ao namorado de uma delas. Uma das envolvidas disse que a jovem teria chegado “com ironia” para tirar satisfação e que, diante disso, perdeu o controle e passou a agredi-la, recebendo ajuda de vizinhas. Elas também fizeram acusações de envolvimento da adolescente com tráfico de drogas e tentativa de aborto, que foram registradas no boletim e deverão ser apuradas pela Polícia Civil.

Diante dos fatos, as duas vizinhas foram presas em flagrante por lesão corporal e conduzidas à UPA, onde passaram por atendimento médico e foram liberadas em seguida, sendo levadas depois à 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil para as demais providências. Depois de serem ouvidas, elas foram liberadas.

Por se tratar de adolescente e gestante, o Conselho Tutelar foi acionado. A conselheira de plantão orientou que a jovem permanecesse em casa naquela noite e informou que, no dia seguinte, seriam adotadas medidas de acompanhamento e proteção em razão da agressão registrada.