2016

Imprud

Por: Redação | Categoria: Arquivo | 22-01-2017 00:00 | 2845
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Grande parte dos acidentes de trânsito que acontecem em São Sebastião do Paraíso tem como principal motivação a imprudência dos condutores, que acabam levando a circunstâncias ainda mais graves, afetando, além do sistema público de saúde e os atendimentos dos casos pelo Corpo de Bombeiro e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), economicamente o município e o estado. É o que revelam os números fornecidos pela 2ª Pelotão de Bombeiros Militares em São Sebastião do Paraíso e destacado pelo bombeiro subtenente Rivelino Maia.



Durante 2016, de acordo com Maia, a Pelotão registrou cerca de 320 ocorrências, envolvendo acidentes de bicicleta, caminhão, carro, motociclistas, atropelamentos e entre outros. Somente atropelamento foram 30 casos registrados, mas esses números podem ser ainda maiores. “São números atendidos pelos bombeiros, mas são de três a quatro vezes maiores, porque ocorrências de menor gravidade são encaminhadas ao Samu, ocorrências com vítimas, com potencial de dados maior, são lavradas apenas pela PM e há ocorrências em que nós nem somos solicitados”, explica.



O bombeiro destaca que para uma cidade como São Sebastião do Paraíso, é um número bastante expressivo e que é crescente em relação a 2015. Segundo destaca o bombeiro, é comum nos finais de semana o Pelotão atender uma média de três a quatro acidentes envolvendo apenas motociclistas, em sua maioria tendo como principal motivação imprudência dos condutores.



“O culpado não é apenas o motociclista, há o envolvimento de veículos que não respeitam a parada obrigatória, condutores que excedem a velocidade, não guardam uma distância segura ao ultrapassar um ciclista ou um motociclista. No entanto, a culpabilidade na maioria dos casos acaba recaindo sob o motociclista, principalmente dos casos que envolvem um trabalho comercial”, ressalta.



 



CONSEQUÊNCIAS



 



Conforme elucida Maia, a maioria dos casos acaba resultando em sequelas graves que afetam economicamente o município e o estado, além de sobrecarregar o sistema de saúde e os trabalhados dos bombeiros. Segundo ele os acidentes que têm um potencial maior, que causam incapacidade, são acidentes de automóveis em rodovia, acidentes envolvendo motociclistas, que acabam causando fraturas que vão incapacitar para o trabalho durante um tempo mais longo que 30 dias – o que já é considerado um acidente de natureza grave, e acidentes que envolvem ciclistas e pedestres que, pelo grau de vulnerabilidade, ocasionam um dado maior ao cidadão.



“Isso sobrecarrega o sistema municipal de saúde como a Unidade de Pronto Atendimento e Santa Casa; onera em termos de consulta, exames médicos, internação. Um exemplo é a fratura de fêmur, muito comum em acidentes de moto: isso implica em cirurgia, tempo maior de recuperação chegando a seis meses; esse mesmo indivíduo vai ser retirado do mercado de trabalho, terá um descontrole das suas contas porque com o afastamento ele não irá receber imediatamente e quando começar a receber será um salário menor, não conseguindo suprir suas finanças”, elucida subtenente Maia.



O bombeiro cita ainda o prejuízo ao empregador e a união com o acionamento do seguro Dpvat. “Os acidentes de trânsito hoje causam um prejuízo muito grande ao país, principalmente porque a faixa etária da maioria dos envolvidos são pessoas em sua fase produtiva, com idade entre 16 aos 45 anos, são pessoas ativas no mercado de trabalho e com família, o que acaba gerando um desequilíbrio nas contas familiares”, avalia.



O subtenente comenta ainda que há uma cultura muito individualizada no trânsito. “O condutor está na sua preferência, então para ele o azar é da pessoa que não respeita a norma de trânsito, e isso não é verdade, não existe azar em acidente de trânsito, o que existe é prejuízo para ambas as partes. Pode até ser que o outro condutor esteja errado, mas o prejuízo é para ambos, é para o município e para o estado, todos saem perdendo”.



Dentre as causas dos acidentes, o bombeiro destaca que grande parte é devido a imprudências, como o excesso de velocidade, desrespeito às normas de trânsito e uso de bebidas alcoólicas e, também, imperícia, que são condutores que mesmo legalmente habilitados não têm a habilidade para conduzir aquele veículo. Outra situação apontada pelo bombeiro é a sobrecarga de serviço. “Às vezes tem um acidente e o cidadão liga simultaneamente para o bombeiro e para o Samu, fazendo que ambos abram mão de ocorrências priorizando aquele acidente, gerando às vezes um deslocamento desnecessário, o que acaba demandando em gastos”, comenta.



 



ORIENTAÇÕES



 



Maia orienta aos condutores que sempre dirijam com atenção. “Um dos fundamentos da direção defensiva é a atenção, previsão, decisão e habilidade. Tem que ter atenção e a gente percebe que a maior parte dos acidentes acontecem justamente por falta dela, em sua grande maioria ligada a pressa dos condutores”, assinala.



Outro ponto destacado pelo bombeiro é o respeito às normas de trânsito, principalmente a sinalização. “Cinto de segurança não é enfeito, é para ser usado, isso diminui na maioria dos casos lesões mais graves ocasionadas, por exemplo, em uma colisão. Outra questão, principalmente ocorridas nas rodovias e finais de semana, é o uso de bebida alcoólica e também a alta velocidade, evitar essas situações; além de também sempre manter a situação do veículo, como revisão, em dia”, completa o subtenente Maia.