A direção do presídio de São Sebastião do Paraíso fechou na última semana uma nova parceria com uma empresa francana, o grupo Stickfran, um dos maiores fornecedores de componentes para fabricação de calçados, bolsas, cintos e acessórios do Brasil. A nova parceria será para doação de matéria-prima não utilizada pela empresa para confecção de cintos e bolsas. A reunião entre o diretor do presídio, Rodrigues Junqueira, o gerente de produção do presídio, Lucas Ferreira e o empresário Renato Raimundo, aconteceu na quinta-feira (19/1), na sede da empresa em Franca. A parceria faz parte dos esforços da nova direção para retomar os projetos de ressocialização do presídio que estavam paralisados.
Com essa nova parceria firmada com a StickFran, presos deverão ter uma nova atividade desempenhada no próprio presidio. De acordo com o assessor de inteligência, Robson Carvalho, Renato deve fazer uma visita as instalações em breve para estudar como será feito o treinamento dos detentos. “Ele se propôs a nos ajudar e foi muito receptivo”, disse o agente. Segundo conta, há muito sobra de couro que não é utilizada pela empresa e este material será doado para o presídio, sem nenhum custo.
Incialmente a expectativa é que a nova parceria atenda de 15 a 25 detentos, que irão produzir artigos como cintos, bolsas e mochilas; o material deve ser vendido para reverter em verba voltada tanto para o próprio presídio, quando para os detentos que também recebem pelo trabalho, além da redução da pena. “E isso é o mais importante, porque a cada três dias trabalhando, o preso tem um dia descontado na pena”, destaca Robson.
O assessor de inteligência explica que para participar do programa é necessário que o preso atenda algumas exigências, entre elas bom comportamento. “É feito uma lista que é posteriormente entregue para a juíza. Esse material será produzido na própria unidade. Nós também faremos um contato com a prefeitura para estudar uma forma de como será comercializado esses produtos”, conta.
Ainda, de acordo com Robson, o gerente de produção Lucas Ferreira disse que outros convênios e parcerias serão firmadas com o presídio, parcerias estas que apenas aguardam confirmação. “São atividades que faziam parte do presídio e que estavam paradas. O novo diretor está trabalhando para dar continuidade a esses trabalhos que são de extrema importância para o presídio”, destaca o agente.
O presídio tinha algumas atividades de ressocialização que eram desempenhas pelos detentos, entre elas uma fábrica de jeans, mas que devido à falta de matéria-prima deixou de ser realizada. “O que atualmente está em progresso é a horta que é cultivada pelos presos; tudo o que é produzido é doado para instituições de assistência do município e, por meio dessas doações, nós conseguimos doações de fertilizantes usados neste cultivo. Também há o trabalho dos presos, que ajudam tanto na manutenção do presídio, como limpeza, quando em obras que são realizadas nas instalações”, completa.