Segurados que, segunda feira 2, necessitaram da perícia médica pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, com o clínico geral Miguel Moreno Júnior, em São Sebastião do Paraíso, enfrentaram alguns problemas. Um deles foi ter que subir mais de 50 degraus até o terceiro andar da Galeria Central, local onde o consultório está localizado. Outra dificuldade, reclamada pelos próprios pacientes, foi a falta de assentos e a demora no atendimento. Alguns chegaram ao local às 06:30 h., e ficaram mais de cinco horas em pé, até serem atendidos.
Hercílio Alves de Medeiros, 52, é trabalhador rural e necessitou ir ao consultório por causa de um problema cardíaco. "Quase nem posso andar, acordei às cinco da manhã, e como moro longe caminhei mais de uma hora", comenta, quando diz que andar muito, para ele traz falta de ar, e às vezes necessita parar. "Subir as escadas, para mim é uma tarefa quase que impossível".
O servente de pedreiro, João Silva, 64, tem problema de diabetes e como conseqüência perdeu parcialmente a visão e o funcionamento dos rins. "Eu era caminhoneiro, mas tive que abandonar a profissão por causa do meu problema. Agora tento aposentar", conta.
Silva reclama da demora no atendimento aos pacientes. "Na minha ficha está marcado que seria atendido às 08:00 horas", conta indignado, dizendo que isto é um desrespeito ao ser humano. "Será que eles acham que não temos mais nada o que fazer?", indaga.
Estes não foram os únicos problemas encontrados pelos pacientes. "Não têm bancos, temos que ficar este tempo todo em pé", reclama Aparecido Silvério da Silva, 53, contando que lá estavam pessoas com problema nas pernas. "Depois o médico colocou um banco de três lugares, mas não foi suficiente".
Jane Alves Moura Ricci, chefe da agência do INSS em São Sebastião do Paraíso, diz que não tem como mudar esse quadro. "Temos outros médicos que são mais acessíveis, mas as agendas estão lotadas", comenta, dizendo que o paciente que não quiser subir escada deve agendar um outro médico. "Mas demora mais, pois este é o médico que faz menos atendimento, por isso é mais rápido".
Já a chefe do setor de benefícios da agência, Zamira Pinto Barbosa Lemos, diz que os consultórios são particulares. "São credenciados e se instalam onde acharem melhor", conta, salientando que caso seja necessário, fazem perícia domiciliar para aqueles que não têm condições, diz.
O médico Miguel Moreno Júnor reconheceu que houve alguns problemas mas, conforme conta, logo serão resolvidos. "Esse foi o primeiro dia que comecei a atender nesse consultório, e mudanças sempre geram tumultos", disse, salientando que quando foi alugar o local, realmente percebeu que não seria adequado, devido às escadarias. "Mas não consegui outro, por enquanto vai ter que continuar aqui mesmo", explica.
A respeito do horário, ele disse que novamente houve uma mudança. "Eu atendia às oito horas e agora passei a atender mais tarde, deve ter havido um engano da moça do INSS, ao fazer as fichas", completa.
Nádia Bícego