A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral -CATI, de Ribeirão Preto -SP, apresentou para os paraisenses uma alternativa doméstica para que o pequeno agricultor possa baratear seus custos, gastos com o óleo diesel.
Essa alternativa é o biodiesel, combustível ecológico que vem sendo desenvolvido em Cássia -MG (única cidade da América Latina que produz esse tipo de produto) e que pode começar também a ser produzido em Paraíso. "Estamos tentando sensibilizar o pequeno agricultor de que ele pode ter uma própria fonte energética que custa mais barato", comenta o engenheiro agrônomo da CATI, Geraldo Geraldi Júnior.
Obtido através da mistura de óleos vegetais e etanol (álcool da cana-de-açúcar), apresentando um nível de poluição zero e R$ 0,60 mais barato que o preço do óleo diesel cobrado nas bombas dos postos, o novo combustível apresenta um desempenho, segundo afirma, é bem melhor que os atuais. "Queremos despertar o interesse dos produtores, tentando introduzir mais uma cultura na região, pois o município possui terreno bom e adequado para isso", informa o secretário municipal de desenvolvimento econômico, Sebastião de Carvalho Montans.
Geraldo Geraldi Júnior fala que esse tipo de óleo, ainda está sendo testado em termos de durabilidade, de hora do trator e a possibilidade de desgastes importantes nessas máquinas. "Mas tenho certeza de que funciona", comenta. O aconselhável, conforme enfatiza, é que isso seja feito por uma associação de produtores para que barateie ainda mais os custos.
Como exemplo, disse que se for plantado um hectare de girassol, produzirá por volta de 1.500 quilos de sementes que, processado, pode ser produzido de 400 a 500 litros de óleo biodiesel. "Esse tipo de alternativa é de fácil produção e pode ser drenado com reações químicas primárias, qualquer produtor pode fazer isso", comenta, ao alertar que existem várias pesquisas tentando introduzir essa tecnologia no mercado.
Cooperativa
Júnior propõe que exista uma cooperativa de trabalho que contenha os equipamentos básicos para processar essas sementes. A máquina para a extração desses óleos custa atualmente em torno de R$ 2,5 mil. "Com isso, cada um separa as sementes que produziu, leva até essa cooperativa e processa para adquirir o óleo". No seu entendimento, em um futuro próximo, essa tecnologia complementar de energia vai ser fundamental.
O engenheiro agrônomo da CATI, fala também que esse óleo não é adquirido somente com a semente de girassol. "Mas essa é a que apresentamos, porque é a tecnologia de produção é barata pelo rendimento que dá". Explica existem vários outros produtos, como a soja, que também servem. "A CATI fornece sementes para plantio e orientações para a produção da matéria-prima, é necessário fazer um aproveitamento do que tem, por exemplo, o sub-produto restante desse esmagamento, pode também ser utilizado como ração animal", completa. N.B.